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Política

- Publicada em 17 de Junho de 2017 às 21:31

'Lula e o PT institucionalizaram a corrupção', diz Joesley Batista

Lula e o PT são alvos das declarações do empresário dadas à revista Época

Lula e o PT são alvos das declarações do empresário dadas à revista Época


EVARISTO SA/AFP/JC
Estadão Conteúdo
O empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F - holding que inclui a JBS -, disse em entrevista à revista Época que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT "institucionalizaram a corrupção" no País, cujo modelo foi reproduzido por outros partidos. Segundo Joesley, há 10, 15 anos houve uma "proliferação de organizações criminosas" no Brasil.
O empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F - holding que inclui a JBS -, disse em entrevista à revista Época que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT "institucionalizaram a corrupção" no País, cujo modelo foi reproduzido por outros partidos. Segundo Joesley, há 10, 15 anos houve uma "proliferação de organizações criminosas" no Brasil.
"Nós participamos e tivemos de financiar muitas delas", afirmou o empresário, que indicou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como o seu contato no PT. "Foi no governo do PT para a frente. O Lula e o PT institucionalizaram a corrupção. Houve essa criação de núcleos, com divisão de tarefas entre os integrantes, em Estados, ministérios, fundos de pensão, bancos, BNDES. O resultado é que hoje o Estado brasileiro está dominado por organizações criminosas. O modelo do PT foi reproduzido por outros partidos."
Apesar de citar o ex-presidente, Joesley disse que nunca teve "conversa não republicana com Lula". "Zero, eu tinha com o Guido", afirmou. "Não estou protegendo ninguém, mas só posso falar do que fiz e do que posso provar. Não estou entregando pessoas. Entreguei provas aos procuradores. E o PT tenha o maior saldo de propina. O que posso fazer se a interlocução era com o Guido?" O empresário citou repasses ilícitos envolvendo um esquema de corrupção no BNDES e disse que o "crédito" que "o PT gastou para comprar a eleição de 2014" chegou a R$ 300 milhões.
Joesley disse ainda que quando eram liberadas parcelas de financiamentos captados no banco de fomento, ele "creditava o valor da propina na conta do Guido na Suíça". Ele, contudo, isenta de responsabilidade nos crimes o ex-presidente do banco, Luciano Coutinho e o corpo técnico. "Nunca pagamos um centavo de propina dentro do BNDES."
Ainda sobre propinas pagas ao PT, o empresário reiterou o que relatou em sua delação e disse que a ex-presidente Dilma Rousseff pediu R$ 30 milhões para o atual governador de Minas Fernando Pimentel na eleição de 2014. Ao afirmar, contudo, que o PT inaugurou esse "sistema" de corrupção, Joesley disse que ele seguiu no PMDB e agora "está no PSDB".
O empresário, que na entrevista acusou o presidente Michel Temer de ser o chefe de uma organização criminosa envolvendo peemedebistas na Câmara dos Deputados, disse também que decidiu delatar porque não poderia esperar ser preso ou ver sua empresa quebrar.
"Quando percebi que as coisas não iam mudar e não havia o que esperar, que os políticos não estavam entendendo o que estava acontecendo com o País, aí comecei a registrar minhas conversas. Fui ao Temer. A empresa não aguentaria mais tanta investigação."
Joesley disse que até o fim do ano passado continuava conversando bastante com os políticos tentando encontrar uma solução para as investigações. Segundo ele, Temer comandava um movimento para segurar a Lava Jato. "Geddel articulava a anistia ao caixa 2 e Renan articulava o projeto de abuso de autoridade, quando era presidente do Senado. Era uma pauta dele. Mas os dois assuntos morreram", disse.

'Número 1' é Temer

O empresário afirmou também que decidiu gravar a conversa com o presidente da República no Palácio do Jaburu, em março, para saber se a "agenda" de Temer passava pela compra do silêncio de Lúcio Funaro e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos Lava Jato - Joesley alega que era cobrado constantemente pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-RJ), classificado por ele como o "mensageiro" do presidente para que pagasse o silêncio de Cunha e Funaro.
Segundo ele, a maneira mais efetiva de fechar a colaboração era mostrar que "os políticos, no topo, não mudaram nada". "Isso começa com o número 1, com o presidente da República."
Joesley chama o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) de número 2. "Porque era a alternativa. Teve 48% dos votos dos brasileiros. E tinha entrado no governo Temer", disse.
O empresário afirmou que não há possibilidade de o áudio gravado na conversa no Jaburu, que passa por perícia na Polícia Federal, tenha sido editado. "De modo algum. Zero. Zero. Gravamos e entregamos. Podem fazer todas as perícias do mundo. Tentam desqualificar o áudio por desespero."
Na extensa entrevista, Joesley afirma ainda que as organizações criminosas "usavam as eleições para ganhar dinheiro". "A campanha é um evento que permite ao político sair por aí pedindo dinheiro. O que ele faz com o dinheiro a gente não sabe", afirmou. O empresário e delator disse também que o PSDB entrou no leilão para a compra de partidos na eleição de 2014 e disse que Aécio tentou arregimentar o PR por R$ 35 milhões.
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