Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 06 de Junho de 2017 às 22:49

Por falta de segurança, pais e direção interditam escola

Fezes de pombos se acumulam em parapeitos e telhados próximos às salas de aula da Ibá Ilha Moreira

Fezes de pombos se acumulam em parapeitos e telhados próximos às salas de aula da Ibá Ilha Moreira


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Isabella Sander
Montanhas de fezes de pombos fizeram com que pais de alunos e a direção da Escola Estadual de Ensino Fundamental General Ibá Ilha Moreira decidissem, por conta própria, interditar o prédio, localizado no bairro Jardim Carvalho, na zona Leste de Porto Alegre. Os dejetos ficam acumulados em parapeitos de janelas e em dois telhados que dão para a janela dos corredores e salas de aula do terceiro andar. Ontem, a comunidade escolar realizou protesto em frente ao local. 
Montanhas de fezes de pombos fizeram com que pais de alunos e a direção da Escola Estadual de Ensino Fundamental General Ibá Ilha Moreira decidissem, por conta própria, interditar o prédio, localizado no bairro Jardim Carvalho, na zona Leste de Porto Alegre. Os dejetos ficam acumulados em parapeitos de janelas e em dois telhados que dão para a janela dos corredores e salas de aula do terceiro andar. Ontem, a comunidade escolar realizou protesto em frente ao local. 
Os 457 estudantes ficarão sem aula até que a situação se resolva. Uma equipe da Unidade de Saúde da Família Jardim Carvalho realizou vistoria no prédio e entregou ofício confirmando uma "enorme quantidade de fezes de pombos, mau cheiro, restos biológicos e orgânicos, causando sérios riscos de contaminação". Os profissionais da saúde informam no documento, ainda, que a proximidade com os pombos pode acarretar doenças, especialmente se houver contato com as fezes secas da ave. Inalar os dejetos juntamente com a poeira urbana pode trazer alergias de pele, problemas respiratórios e até mesmo afetar o sistema nervoso central e levar à morte.
Além da presença de fezes, também há infiltrações no telhado, causando goteiras nas salas de aula e nos corredores do terceiro andar. O banheiro masculino do terceiro andar não possui torneira em nenhuma das três pias e, no feminino, há apenas uma, e ali a luz não funciona. "Os meninos são autorizados a ir ao banheiro das meninas para lavar as mãos", revela Márcia Cavalheiro, de 32 anos, mãe de um aluno do 3º ano da General Ibá.
No pátio, os estudantes usam brinquedos quebrados e enferrujados, correm entre cadeiras e classes dispensadas e em uma grama na qual a reportagem do Jornal do Comércio contabilizou a presença de ao menos três ratos mortos. O pátio também é separado de uma casa com cachorro de porte grande por apenas uma cerca vazada.
Há pombos mortos no telhado e, quando chove, a infiltração causada por uma telha quebrada faz entrar água misturada com fezes e sangue da ave. "Vai para dentro da sala, alaga e escorre por todo o corredor", reclama Márcia. Ela afirma, ainda, que falta merenda na instituição desde outubro de 2016 e que há falta de professores.
Os pais de estudantes da General Ibá não culpam apenas a direção da escola, mas também a Secretaria Estadual de Educação (Seduc). "Temos, desde o ano passado, esse acúmulo de fezes de pombos, e nossos filhos estão lá correndo perigo. Pedimos para a diretora, ela foi na Seduc, correu atrás, mas ninguém resolveu o problema", critica Márcia.
A Seduc, por meio de assessoria de imprensa, informa que a direção da instituição possui autonomia financeira, o que significa que recebe repasses periodicamente para fazer por conta própria pequenas intervenções, como conserto e limpeza de telhado e reparo de portas, lâmpadas e torneiras, e comprar merenda, por exemplo. Contudo, a escola não prestou contas relativas ao ano passado e teve sua verba bloqueada no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de órgãos e entidades estaduais (Cadin). O último repasse ocorreu em outubro de 2016.
Diante de denúncias dos pais, a 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) abriu sindicância em 19 de abril para apurar possível negligência por parte da direção da General Ibá. A apuração será finalizada até 19 de junho. Além da falta de manutenção e de merenda, o déficit de professores também é justificado pela Seduc por uma comunicação dessa ausência somente após o início do ano letivo, quando normalmente são feitas as reposições. Os educadores, mesmo assim, estão sendo providenciados.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO