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Porto Alegre, sexta-feira, 14 de julho de 2017. Atualizado �s 12h22.

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entrevista

Not�cia da edi��o impressa de 14/07/2017. Alterada em 14/07 �s 12h27min

Do outro lado: Luciano Alabarse desabafa ao falar sobre gest�o da pasta da Cultura

Luciano Alabarse completou seis meses � frente da Secretaria Municipal de Cultura

Luciano Alabarse completou seis meses � frente da Secretaria Municipal de Cultura


CLAITON DORNELLES /JC
Cristiano Vieira
"Fazer cultura no Brasil de hoje não é fácil", admite o secretário municipal de Cultura, Luciano Alabarse. O desabafo, dito durante a entrevista sobre os primeiros seis meses do diretor de teatro à frente da pasta, inclui a dura realidade financeira de Porto Alegre, cuja contenção de gastos atingiu em cheio a área da cultura, assim como as demais secretarias.
"Eu nunca pensei que seria fácil. Ser secretário de cultura de uma cidade tão grande, tão complexa, como Porto Alegre, é uma realidade muito diferente", ressalta ele. "Estamos reconstruindo um calendário de atividades culturais afinados com as orientações de austeridade da administração, senão não faria sentido algum. Só que é tudo no meu ritmo, no meu tempo", avalia Alabarse.
O característico bom humor não some nem quando temas espinhosos - mas necessários -, como dívidas e queixas da comunidade cultural, vêm à tona. "A verdade é que recebemos uma secretaria quebrada, com anos de contratos empenhados e não pagos. Não reclamo disso nem procuro culpados, porque sei que existem ônus e bônus", destaca Alabarse. A seguir, os principais pontos da conversa:
Gestão de espaços culturais por Organizações sociais (OS):
"Acho que tudo deve ser examinado com calma. Não tenho preconceito nem nada contra ou a favor. Quando me mostram algo positivo para Porto Alegre, vou aceitar, porque não ando para trás, não sou caranguejo. A secretaria tem feito reuniões a respeito das OS, debatendo, discutindo com a comunidade cultural. Isso não se implanta por canetada. Faremos com calma, ouvindo o contraditório."
Pagamento de dívidas:
"Aos poucos, estamos colocando em dia. O caso da Usina das Artes, por exemplo, é emblemático. A verdade é que os grupos não recebiam há sete, oito meses. Hoje, os valores de 2016 estão quitados. Com raríssimas exceções, as prefeituras brasileiras estão quebradas. Então o problema não é local, apenas de Porto Alegre."
Sobre críticas e cobranças:
"As pessoas, quando vêm aqui na secretaria, conversam e falam 'ah, que bom falar contigo'. Como se não pudessem vir, claro que podem. Tenho uma equipe que me orgulha, pois fazemos um esforço gigantesco para que as coisas aconteçam. Está aí, de volta, o Festival de Inverno, que não ocorria desde 2013, um grande evento focado em literatura e música. As obras da Usina também logo irão começar. Agora, faço de mim as palavras da Angela Ro Ro: 'meu grande amor, me reconheça'. Estamos, sim, trabalhando pela cidade".
A falta de recursos:
"As políticas federais, de algum jeito, liquidaram com as prefeituras. Não falo de Temer ou de Dilma, estou apenas dizendo que a relação institucional quebrou. E a situação hoje do Ministério da Cultura, sem ministro, é um exemplo disso. O governo federal não faz o menor movimento no sentido de reverter essa situação."
Vaias:
"Esses dias (durante a primeira greve geral, 28 de abril), recebi a primeira vaia da minha vida e achei uma experiência extraordinária. Ao sair do Paço Municipal, veio aquele som lindo, afinadíssimo. Eu cheguei a parar e olhar para ver se o prefeito não estava atrás, mas não, era para mim mesmo! Levei dedos na cara de algumas pessoas que estavam lá, mas depois fui conversar. É assim mesmo, isso faz parte."
Acampamento Farroupilha e Troféu Açorianos 2017:
"Estão garantidos. O Acampamento sairá como sempre foi e nos moldes de parcerias que temos feito. Quanto ao Açorianos, nunca me passou pela cabeça seu cancelamento. Os coordenadores de cada área seguem trabalhando, e os vencedores serão conhecidos na próxima Semana de Porto Alegre, em março do próximo ano."
Polarização das discussões:
"Porto Alegre, assim como o Brasil, vive uma polarização cansativa. Somos nós contra eles, como um Gre-Nal diário. Eu, que sempre transitei entre todos os tipos de pensamento - incluindo os mais radicais -, hoje me vejo mergulhado nesta situação."
A sede da Terreira da Tribo (com obras suspensas):
"O problema ocorreu em Brasília. O ministério da Cultura não quis renovar o convênio, não foi a prefeitura. E por que isso? Porque foi tudo mal feito, desde o projeto anterior até o convênio. Também não houve prestação de contas do convênio. Tenho uma admiração enorme pelo Oi Nóis, pelo Paulo Flores, pela Tânia Farias. Nós vamos retomar esse projeto em outras bases, construindo uma terceira via, por leis de incentivo. Esse sonho não pode parar."
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