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- Publicada em 17 de Junho de 2017 às 21:42

Olimpíada no Brasil ganha o palco em festival de criatividade em Cannes

Cerimônia buscou agradar o mundo inteiro, mas teve o trunfo de elevar a autoestima do brasileiro

Cerimônia buscou agradar o mundo inteiro, mas teve o trunfo de elevar a autoestima do brasileiro


FERNANDO FRAZ/ABR/JC
Estadão Conteúdo
Em meio a uma enxurrada de más notícias na economia e na política, o Brasil teve pelo um momento de alívio no ano passado. A resistência à Olimpíada do Rio, que foi realizada no meio de uma recessão econômica e por um preço muito acima do inicialmente orçado, arrefeceu quase automaticamente em 6 de agosto do ano passado, quando foi ao ar, para todo o mundo, a cerimônia de abertura dos jogos.
Em meio a uma enxurrada de más notícias na economia e na política, o Brasil teve pelo um momento de alívio no ano passado. A resistência à Olimpíada do Rio, que foi realizada no meio de uma recessão econômica e por um preço muito acima do inicialmente orçado, arrefeceu quase automaticamente em 6 de agosto do ano passado, quando foi ao ar, para todo o mundo, a cerimônia de abertura dos jogos.
A cerimônia, que sempre teve a tarefa de agradar o mundo inteiro, de repente ganhou uma dimensão a mais: a de melhorar a abalada autoestima do brasileiro. Em 2011, quando a agência SRCom, do publicitário Flávio Machado, ganhou a concorrência para o trabalho, o clima era completamente diferente. O País estava em estado de euforia econômica, após uma expansão de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano anterior.
"A gente sabia que teria menos dinheiro para fazer a abertura desde o início", lembra Machado, que estará no domingo (18), no palco do Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade para falar sobre a experiência de organizar o evento, ao lado da diretora Daniella Thomaz e do artista Vik Muniz. Já que era necessário economizar e improvisar, o conceito da festa acabou adotando o jeitinho brasileiro e passou a refletir o espírito da "gambiarra".
Embora Machado não confirme o orçamento da festa, fontes dizem que a cerimônia custou cerca de R$ 100 milhões - bem menos do que os R$ 400 milhões dos jogos de Londres, em 2012, e cerca de um décimo do recorde que havia sido gasto em Pequim, em 2008. A mudança da temperatura da economia se refletiu na festa, segundo o publicitário. "Não havia nem clima para uma proposta muito extravagante."
Embora a cerimônia tenha contado também com os cineastas Fernando Meirelles e Andrucha Waddington como diretores, Machado afirma que Daniella Thomaz merece o maior crédito pelo conceito visual do evento. "Ela se dedicou à abertura como ninguém. Trabalha muito bem o conceito do que quer mostrar, busca uma razão para o que está sendo mostrado visualmente."
Em Cannes, Machado também falará sobre a cerimônia da Paralimpíada, que foi realizada em setembro de 2016 e teve de ser feita com um orçamento ainda menor. Para a cerimônia, o time criativo foi diferente: o publicitário Fred Gelli, o escritor Marcelo Rubens Paiva e o artista plástico Vik Muniz.
Enquanto a Olimpíada teve o improviso como tema e também tentou resumir a história do Brasil para uma audiência internacional, a abertura da Paralimpíada trabalhou para despertar os cinco sentidos da plateia e de quem assistia ao espetáculo pela TV. Entre as cenas icônicas destacou-se o "balé" com a atleta Amy Purdy, que ganhou uma medalha de bronze competindo com snowboarding na Paralimpíada de Inverno de 2014.
Antes de ganhar a disputa para realizar as aberturas da Olimpíada e da Paralimpíada, a agência de Machado já havia angariado experiência em grandes eventos. Por uma década, foi responsável pela organização do Réveillon de Copacabana, no Rio, além de realizar ativações para diversas marcas, incluindo Coca-Cola e Google. Agora, com o caso da Olimpíada debaixo do braço, a SRCom está tentando buscar trabalhos internacionais. "Acho que (a cerimônia) abre oportunidades para a gente fora do Brasil."
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