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Política

- Publicada em 17 de Junho de 2017 às 16:23

Após FHC sugerir Diretas, PT buscará apoio de PSDB

FHC sugere em carta a saída de Temer em função da situação de descrédito do País

FHC sugere em carta a saída de Temer em função da situação de descrédito do País


REPRODU/DIVULGAÇÃO/JC
A declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pedindo que o presidente Michel Temer tenha um "gesto de grandeza" e antecipe as eleições presidenciais animou a oposição ao governo do PMDB no Congresso. O líder do PT na Câmara, Carlos Zaratini (PT-SP), disse que vai procurar os deputados descontentes do PSDB para uma conversa sobre a antecipação das eleições presidenciais de 2018. "Vamos tentar falar com eles (tucanos) para um acordo sobre eleições diretas. Nosso objetivo é tirar o Temer", afirmou Zaratini.
A declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pedindo que o presidente Michel Temer tenha um "gesto de grandeza" e antecipe as eleições presidenciais animou a oposição ao governo do PMDB no Congresso. O líder do PT na Câmara, Carlos Zaratini (PT-SP), disse que vai procurar os deputados descontentes do PSDB para uma conversa sobre a antecipação das eleições presidenciais de 2018. "Vamos tentar falar com eles (tucanos) para um acordo sobre eleições diretas. Nosso objetivo é tirar o Temer", afirmou Zaratini.
Em carta ao jornal O Globo, publicada na quinta-feira (15), FHC disse que "não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto". A declaração foi interpretada pela oposição como a senha para que parlamentares tucanos possam embarcar no movimento pelas "diretas-já".
Segundo Zaratini, a estratégia é incentivar as manifestações de rua para pressionar deputados a votarem pela aceitação de uma possível denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga Temer por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. O objetivo é buscar o apoio de deputados descontentes em partidos que integram a base de Temer.
"A ideia é fazer uma grande mobilização popular para ampliar o nosso campo. Se olharmos os números de hoje não temos (votos para afastar Temer e fazer uma nova eleição) mas os números de hoje não são os de amanhã", disse o petista.
Os tucanos foram pegos de surpresa com as declarações do ex-presidente. Integrantes da executiva avaliam que FHC "foi além do ponto", classificaram como "ininteligível" a nota divulgada e preveem um acirramento ainda maior do debate interno. "A ideia de eleições gerais é inaplicável e contraria a Constituição em vigor", disse o ex-governador José Aníbal, vice-presidente do PSDB.
Para os "cabeças pretas", porém, a posição do ex-presidente fortalece a ala que prega o desembarque. A ala mais jovem do partido entende que a bandeira da antecipação pode ser adotada pelo PSDB em caso de deterioração da situação de Temer. A avaliação também é feita por integrantes do alto clero tucano. "Se acontecer uma situação de ingovernabilidade, a antecipação da eleição direta é uma hipótese. Mas conversa com o PT é especulação", afirmou o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal.
Com agência Estado.
> Reproduzimos, a partir da publicação do site do O Globo, a nota de FHC:
“A conjuntura política do Brasil tem sofrido abalos fortes e minha percepção também. Se eu me pusesse na posição de presidente e olhasse em volta reconheceria que estamos vivendo uma quase anomia. Falta o que os políticólogos chamam de ‘legitimidade’, ou seja, reconhecendo que a autoridade é legítima consentir em obedecer.
 
A ordem vigente é legal e constitucional (dai o ter mencionado como "golpe" uma antecipação eleitoral) mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto.
 
É diante desta perspectiva que os partidos, pensando no Brasil, nas suas chances econômicas e nos 14 milhões de desempregados, devem decidir o que fazer.
 
A chance e a cautela a que me refiro derivam de minha percepção da gravidade da situação. Ou se pensa nos passos seguintes em termos nacionais e não partidários nem personalistas ou iremos às cegas para o desconhecido.
 
A responsabilidade maior é a do Presidente que decidirá se ainda tem forças para resistir e atuar em prol do país.
 
Se tudo continuar como está com a desconstrução continua da autoridade, pior ainda se houver tentativas de embaraçar as investigações em curso, não vejo mais como o Psdb possa continuar no governo.
 
Preferiria atravessar a pinguela, mas se ela continuar quebrando será melhor atravessar o rio a nado e devolver a legitimação da ordem à soberania popular.
 
É este o sentimento que motiva minhas tentativas de entender o que acontece e de agir apropriadamente, embora nem sempre no calor dos embates diários e de declarações dadas às pressas tenha sido claro nem sem hesitações.”
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