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Conjuntura

- Publicada em 29 de Junho de 2017 às 19:14

Meta de inflação de 2019 é fixada em 4,25%

Dyogo Oliveira, Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn explicaram mudança; banda de tolerância continua em 1,5%

Dyogo Oliveira, Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn explicaram mudança; banda de tolerância continua em 1,5%


EVARISTO SA/EVARISTO SA/AFP/JC
O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu, nesta quinta-feira, que a meta de inflação, que desde 2005 está em 4,5%, será de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020. A banda, ou intervalo de tolerância, foi mantida em 1,5 ponto percentual. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, e pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu, nesta quinta-feira, que a meta de inflação, que desde 2005 está em 4,5%, será de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020. A banda, ou intervalo de tolerância, foi mantida em 1,5 ponto percentual. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, e pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
A partir de agora, a meta será fixada com três anos de antecedência, segundo decreto publicado no Diário Oficial da União. "Estamos iniciando uma convergência aos padrões internacionais, que tendem a ter padrões mais longos", afirmou Meirelles, que citou o forte recuo da inflação desde 2016 para justificar a decisão.
"O momento é propício. De um pico de 10,7% de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no início de 2016, já se chegou a 3,6% em maio em 12 meses, recuando, portanto, 7,1 pontos percentuais", disse Meirelles.
"Além do mais, é preciso ressaltar a credibilidade da política monetária do Banco Central, que garante a ancoragem das expectativas de inflação", afirmou o ministro. "Estamos assegurando a continuada queda do desemprego para padrões históricos e internacionais."
As expectativas de inflação para 2019 e 2020 já estão em 4,25%, de acordo com projeções dos analistas do boletim Focus. Segundo alguns analistas, uma meta menor ajuda a inibir a inflação no longo prazo.
Neste ano, a expectativa dos analistas é que o IPCA será de 3,48%, abaixo do centro da meta, de 4,5%. A banda atual é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2018, a projeção é de uma inflação oficial de 4,3%.
Meirelles afirmou que a fixação da inflação em 2020 em 4% - ou seja, 0,25 ponto percentual a menos do que os 4,25% fixados para 2019, que por sua vez é 0,25 ponto percentual menor que a dos anos anteriores - é uma sinalização de convergência da meta para os padrões internacionais, de 3%. "Sim, há uma sinalização clara da intenção do Brasil de convergir para os padrões internacionais", disse o ministro.
De acordo com o presidente do BC, a ampliação do prazo para definição da meta para três anos tem três benefícios: reduzir as incertezas, melhorando a capacidade de planejamento, juros de longo prazo mais baixos e acomodação de choques de preços no curto prazo.
"A maioria dos países tem metas e horizontes até mais longos do que os nossos", afirmou. "A política econômica hoje tem as condições inflacionárias necessárias (para a mudança), além da transparência e credibilidade necessárias."
A avaliação de parte do mercado é de que, apesar de a meta ter sido reduzida, a decisão do CMN pode levar a quedas maiores nas taxas de juros. Isso porque a mudança pode ajudar a reduzir as expectativas de juros para os próximos anos, permitindo ao Banco Central cortar mais a taxa básica.
Questionado se os juros podem subir com a mudança, o presidente do BC afirmou que, na verdade, a expectativa é que a decisão possa reduzir as taxas de longo prazo. "Nossa visão é que é o contrário", disse. "Vai levar a taxas de juros longos mais para baixo, desde que essas metas sejam críveis, notamos, nos últimos tempos, que as expectativas estão ancoradas. A expectativa para 2019 já está em 4,25%." A possibilidade, segundo Goldfajn, é que, ao longo do tempo, as projeções do mercado para a inflação de 2020 se reduzam para 4%.
 

Aluguel que vence em julho pode ficar mais barato com deflação do IGP-M

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), indicador de inflação usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel, fechou os 12 meses até junho em queda de 0,78%. No mês, a redução foi de 0,67%. Com isso, os contratos de aluguel residencial que fazem aniversário em julho poderão ter redução de valor, ao invés de aumento, segundo o Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário).
Cerca de 90% dos contratos residenciais não especificam que o reajuste para inflação ocorrerá apenas se ela for por positiva, diz Mark Turnbull, diretor de Locação do Secovi-SP. Por isso, a correção pode ser para reduzir o valor. "O proprietário é obrigado a reduzir o aluguel", diz Turnbull.
É a primeira vez desde janeiro de 2010 que o IGP-M fica negativo. Foram sete meses seguidos de deflação do aluguel entre 2009 e 2010, ainda reflexo da crise econômica mundial. Se o valor do aluguel é de R$ 1.000,00 com a redução de 0,78% passaria a ser de R$ 992,20. No entanto, Turnbull sugere que haja uma negociação entre inquilino e proprietário.
De julho de 2015 a dezembro de 2016, os novos contratos de aluguel reduziram de preço, segundo o Secovi-SP. Isso serviu de motivo para que moradores antigos de imóveis pedissem para não aplicar o reajuste anual de inflação sobre o valor pago mensalmente ao proprietário. O mesmo ocorreu com contratos vencidos, que poderiam ter aumento de preço na renovação. "Se no último ano o proprietário não aplicou o reajuste, nesse ano o inquilino pode manter o mesmo preço", sugere Turnbull.
 

Projeção do Ipea para o crescimento do PIB de 2017 cai de 0,7% para 0,3%

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou suas projeções macroeconômicas diante do aumento da incerteza nos últimos dois meses, informa a Carta de Conjuntura nº 35. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 ficou em 0,3%, e a de 2018, em 2,3%. Na Carta de Conjuntura anterior, o instituto previa crescimento do PIB em 0,7% neste ano e em 3,4% no ano seguinte.
"Após o impacto inicial dos eventos políticos ocorridos em maio sobre o câmbio, as taxas de juros de mercado e os índices acionários, houve certa estabilização seguida de recuperação parcial dos preços dos ativos. A manutenção desta relativa estabilidade permanece, porém, condicionada à evolução do quadro político", diz a carta.
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também mudou, passando de 3,9% para 3,5% neste ano e de 4,5% para 4,3% em 2018. "Em que pese o fato de que boa parte deste recuo veio por conta da forte queda nos preços dos alimentos, a tendência desinflacionária é disseminada e se verifica em todos os demais itens que compõem o índice", destaca a carta.

Presidente do BC afirma que fica mesmo sem Temer

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira que permanece no posto mesmo que o presidente Michel Temer saia da presidência. Questionado se continua na presidência do BC e se a política monetária se mantém mesmo se Temer eventualmente sair, Golfajn respondeu: "Sim e sim".
"O BC é uma instituição que preza autonomia, que se mantém, contínua e olha o médio e longo prazos. O presidente do BC está dentro desse contexto institucionalizado onde estamos trabalhando pela economia e pelo País", declarou.
Como mais questões surgiram sobre o tema, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, interveio e afirmou que o governo não trabalha com hipóteses. "Uma das coisas que aprendemos já há muitos anos é não trabalharmos com hipóteses. E se amanhã houver uma situação de catástrofe natural? Temos que trabalhar dentro do cenário colocado e dos mandatos da equipe econômica."