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Opinião

- Publicada em 23 de Junho de 2017 às 15:56

Combater o desmatamento ou perder a Amazônia

Mais um vexame internacional proporcionado pela incúria brasileira no trato das questões ambientais. Na visita do presidente Michel Temer (PMDB) à Noruega na semana passada, o governo do país nórdico anunciou um corte de 50% no dinheiro enviado ao Brasil para enfrentar o desmatamento na Floresta Amazônica.
Mais um vexame internacional proporcionado pela incúria brasileira no trato das questões ambientais. Na visita do presidente Michel Temer (PMDB) à Noruega na semana passada, o governo do país nórdico anunciou um corte de 50% no dinheiro enviado ao Brasil para enfrentar o desmatamento na Floresta Amazônica.
A Noruega é a maior doadora do Fundo Amazônia, instituído em 2008 para captar recursos para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e para promover o uso sustentável da floresta. Desde então, Oslo já doou R$ 2,8 bilhões, valor 45 vezes maior que o da segunda colocada na lista, a Alemanha, com R$ 60,7 milhões, de acordo com dados do Fundo Amazônia.
O último aporte norueguês, em dezembro de 2016, foi de R$ 330 milhões. O contrato entre a nação nórdica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), responsável pelo fundo, não prevê limite máximo de recursos, mas diz que o dinheiro será usado em projetos até 2020.
A Noruega já havia mostrado preocupação com o aumento do ritmo do desmatamento na Amazônia e com a aprovação pelo Congresso de duas medidas provisórias que reduziam a área de proteção ambiental na floresta, ambas vetadas por Temer.
Isso é uma chaga para o País que detém a maior floresta tropical do mundo e a maior rede hidrográfica do planeta. Há décadas, quando os então pioneiros militares da Força Aérea Brasileira (FAB) voltavam da - ainda pouco conhecida e quase intocada - Amazônia, diziam às crianças daqueles anos que havia uma cobiça internacional sobre a região.
Pois decorridos mais de 60 anos e eis que o presidente Michel Temer teve que ouvir discurso crítico dos noruegueses para cortar ajuda importante para a preservação da Amazônia Legal. Há um clamor mundial pela proteção da Amazônia, considerada por muitos como "o pulmão do mundo", tal a importância da floresta para o equilíbrio climático do planeta.
Os militares afirmam que o Brasil tem que cuidar da região, pois a cobiça é grande pelas riquezas naturais. Agora, com a expansão desordenada da pecuária, grandes áreas são devastadas para dar lugar ao pasto rasteiro, um autêntico crime ambiental. O desmatamento chegou a 6 mil quilômetros quadrados em 2015 e a 8 mil quilômetros quadrados em 2016.
As Nações Unidas também pressionam o Brasil para que preserve a floresta nativa. Realmente, as taxas de desmatamento no País foram altas, nos dois últimos anos, dados levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Há insinuações internacionais para que o Brasil aceite uma soberania relativa sobre a região.
Depois do relativismo ético, das guerras baseadas em mentiras, das crises cujo epicentro são os países ricos, mas que são bancadas pelos pobres, dos organismos internacionais feitos para proteger os interesses das nações poderosas, chegou a vez do olho grande mundial cair sobre a Amazônia.
Tão grande quanto descuidada, entregue aos desmatadores, às missões religiosas que têm muitos pecados a expiarem e às Organização Não Governamentais (ONGs) que realizam trabalhos explícitos para laboratórios, governos e agências estrangeiras, a Amazônia poderá ser internacionalizada.
Mas não por falta de alertas das Forças Armadas. Há pelo menos 20 anos que os almirantes, generais e brigadeiros pedem maior presença do Estado naquelas selvas. Mas o que se deixou por lá foram a indiferença, as doenças e certo atraso, enquanto o resto do Brasil, mesmo que aos trancos e barrancos, progredia.
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