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Consumo

- Publicada em 21 de Junho de 2017 às 21:53

Shoppings do M.Grupo terão dia decisivo hoje

Certame oferta 30% do Shopping Lajeado e toda a unidade de Gravataí

Certame oferta 30% do Shopping Lajeado e toda a unidade de Gravataí


GUILHERME DAROIT/GUILHERME DAROIT/ESPECIAL/JC
Mais um capítulo na saga dos shoppings centers do M.Grupo começa a ser escrito hoje. Nesta quinta-feira, um leilão extrajudicial movido por credores tenta achar comprador para o Shopping Gravataí e 30% do Shopping Lajeado. Em paralelo, em Porto Alegre, a Justiça julga um recurso impetrado pelos lojistas do Vale do Taquari que pede o afastamento de empresas do grupo - envolvido em diversos problemas nos últimos anos - da administração do centro comercial.
Mais um capítulo na saga dos shoppings centers do M.Grupo começa a ser escrito hoje. Nesta quinta-feira, um leilão extrajudicial movido por credores tenta achar comprador para o Shopping Gravataí e 30% do Shopping Lajeado. Em paralelo, em Porto Alegre, a Justiça julga um recurso impetrado pelos lojistas do Vale do Taquari que pede o afastamento de empresas do grupo - envolvido em diversos problemas nos últimos anos - da administração do centro comercial.
A ação judicial envolvendo a gestão do Shopping Lajeado guarda semelhanças com outra referente ao Shopping Gravataí, que, em fevereiro, retirou o M.Grupo da gestão do centro comercial da Região Metropolitana, nomeando uma administradora judicial, a Pró-Overseas (que administra o Shopping Total, na Capital). Naquela mesma semana, os comerciantes de Lajeado também obtiveram uma liminar na justiça local afastando as empresas do M.Grupo da administração do shopping, e uma empresa do município, a Resolve Condomínios, chegou a ser nomeada como interventora, mas o grupo empresarial recorreu e conseguiu suspender a decisão.
Os lojistas entraram com um recurso em instância superior, que está na pauta para julgamento na tarde de hoje, na 19ª Câmara Cível na Capital. O argumento dos locatários é de que o M.Grupo (que controla o shopping com a empresa M.Asia) não teria mais capacidade de gerir o empreendimento e fazer investimentos - a falência da Magazine Incorporações, outro braço do grupo, seria um dos indícios. No verão passado, o Shopping Lajeado ainda enfrentou problemas com o corte de energia elétrica, restabelecida após os comerciantes adiantarem parcelas de condomínio para quitação de dívidas da administradora com a distribuidora.
"É preciso ter alguém que diga que o shopping vai ter rumo. Há lojistas que dependem de renovação de contratos, interessados em abertura de lojas, e isso não está acontecendo", argumenta o advogado dos locatários, César Walmor Bublitz. O advogado afirma que o centro de compras tem conseguido se manter com certa normalidade, mas que a situação ainda é crítica. "Vai funcionando, mas falta capacidade de fazer novos trabalhos, ter uma perspectiva de investimentos necessários", comenta.
Bublitz ainda ressalta o reforço do ingresso da RB Capital como parte interessada no processo, ao lado dos lojistas. A empresa de mercado de capitais é uma das principais credoras do M.Grupo, e possui 70% do Shopping Lajeado como garantia de financiamentos ao conglomerado. A credora também tenta na Justiça executar a dívida, segundo Bublitz, que projeta o leilão dessa fatia do controle do Shopping Lajeado até o fim do ano. "A nossa intenção é de nomear um administrador transitório, que garanta a viabilidade do shopping até lá", continua Bublitz.
Caso tenham sucesso, os locatários esperam ter a mesma satisfação alegada pelos lojistas do empreendimento na Região Metropolitana. A ação que retirou o M.Grupo da gestão do Shopping Gravataí no início do ano foi movida diretamente pela Ápice, securitizadora que possui o empreendimento (além dos outros 30% do Shopping Lajeado) como garantia de dívidas do conglomerado. "Muita coisa já mudou para melhor, com promoções, divulgações, foi consertada uma cratera que havia no estacionamento, hoje os lojistas têm acesso à administradora. Nada disso eles tinham", analisa a advogada dos comerciantes do Shopping Gravataí, Eliane Fontoura Soster.

Leilão é visto pelos lojistas como uma formalidade judicial apenas

O leilão que tenta achar comprador para o Shopping Gravataí e 30% do Shopping Lajeado, dados como garantia pelo M.Grupo a dívidas com a Ápice Securitizadora, deve ser apenas uma formalidade. É o que espera a advogada dos lojistas do centro comercial de Gravataí, Eliane Fontoura Soster. "O valor é muito elevado, o que pode afastar compradores", comenta Eliane.
A primeira tentativa será realizada hoje, às 15h30min, em São Paulo, pela leiloeira Milan Leilões. O lance mínimo para o lote é de R$ 231.390.200,00, sendo quase R$ 189 milhões referentes ao Shopping Gravataí, e os outros R$ 42,5 milhões relacionados à parcela do Shopping Lajeado. Caso não apareça comprador, uma nova tentativa será feita no dia 29, com lance mínimo de R$ 207.583.702,75 - valor equivalente à dívida do M.Grupo com a Ápice, acrescida de encargos. Não havendo novamente interessados, as propriedades são revertidas à credora.
É esse o desejo dos locatários, segundo Elaine. "Os lojistas estão aguardando pelo leilão para que se consolide a propriedade para a Ápice e se dê seguimento aos investimentos", comenta. A securitizadora teria um projeto para o Shopping Gravataí que se consolidaria caso a administração, hoje mantida por via judicial, se torne efetiva. A advogada garante que já há redes interessadas em abrir no shopping, apenas esperando a mudança. "Os lojistas passaram por muito desgaste, pagavam a conta de luz, e ela era cortada, alagamentos, obras erradas. Agora, já estão acreditando muito mais no centro comercial", defende.
O advogado dos lojistas do Shopping Lajeado, César Walmor Bublitz, também não vê grande possibilidade de haver interessados na parte do empreendimento que integra o lote. "É uma participação como se fosse um sócio minoritário, sem opção no controle do shopping. O comprador teria que compor com a RB Capital", analisa Bublitz. O portfólio de shoppings montado pelo M.Grupo a partir de 2012 chegou a contar também com o Max Shopping (Santa Cruz do Sul, revertido à Ápice e renomeado Shopping Germânia), Aldeia Praia Shopping (Xangri-lá) e o Shopping Bento Gonçalves (na cidade da Serra).