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Gestão

- Publicada em 11 de Junho de 2017 às 21:27

Empresas do País estão entre as que mais trocam de CEOs

Brasil, Argentina e Chile são os países em que as empresas mais trocam de CEO no mundo, de acordo com uma pesquisa da Strategy&, consultoria estratégica da PwC. Dentre as 175 maiores empresas em termos de valor de mercado do grupo de países do Cone Sul, 31 delas (17,7%) mudaram de comando no ano passado. O índice está acima da média mundial, 14,9% no mesmo ano, e pouco abaixo do número relativo à região em 2015 (21,1%).
Brasil, Argentina e Chile são os países em que as empresas mais trocam de CEO no mundo, de acordo com uma pesquisa da Strategy&, consultoria estratégica da PwC. Dentre as 175 maiores empresas em termos de valor de mercado do grupo de países do Cone Sul, 31 delas (17,7%) mudaram de comando no ano passado. O índice está acima da média mundial, 14,9% no mesmo ano, e pouco abaixo do número relativo à região em 2015 (21,1%).
Sócio brasileiro da Strategy&, Ivan de Souza afirma que os resultados estão relacionados à situação econômica do País, que começa a sair de um forte período de recessão e que, conforme suas palavras, não encontra paralelo em nenhuma outra região do mundo. "É um agente que contribui para performance ruim das empresas, que leva muitas delas a demitirem CEOs para tentar melhorar os resultados", analisa Souza. Ele destaca que as empresas brasileiras representam de 75% a 80% da amostra nos três países sul-americanos.
A maioria das trocas de lideranças na região em 2016, é verdade, foram planejadas (61%). Só que, em todo o mundo, considerando as 2,5 mil maiores companhias abertas, esse índice é de 81%, o que reforça a tese de que os resultados financeiros por aqui causaram instabilidade no cargo.
O mesmo estudo ainda revela que cresceu em 36% o número de CEOs no mundo afastados por desvios éticos nos últimos cinco anos, em comparação com os cinco anteriores. Acusações de fraude, suborno, uso de influência para obtenção de informações privilegiadas (insider trading), desastres ambientais, currículos inflados e indiscrições sexuais, entre outras questões, foram responsáveis por 5,3% do total de substituições entre 2012 e 2016, contra 3,9% entre 2007 e 2011. Apenas no ano passado, foram contabilizados 18 casos. Os países dos Brics - Brasil, Rússia, Índia e China -, tiveram crescimento de 141% no período, o maior registrado em todas as regiões.
Os pesquisadores afirmam que os dados não significam que há mais casos de desvios éticos hoje do que no passado nas grandes empresas. No entanto, eles apontam cinco tendências dos últimos 15 anos que podem explicar o crescimento. A primeira delas seria de que o público está mais "desconfiado, crítico e menos tolerante a maus comportamentos corporativos" - o que seria impulsionado ainda pela maior exposição das companhias e seus executivos nos meios digitais e a "proliferação da mídia no século 21", que repercute informações negativas para as empresas em tempo real.
Além disso, a governança e as regulações em muitos países estariam "mais pró-ativas e menos punitivas" e mais companhias estariam apostando em mercados emergentes "onde riscos éticos são maiores" e que dependem de extensas cadeias de fornecedores, aumentando os riscos de contraparte. "Junte tudo isso, e o que você tem é maior escrutínio do comportamento de CEO, desejo maior de justiça e ações rápidas e menos margem de erro para todas as partes envolvidas", mostra a publicação.
A consultoria estratégica da PwC acredita que a melhor forma de evitar desvios éticos é investir em uma "cultura de integridade", o que incluiria garantir que a empresa não esteja criando pressões que influenciem funcionários a cometerem atos ilícitos ou antiéticos, fortalecimento de sistemas de negócios e controle financeiro que minimizem a oportunidade de maus comportamentos e o desencorajamento constante de que funcionários que burlam regras acreditem que as ações são justificáveis. Souza coloca o papel do conselho de administração em cobrar das lideranças uma gestão de risco e compliance eficientes como prioridade.

Troca de CEOS em 2016 nas maiores empresas abertas

CONE SUL*
175 empresas
  • Trocas 17,7%
Dentre elas:
  • Planejadas 61%
  • Forçadas 39%
*Brasil (75% a 80% do total), Argentina e Chile
MUNDO
2.500 empresas
  • Trocas 14,9%
Dentre elas:
  • Planejadas 81%
  • Forçadas 19%
 

Nenhuma mulher está entre os novos líderes da região do Cone Sul

Em todo o mundo, participação feminina entre dirigentes é de 3,6%

Em todo o mundo, participação feminina entre dirigentes é de 3,6%


/STOCKPHOTO/DIVULGAÇÃO/JC
Mesmo com o maior número de trocas em relação ao resto do mundo, Brasil, Argentina e Chile não tiverem uma mulher sequer entre os 31 novos CEOs de grandes empresas, de acordo com o estudo da Strategy&. É um retrocesso em relação ao ano anterior, quando quatro companhias passaram a ser administradas por líderes femininas (12,1%) na região.
Em todo o mundo, a participação das mulheres foi de 3,6% entre os executivos que se tornaram CEOs no ano passado, contra 2,8% no anterior. A pesquisa classifica o fato como uma "retomada da lenta tendência em direção a uma maior diversidade" no cargo máximo das grandes companhias. Cinco áreas - saúde, indústria de transformação, bens de consumo, tecnologia da informação e serviços de telecomunicações - não apresentavam uma CEO mulher em 2016.
A região do Cone Sul é ainda a que concentra o maior número de novos CEOs vindos de outras companhias - 42%, enquanto a média global é 18%. A maioria é da mesma nacionalidade que as empresas que assumiram (88%).