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Moradia

- Publicada em 22 de Junho de 2017 às 22:54

Famílias da Lanceiros Negros seguem em busca de apoio

Protesto dos Lanceiros Negros no Centro

Protesto dos Lanceiros Negros no Centro


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Pouco mais de uma semana depois de serem removidas do prédio público que ocupavam há um ano e sete meses, as cerca de 70 famílias da Ocupação Lanceiros Negros seguem precisando de auxílio. Segundo Nana Sanches, do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), parte dos antigos moradores está em casas de parentes, mas muitos ainda permanecem sendo atendidos por uma rede de solidariedade formada, em sua maioria, por integrantes de movimentos sociais.
Pouco mais de uma semana depois de serem removidas do prédio público que ocupavam há um ano e sete meses, as cerca de 70 famílias da Ocupação Lanceiros Negros seguem precisando de auxílio. Segundo Nana Sanches, do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), parte dos antigos moradores está em casas de parentes, mas muitos ainda permanecem sendo atendidos por uma rede de solidariedade formada, em sua maioria, por integrantes de movimentos sociais.
Boa parte das mulheres e crianças que residiam na Lanceiros Negros foi acolhida na ocupação Mulheres Mirabal (rua Duque de Caxias, 380). No local, onde funcionou, durante mais de 20 anos, o Lar Dom Bosco, ligado aos irmãos salesianos, também estão sendo centralizadas as doações. A principal necessidade, de acordo com Sanches, é de alimentos não perecíveis, mas itens como colchões e cobertores também são bem-vindos.
Nos últimos dias, educadores e psicólogos passaram a atuar junto ao grupo, que também recebe apoio de vereadores e deputados estaduais. O objetivo é dedicar especial atenção às crianças, mais vulneráveis aos efeitos negativos da desocupação. Há preocupação também em mantê-las frequentando as aulas, já que algumas tiveram que ir para áreas distantes das escolas onde estão matriculadas. "O governo não fez nenhuma sinalização sobre a manutenção da matrícula. Nós, do movimento, é que estamos vendo a continuidade das crianças nas escolas."
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o secretário estadual de Obras, Saneamento e Habitação, Fabiano Pereira, evitou dar um prazo para o início de novas obras no prédio. Parte do edifício, de posse do Estado, deve abrigar estruturas da Defesa Civil e da Casa Civil. Segundo Pereira, o primeiro passo é a realização de uma nova vistoria, a partir da qual o projeto existente será atualizado.
"É legítimo o movimento das pessoas lutarem pelas suas moradias e conquistas, mas, quando se trata de prédio público, há uma questão. Se ele é utilizado por duas ou três pessoas, ele é privatizado por aquelas pessoas. É o público apropriado pelo privado. Se é público, pertence a toda a sociedade. Senão nós iriamos admitir que pessoas pudessem estar no meio da rua, no meio da praça, em qualquer lugar." Antes da ocupação, o edifício permaneceu vazio por mais de uma década.

Inquérito deve apurar circunstâncias da reintegração no Centro da Capital

Na quarta-feira, o secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, determinou ao comando da Brigada Militar a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias da desocupação do prédio que abrigava a Lanceiros Negros. A determinação teria sido sinalizada pelo governador José Ivo Sartori após uma reunião, no começo da semana, com o presidente da Assembleia Legislativa (AL), deputado Edegar Pretto (PT). O processo deve ser concluído em 40 dias.
Em paralelo, Pretto solicitou ao presidente do Tribunal de Justiça gaúcho, desembargador Luiz Felipe Silveira Difini, que apure possíveis ilegalidades cometidas na reintegração. Um dos principais pontos de indignação está na detenção, durante a operação, do deputado Jefferson Fernandes (PT), que preside a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da AL.