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Tecnologia

- Publicada em 21 de Julho de 2017 às 19:04

Maior controle da poluição estimula o crescimento da oferta de veículos elétricos

Na Alemanha, a primeira-ministra, Angela Merkel, se destaca por ser uma das maiores incentivadoras da substituição da frota poluente por carros ambientalmente mais sustentáveis

Na Alemanha, a primeira-ministra, Angela Merkel, se destaca por ser uma das maiores incentivadoras da substituição da frota poluente por carros ambientalmente mais sustentáveis


JOHANNES EISELE/JOHANNES EISELE/AFP/JC
O aperto na legislação dos países ricos contra a emissão de poluentes está por trás do avanço da indústria de carros elétricos e de decisões como a da sueca Volvo, que anunciou que vai parar de fabricar veículos movidos apenas a combustível fóssil a partir de 2019. Na Europa, por exemplo, o limite para o monóxido de carbono caiu 82% de 1993 a 2014, e um novo aperto está previsto a partir de 2020.
O aperto na legislação dos países ricos contra a emissão de poluentes está por trás do avanço da indústria de carros elétricos e de decisões como a da sueca Volvo, que anunciou que vai parar de fabricar veículos movidos apenas a combustível fóssil a partir de 2019. Na Europa, por exemplo, o limite para o monóxido de carbono caiu 82% de 1993 a 2014, e um novo aperto está previsto a partir de 2020.
Essa redução nas emissões de gases de efeito estufa inviabilizará ainda mais a circulação de modelos a combustão de gerações passadas. A França passou neste mês a proibir que veículos produzidos até 1996 - portanto, mais poluentes - circulem em Paris das 8h às 20h. Ônibus e caminhões fabricados antes de 2001 também já haviam sido banidos, atitude que é repetida por outras metrópoles.
Nos Estados Unidos, o governo banca US$ 7.500 na compra de carros que não poluem. Estados como a Califórnia ainda oferecem subsídios de US$ 2.500 para carros elétricos e US$ 1.500 para veículos híbridos. Na França, a ajuda para quem adere a veículos mais limpos pode chegar a cerca de US$ 14 mil.
Essa combinação de leis mais duras contra os poluentes e incentivos para os carros elétricos explica por que a decisão da Volvo (ainda que surpreendente) não seria descolada da realidade do mercado. "Nossos clientes querem, cada vez mais, carros elétricos e híbridos - e vamos oferecê-los", afirmou Hakan Samuelsson, CEO da montadora sueca.
Também na semana passada, o ministro de Meio Ambiente da França, Nicolas Hulot, disse que carros movidos a gasolina ou diesel não serão mais vendidos naquele país a partir de 2040. Na Alemanha, essa restrição vai ocorrer ainda antes, a partir de 2030, segundo uma lei aprovada no ano passado.
Ao mesmo tempo em que as ruas ficaram menos tolerantes com a fumaça, houve um forte investimento no desenvolvimento de baterias de íon de lítio para veículos, que ficaram mais baratas e potentes. O custo delas, que representa até 50% do valor do carro elétrico, caiu a menos da metade em uma década.
"Esperamos que em 2030 o preço do kWh gerado pelas baterias caia para US$ 120, cerca de um terço do que é hoje", prevê Colin McKerracher, da consultoria Bloomberg New Energy Finance.
Além disso, com a expectativa de um mercado de milhões de veículos elétricos a caminho, há novas tecnologias de recarga emergindo. Na França, a Qualcomm testa uma estrada capaz de recarregar veículos em alta velocidade, por indução. "A vantagem desse sistema é permitir que os elétricos tenham baterias menores, sem comprometer a autonomia", diz Bill Von Novak, engenheiro-chefe da Qualcomm.
O avanço dos carros elétricos, que hoje representam apenas cerca de 1% das vendas globais, significa a maior guinada tecnológica no setor desde 1912. Naquele ano, foi produzido o primeiro Cadillac Modelo 30, com um sistema de partida elétrica, aposentando as manivelas dos primeiros calhambeques e tornando veículos com motores a combustão protagonistas pelos 105 anos seguintes.
Ainda durante este ano, a Nissan estreará a segunda geração do Leaf, movido a baterias, com cerca de 400 quilômetros de autonomia, contra os 160 quilômetros de 2010.
Nas próximas semanas, também estarão chegando ao mercado o Chevrolet Bolt, um hatchback elétrico com uma autonomia similar; e o Modelo 3, da Tesla, que custará US$ 35 mil. Só para comparar, em 2003, o Tesla Roadster, primeiro modelo elétrico de série da marca, custava cerca de US$ 120 mil. A Bloomberg estima que, em cinco anos, as montadoras globais ofereçam algo como 120 modelos de veículos elétricos à disposição dos consumidores.

Sem subsídios, a indústria de elétricos não engrena no Brasil

A Itaipu binacional desenvolve um projeto pioneiro de carros a bateria

A Itaipu binacional desenvolve um projeto pioneiro de carros a bateria


FABIO RODRIGUES POZZEBOM/FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
Em alta na Europa, nos Estados Unidos, na China e no Japão, por enquanto, os carros elétricos ainda são raros no Brasil, país sem histórico de incentivo para veículos deste tipo. "Durante algum tempo, carros elétricos precisarão de subsídios para serem viáveis na comparação com os modelos movidos a petróleo", admite Carlos Tavares, presidente mundial da Peugeot-Citroën.
Diferentemente de países como a China e a Índia, que sofrem mais com a poluição e, por isso, incentivam a tecnologia mais limpa, por aqui essa nunca foi uma grande preocupação.
Mesmo com o apoio de montadoras como BMW, Nissan e Porsche e de empresas como CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e Itaipu Binacional, o primeiro posto de recarga público só foi instalado no final de 2015, na rodovia Anhanguera, em Jundiaí (São Paulo). Na França - que possui território comparável ao de Minas Gerais -, há 32,5 mil pontos instalados, segundo o site chargemap.com.
Um atalho que pode colocar o Brasil em linha com outros países é o programa Rota 2030, o novo regime automotivo que fixará metas para o setor e passa a valer a partir do ano que vem. O Rota 2030 garantirá mais benefícios para quem tiver mais eficiência energética.
"Isso certamente favorecerá o desenvolvimento de elétricos e híbridos no País", afirma Luiz Rezende, presidente da Volvo Cars Brasil e vice-presidente da Abeifa (associação de importadoras de veículos). Apesar dos eventuais incentivos, a transição para o fim do carro a combustão de origem fóssil promete ser longa. A previsão é de que em 2050 quase quatro de cada 10 carros brasileiros ainda sejam movidos a gasolina, etanol ou diesel.

Primeiro ônibus produzido no Brasil circulará pelas linhas de São Paulo

Veículo passa por testes na capital paulista antes de entrar em operação

Veículo passa por testes na capital paulista antes de entrar em operação


DÁRIO OLIVEIRA/DÁRIO OLIVEIRA/FOLHAPRESS/JC
A prefeitura de São Paulo apresentou há duas semanas um ônibus elétrico, alimentado por baterias, com capacidade para transportar 84 passageiros e com até 300 quilômetros de autonomia. O veículo foi totalmente construído no Brasil. As baterias são de fosfato de ferro e levam de quatro a cinco horas para serem carregadas.
A linha em que o ônibus circulará ainda não foi definida, e a previsão é de que o veículo entre em operação até o dia 31 de julho, após fiscalização da SPTrans (São Paulo Transporte - empresa que coordena o transporte público).
O ônibus têm motores elétricos embutidos nas rodas e sistemas auxiliares hidráulicos e pneumáticos, integrados por meio de uma rede de controle. Esse mecanismo faz com que, em aceleração, o sistema consuma energia das baterias e, nos momentos de frenagem, o sistema de tração transforme a energia dessas baterias em energia elétrica, que fica armazenada.
O chassi é feito pela empresa chinesa BYD, que instalou uma fábrica em Campinas (SP) há dois anos em meio. A carroceria é da Caio, que também funciona no interior de São Paulo. A capacidade de produção anual da BYD é de 400 carros por ano. Segundo o prefeito de São Paulo, João Doria, a implantação dos ônibus elétricos está dentro do plano de governo da prefeitura de promover a redução de emissões poluentes.
"Esse modelo de emissão zero e baixo nível de ruido também é equipado com ar-condicionado. O modelo atende ainda a todas as exigências de acessibilidade, como piso baixo, rampas de acesso e espaço para cadeiras de rodas, Wi-Fi e tomadas USB", disse Doria. Segundo o secretário Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT), Sérgio Avelleda, esse veículo é o que há de mais moderno em termos de ônibus elétricos em operação em outros países, como os Estados Unidos e a China.
 

Volvo decidiu montar apenas carros a baterias e híbridos

Empresa sueca é a primeira grande montadora a adotar a decisão

Empresa sueca é a primeira grande montadora a adotar a decisão


VOLVO CARS/VOLVO CARS/fotos DIVULGAÇÃO/JC
A Volvo, uma das mais tradicionais montadoras de automóveis do mundo, anunciou no início do mês, que abandonará nos próximos três anos a produção de veículos com motores a combustão - ou seja, movidos exclusivamente a gasolina ou diesel. A companhia sino-sueca privilegiará a fabricação de automóveis elétricos ou híbridos (com dois motores, um elétrico e outro à combustão) que comporão 100% dos novos modelos a partir de 2019.
A decisão é a primeira tomada por grandes montadoras no mundo e responde também à valorização espetacular da norte-americana Tesla, que superou em valor de mercado a General Motors ao fabricar apenas carros elétricos. Entre 2019 e 2021, uma nova linha de cinco modelos será lançada, três da marca Volvo e dois sob a bandeira Polestar.
Mas a substituição completa dos motores a combustão será progressiva, passando também pelos veículos híbridos, com bateria recarregável. A empresa, com sede em Göteborg, na Suécia, não informou quando seus veículos serão exclusivamente movidos a eletricidade. "Este anúncio significa o fim do veículo apenas equipado com um motor a combustão", afirmou o diretor-geral da empresa, Hakan Samuelsson. "As pessoas exigem cada vez mais carros elétricos e queremos responder às necessidades atuais e futuras de nossos clientes."
A empresa pretende vender 1 milhão de automóveis elétricos e híbridos entre 2019 e 2025 - uma meta ambiciosa, já que em 2016 apenas 2 milhões de veículos desses tipos circulavam em todo o mundo, segundo a Agência Internacional de Energia. A boa notícia é que este número dobrou de 2015 para o ano passado.
Consultada, a direção de comunicação da companhia na Suécia não soube informar qual será a situação de mercados como o brasileiro, em que a penetração de veículos com propulsão elétrica ou híbrida é muito limitada.

Belo Horizonte vai homologar a operação de táxi elétrico chinês

A Empresa Municipal de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) apresentou, há duas semanas, um veículo 100% elétrico que será homologado como apto à prestação de serviço de táxi na capital mineira. O carro não emite carbono na atmosfera. Vinculada à prefeitura de Belo Horizonte, a BHTrans informou que a novidade se soma aos veículos híbridos que já estão em operação e funcionam simultaneamente a partir de eletricidade e combustão.
De acordo com a empresa municipal, a iniciativa está alinhada com o plano de mobilidade da capital mineira e contribui para a construção de uma cidade mais sustentável. O veículo, do modelo e6, é fabricado pela empresa chinesa BYD. Ele foi aprovado em testes realizados por técnicos da BHTrans, que avaliaram quesitos como conforto, segurança, velocidade entre outros.
O carro tem uma autonomia de 400 quilômetros por carga da bateria, que pode ser feita em casa ou em um eletroposto. O tempo médio para uma carga total é de duas horas em um eletroposto e de seis horas em casa, o que pode variar, dependendo da voltagem utilizada. A bateria do veículo tem vida útil de 40 anos e 60 kWh de capacidade.
O Sindicato Intermunicipal dos Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Minas Gerais (Sincavir) já foi procurado pela BHTrans para a realização de testes operacionais com os carros elétricos. A ideia é que os taxistas possam avaliar, nas operações do dia a dia, os benefícios oferecidos pela nova tecnologia.
Em 2015, duas linhas de ônibus de Belo Horizonte fizeram testes com veículos elétricos. A medida ocorreu em caráter experimental, e não há ainda nenhuma previsão de incorporação da tecnologia à frota de transporte coletivo da capital mineira. Os ônibus elétricos testados, também da fabricante chinesa BYD, são de um modelo que já circula em Londres, na Inglaterra, e que deverá iniciar, brevemente, operações em Washington, a capital dos Estados Unidos.