Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

américa do sul

- Publicada em 28 de Junho de 2017 às 15:32

'Temos um terrorismo de Estado'

Piloto que atacou prédios estatais instou militares a darem golpe

Piloto que atacou prédios estatais instou militares a darem golpe


AFP/AFP/JC
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou ontem que o governo do presidente Nicolás Maduro impôs um "terrorismo de Estado" por meio dos militares e do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou ontem que o governo do presidente Nicolás Maduro impôs um "terrorismo de Estado" por meio dos militares e do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
"Aqui parece que todo o país é terrorista (...), creio que temos um terrorismo de Estado", disse a procuradora à imprensa venezuelana. Ex-aliada do chavismo, Luisa reiterou que o país vive uma ruptura da ordem constitucional.
A declaração ocorre um dia após um helicóptero da polícia científica venezuelana sobrevoar os prédios do TSJ e do governo em Caracas. O responsável pela ação foi Oscar Pérez, de cerca de 30 anos, membro da polícia científica.
Pilotando um helicóptero da instituição junto a um homem encapuzado, Pérez lançou quatro granadas contra a sede do TSJ e disparou 15 tiros contra o Ministério do Interior e Justiça. A ação foi classificada por Maduro como um "ataque terrorista". O presidente do TSJ, Maikel Moreno, condenou o ataque e convocou uma reunião especial com representantes dos poderes públicos para acelerar a investigação sobre Pérez.
Na terça-feira, o policial divulgou nas redes sociais vídeos em que aparece, junto a homens encapuzados e armados, dizendo não pertencer a nenhum grupo político específico, mas sim a uma "coalizão" de civis e militares que luta "contra a tirania". "Fazemos um apelo a todos os venezuelanos de Leste a Oeste, de Norte a Sul (...) para nos reencontramos com nossas Forças Armadas e, juntos, recuperarmos nossa amada Venezuela."
Segundo Maduro, o piloto do helicóptero, que está foragido, trabalhou para seu ex-ministro do Interior e da Justiça Miguel Rodríguez Torres, general reformado que se distanciou do governo e foi vinculado pelo presidente ao suposto complô.
Rodríguez Torres, que foi diretor de Inteligência do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), chamou de "sandices" as acusações de Maduro, que o denunciou como um agente a serviço da CIA e de trabalhar por uma intervenção militar dos Estados Unidos. "Os golpes são dados pelos militares na ativa. Sou general reformado há três anos, e militares reformados não dão golpes", descartou Torres, em entrevista coletiva.
Horas antes do incidente com o helicóptero, Maduro havia advertido que, "se a Venezuela afundasse no caos e na violência e a Revolução Bolivariana fosse destruída, iríamos para o combate (...), e o que não se pode com os votos, tomaríamos com as armas".
 

Novos protestos levam Nicolás Maduro a convocar as Forças Armadas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, colocou as Forças Armadas do país em alerta ontem após a oposição convocar mais um protesto contra o governo. Encabeçadas pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), as ações ocorreram nas principais estradas do país e impediram o trânsito veicular.
No estado de Anzoátegui, no norte venezuelano, um jovem de 18 anos foi morto a tiros por policiais na madrugada de ontem, de acordo com o jornal El Nacional, durante manifestações. Com isso, o número de mortos na onda de protestos contra o governo de Maduro, iniciada em 1 de abril, já chega a 76.