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Opinião

- Publicada em 14 de Junho de 2017 às 16:32

Governadores buscam recursos da União todos anos

Que algo está errado no pacto federativo do Brasil, especialmente no quesito da distribuição dos recursos financeiros arrecadados pelo governo federal, tudo indica que ninguém mais tem dúvidas. Todos veem, duas, três ou até mais vezes por ano, os governadores indo a Brasília em busca do socorro da União.
Que algo está errado no pacto federativo do Brasil, especialmente no quesito da distribuição dos recursos financeiros arrecadados pelo governo federal, tudo indica que ninguém mais tem dúvidas. Todos veem, duas, três ou até mais vezes por ano, os governadores indo a Brasília em busca do socorro da União.
No caso do Rio Grande do Sul, é uma rotina que se repete com todos os governadores que passaram pelo Piratini nos últimos 40 anos, pelo menos. Os mais velhos, então, contam histórias que parecem invencionices de quem já chegou na hoje popular terceira idade.
Mas, não, tudo é verdade e o governador José Ivo Sartori (PMDB), ao também comparecer em jantar oferecido pelo presidente Michel Temer (PMDB) na terça-feira, apenas confirmou a regra. O Estado, como é sabido, está mal. Aliás, continua muito mal das finanças e, no curto prazo, não há solução fora da renegociação da dívida com a União.
O pacote de medidas enviado à Assembleia Legislativa, se aprovado na sua segunda parte e a mais delicada, a das privatizações ou federalização de estatais gaúchas, poderá dar alívio. Mas, segundo líderes classistas, não resolverá, não de todo, a falta de verbas.
Então, há que se fazer um acurado estudo sobre a distribuição de tributos no País e a participação de estados e municípios no bolo. Roberto Campos, um dos maiores economistas que o Brasil já teve, dizia, jocosamente, que "se me perguntassem sobre o nível do debate econômico no País, eu diria que é uma razoável aproximação do Q.I. das amebas...".
O fato é que, na atualidade, temos uma autêntica aberração na concentração de renda entre os estados brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso porque, em 2014, cinco estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná foram responsáveis por 64,9% do PIB do País. Uma situação jamais abordada nos meios acadêmicos, ou nos planos de governos. Quase uma imoralidade, segundo alguns analistas financeiros.
O PIB per capita do Brasil em 2014 foi de R$ 28.500,24. Entre as 27 unidades da federação, o líder continua sendo o Distrito Federal (DF), com R$ 69.216,80, não por acaso lá está a maior concentração de servidores públicos, seguido por São Paulo, com R$ 42.197,87, e o Rio de Janeiro, com R$ 40.767,26.
O mais rico do Brasil, o DF, tem um PIB per capita 64% maior do que o de São Paulo. E isso não é debatido no Brasil. Os últimos desse ranking eram o Maranhão, com R$ 11.216,37, e o Piauí, com R$ 11.808,08, ou seja, 83,80% menor do que o per capita do DF. Como o Brasil somente discute problemas de tesouraria, essas aberrações jamais fazem parte de qualquer plano de governo. Sem dúvida, e por isso mesmo, para muitos analistas financeiros, o Brasil é considerado um conjunto vazio.
No encontro dos governadores com Michel Temer, o presidente, pressionado pelo péssimo ambiente político e sofrendo inúmeras acusações de envolvimento na Operação Lava Jato, ofereceu a boa vontade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), em troca do apoio de governadores.
Passada a decisão do PSDB de permanecer na base do governo, o presidente Temer lançou uma nova ofensiva na tentativa de se fortalecer no cargo. No jantar aos governadores, ao qual esteve presente José Ivo Sartori, Temer informou que o Bndes está à disposição para ajudar os estados. O Brasil não vai parar. Não pode parar.
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