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Internacional

- Publicada em 25 de Junho de 2017 às 16:48

Justiça torna líder opositor de Putin inelegível

Navalny postulava a presidência e chama a decisão de armação

Navalny postulava a presidência e chama a decisão de armação


ANDREY BORODULIN/ANDREY BORODULIN/AFP/JC
A Comissão Central Eleitoral da Rússia barrou, na sexta-feira, a possibilidade de candidatura de Alexei Navalny, o blogueiro e líder opositor que comandou os mais recentes protestos contra o governo de Vladimir Putin. Ele postulava ser candidato a presidente em 2018.
A Comissão Central Eleitoral da Rússia barrou, na sexta-feira, a possibilidade de candidatura de Alexei Navalny, o blogueiro e líder opositor que comandou os mais recentes protestos contra o governo de Vladimir Putin. Ele postulava ser candidato a presidente em 2018.
A alegação para a proibição foi o fato de Navalny ter sido condenado, em 2013, a cinco anos de prisão por desvio de recursos. Ele diz que a condenação é uma armação, no que foi apoiado pela Corte Europeia de Direitos Humanos. A lei russa estabelece que uma pessoa sentenciada criminalmente só pode concorrer a cargos eletivos dez anos após a condenação.
O caso tem elementos obscuros. Navalny teria desviado madeira quando era um consultor não remunerado da região administrativa de Kirov, gerando prejuízo de US$ 500 mil. Só que a Justiça nunca conseguiu estipular onde estaria o dinheiro ou para onde teria ido o produto do suposto crime. Ele diz que a condenação só busca tirá-lo da corrida presidencial. O blogueiro, aliás, está cumprindo 30 dias de prisão por organizar atos não sancionados pelo governo contra Putin, há duas semanas.
Advogado de 41 anos, Navalny emergiu como a principal voz da oposição russa, a partir de denúncias contra corrupção na Rússia feitas em seu blog. Sem vínculos partidários tradicionais, ele fundou uma agremiação nanica e disputou a prefeitura de Moscou em 2013, ficando em segundo lugar, com 27%, em uma campanha baseada em ativismo por redes sociais.
Ele também coordena a Fundação Russa Anticorrupção, que investiga figuras do establishment putinista. Navalny faz mais barulho que seus antecessores na tarefa de desafiar o Kremlin. O político liberal Boris Nemtsov acabou assassinado, e o enxadrista Garry Kasparov se mudou para os EUA. Mikhail Khodorkovski foi preso sob acusação de desvios e lavagem de dinheiro em 2003 e só saiu da cadeia em 2013. Ainda assim, ele aparece com marginais 1% de intenção de voto nas pesquisas mais recentes, e com uma rejeição alta. O fato de ser ignorado solenemente pela televisão estatal russa, exceto quando para sofrer críticas, pode ter a ver com isso.
Se Navalny não estiver no páreo, há dúvidas sobre quem desafiará Putin, que poderá concorrer à reeleição. O Partido Comunista deve ter Gennadi Ziuganov como candidato, como ocorre há anos, para ficar em segundo lugar. Outros nomes não despontam com força, e hoje apenas quatro agremiações, das 70 existentes no país, cumprem requisitos para lançar candidatos ao Kremlin.
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