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Economia

- Publicada em 22 de Junho de 2017 às 19:53

Apenas oito de 58 ações do Ibovespa registram alta desde delação da JBS

Melhor resultado foi da fabricante de celulose e papel Fíbria ( 20,6%)

Melhor resultado foi da fabricante de celulose e papel Fíbria ( 20,6%)


/FIBRIA/DIVULGAÇÃO/JC
Pouco mais de um mês depois da divulgação de parte do conteúdo da delação dos executivos da JBS, na noite do dia 17 de maio, apenas oito ações das 58 que fazem parte do Ibovespa conseguiram ter um desempenho positivo no período. As melhores variações foram registradas pelos papéis de empresas exportadoras, que se beneficiam da alta do dólar - um dos primeiros efeitos da crise política, que agravou o cenário de incerteza na economia. Na outra ponta, o próprio frigorífico e empresas ligadas ao setor público acumulam fortes quedas.
Pouco mais de um mês depois da divulgação de parte do conteúdo da delação dos executivos da JBS, na noite do dia 17 de maio, apenas oito ações das 58 que fazem parte do Ibovespa conseguiram ter um desempenho positivo no período. As melhores variações foram registradas pelos papéis de empresas exportadoras, que se beneficiam da alta do dólar - um dos primeiros efeitos da crise política, que agravou o cenário de incerteza na economia. Na outra ponta, o próprio frigorífico e empresas ligadas ao setor público acumulam fortes quedas.
Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, diz que é natural que, em um momento de incerteza sobre os rumos da economia, as ações demorem mais para retomar aos patamares registrados antes da delação da JBS. O próprio Ibovespa, que é o principal índice do mercado de ações da B3 (ex-BM&FBovespa e Cetip), tem queda de 10% no período. Além disso, a recuperação de preços fica mais difícil em um cenário de ausência de notícias positivas para as companhias.
"Deve demorar para recuperar, porque há um cenário de incerteza, em que não temos previsibilidade sobre a economia. Não saiu nenhuma grande notícia para o mercado brasileiro voltar ao que estava antes", explicou.
Das oito ações com desempenho positivo entre os papéis do Ibovespa, o melhor resultado foi registrado pela fabricante de papel e celulose Fibria, com valorização de 20,6%, seguido por Suzano, por 14,7%, do mesmo setor. Com o dólar mais caro - a valorização foi de 6,3% no período -, se espera que essas empresas aumentem suas receitas.
Outra empresa que possui parte de seus resultados como fruto da venda de produtos ao exterior é a Klabin, que está entre os papéis que conseguiram recuperar o seu valor após a hecatombe do dia 18 de maio, primeiro dia de negociação após os executivos da JBS citarem o presidente Michel Temer como um dos beneficiários dos esquemas de corrupção da empresa. No período, a valorização foi de 5,33%.
Na outra ponta, como era esperado, as ações da JBS foram as que mais sofreram, com um tombo de 35,8%. O segundo papel que mais perdeu foi a preferencial da Eletrobras, com recuo de 28%. Já os da Petrobras recuaram 25,9%. No caso da petrolífera, além da incerteza interna, há ainda o agravante do forte recuo do preço do petróleo no mercado externo.
A Cyrella, que atua em um setor dependente de retomada da confiança na economia e juros baixos, viu seus papéis caíram 24,5% no período, mostrando que os agentes econômicos estão projetando um cenário em que será menor a magnitude do corte da Selic pelo Banco central e de demora na retomada da confiança.
O que mais tem preocupado investidores é a possibilidade de não aprovação das reformas econômicas. A chance de aprovação de uma mudança nas regras da Previdência é muito baixa, e até a atualização de alguns itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que era considerada algo de simples aprovação, perde força no Congresso Nacional. Essas medidas são consideradas importantes para dar sustentabilidade e acelerar a retomada econômica do Brasil. "O Ibovespa mostra que não está pronto para voltar ao seu canal de alta ou embarcar numa queda. Até agora, os preços só refletem a precificação do mercado para o risco de novas turbulências", avaliaram, em relatório a clientes, os gestores da Bullmark Financial Group.
 
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