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Opinião

- Publicada em 26 de Junho de 2017 às 18:07

Reconquistar o mercado de carne nos EUA é desafio

Não bastassem os problemas políticos, jurídicos e administrativos que o Brasil vem enfrentando, uma nova borrasca econômica se apresentou no País na semana passada. Eis que, pouco tempo depois da abertura do mercado norte-americano para as importações de carne in natura do Brasil, ocorreu agora a decisão abrupta do governo de Washington de proibir a compra do produto nacional.
Não bastassem os problemas políticos, jurídicos e administrativos que o Brasil vem enfrentando, uma nova borrasca econômica se apresentou no País na semana passada. Eis que, pouco tempo depois da abertura do mercado norte-americano para as importações de carne in natura do Brasil, ocorreu agora a decisão abrupta do governo de Washington de proibir a compra do produto nacional.
A suspensão da importação da carne fresca brasileira terá leve impacto econômico no mercado, mas poderá abalar a já frágil relação com os Estados Unidos, que é o maior produtor e consumidor de carne bovina do mundo.
Se era o que faltava para minar o fio de esperança da levíssima recuperação econômica do País, agora não falta mais nada. Entre janeiro e maio de 2017, importações de carne brasileira in natura pelos norte-americanos somavam 11,7 mil toneladas, num total de US$ 49 milhões, ou R$ 163 milhões, dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). É pouco, pois representa apenas 2,7% do total de exportações brasileiras de carne fresca.
O problema é a repercussão entre outros importadores da carne in natura do Brasil, caso da China. Mesmo que se dê um bom desconto pelo fato de que os grandes produtores de carne norte-americanos não querem a concorrência do Brasil, é um grave problema para nós.
O fato importante e, agora, desmerecido é que os EUA nunca tinham aberto seu mercado para importações de carnes in natura brasileiras. Isso aconteceu no ano passado, depois de anos de negociações.
O governo tem que agir rápido e dar as explicações pedidas pelas exigentes autoridades sanitárias estadunidenses, a fim de derrubar o embargo e impedir que haja uma ação em cadeia contra a carne do Brasil, o que seria trágico.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, irá aos Estados Unidos para detalhar o que o País está fazendo para acabar com o problema, provavelmente reação a uma vacina contra a febre aftosa. Uma ironia, eis que a precaução pela saúde animal está sendo usada contra o nosso produto, pois causou alguns abscessos na região aplicada - no caso, o pescoço dos animais -, e isso provocou espécie entre os consumidores dos Estados Unidos.
O problema maior é que os EUA são vistos como um país que tem um rígido controle sanitário, servindo de vitrine para outros que poderiam se espelhar na decisão norte-americana e, eventualmente, também suspender importações do Brasil, embora isso não tenha sido aventado até o momento por nenhum governo.
Enfim, temos que deflagar uma Operação Carne Forte, contraponto à Operação Carne Fraca, que, de problema administrativo e de corrupção, acabou por abalar a confiança na carne brasileira em vários países.
Os norte-americanos têm inspecionado 100% da carne que chega do Brasil. Até agora, 11% foi recusado, bem acima da taxa de rejeição de 1% do resto do mundo. Os EUA negaram a entrada de cerca de 860 toneladas de carne devido a preocupações relacionadas à saúde. O bloqueio será mantido até que o Ministério da Agricultura tome medidas corretivas, segundo as autoridades sanitárias de Washington.
O ministro Blairo Maggi lamentou o embargo de 13 frigoríficos - cinco dos quais já tinham sido suspensos pelo Brasil. Sua viagem para os EUA é uma atitude necessária, acertada e importante.
 
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