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Economia

- Publicada em 11 de Junho de 2017 às 18:18

Brasil vai assumir Mercosul em busca de acordo com europeus

Na atual rodada, europeus ofereceram uma abertura menor do que a brasileiros

Na atual rodada, europeus ofereceram uma abertura menor do que a brasileiros


PEDRO FRAN/AGÊNCIA SENADO/JC
Sacudido pela instabilidade política, o Brasil assumirá a presidência do Mercosul no fim de julho, para um semestre que promete ser o mais importante em muitos anos, do ponto de vista econômico. No período ocorrerão as negociações mais difíceis do acordo com a União Europeia, cuja conclusão os dois lados gostariam de anunciar no fim do ano. Outro ponto alto da coordenação brasileira deverá ser a assinatura de um acordo de compras governamentais entre os sócios do bloco.
Sacudido pela instabilidade política, o Brasil assumirá a presidência do Mercosul no fim de julho, para um semestre que promete ser o mais importante em muitos anos, do ponto de vista econômico. No período ocorrerão as negociações mais difíceis do acordo com a União Europeia, cuja conclusão os dois lados gostariam de anunciar no fim do ano. Outro ponto alto da coordenação brasileira deverá ser a assinatura de um acordo de compras governamentais entre os sócios do bloco.
No entanto, a crise brasileira ameaça tirar foco e velocidade dos trabalhos. "Se eu dissesse que não atrapalha, estaria mentindo", diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. "Toda negociação precisa de um ambiente de confiança". No próprio governo, admite-se que a instabilidade "deixa tudo mais ou menos".
O rumo, porém, será mantido independentemente dos desdobramentos que a crise política possa ter. "Essa agenda econômica é imposição da sociedade brasileira e da realidade do mundo", diz um integrante do governo. "Não dá para imaginar que a economia brasileira vá se fechar mais."
Para o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, Oliver Stuenkel, o governo continua ativo em suas propostas para a economia, apesar das turbulências. "Os técnicos continuam trabalhando, mas sem um apoio político isso fica limitado". Hoje, observou, não é possível afirmar se o chanceler será o mesmo na semana que vem.
Para o professor, a capacidade de o presidente Michel Temer liderar o processo depende da percepção dos parceiros sobre sua permanência ou não no cargo. Por outro lado, ele acredita que a meta de fechar o acordo com os europeus no fim do ano continua presente.
O período de presidência brasileira à frente do Mercosul deve ser uma continuidade do trabalho iniciado em 2017 pela Argentina: o revigoramento do lado econômico e comercial do Mercosul, abandonado principalmente no período em que o Brasil foi presidido por Dilma Rousseff e a Argentina por Cristina Kirchner.
O trabalho envolve duas frentes: a melhora no comércio no bloco e os novos acordos comerciais. Além da União Europeia, há conversas com o Canadá, o Efta (Suíça, Liechtenstein, Noruega, Islândia) e o Japão, entre outros.
Pelo calendário acertado com os europeus, é no fim do ano que ocorrerão as negociações sobre exportações de produtos agrícolas e industriais. Nesse ponto as tentativas anteriores emperraram ao longo das duas últimas décadas: europeus tentando proteger seus produtores rurais e sul-americanos tentando proteger sua indústria.
A atual rodada tampouco começou bem. Os europeus ofereceram uma abertura menor do que a brasileira, excluindo produtos agrícolas nos quais o País é competitivo, como etanol e carne bovina. "Serão barganhas difíceis", antecipa um técnico. Para ele, a meta de fechar o acordo até o início de 2018 só será factível se a vontade política realmente pautar as negociações.
Mercosul e União Europeia já conseguiram fechar pelo menos um capítulo do acordo: o que trata de defesa da concorrência. Por ele, os órgãos antitruste dos países poderão colaborar entre si. Já há textos-base para negociação em todos os demais temas, o que é considerado um quadro promissor.
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