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Economia

- Publicada em 07 de Junho de 2017 às 18:02

NII Holdings vende 30% da Nextel para grupo escandinavo

Em situação financeira difícil, a Nextel encontrou um comprador estrangeiro para injetar dinheiro na empresa. A NII Holdings, controladora da Nextel, informou nesta terça-feira que vendeu 30% da operadora para o grupo escandinavo AINMT, inicialmente por US$ 50 milhões. Até novembro, o novo sócio pode adquirir outros 30% por US$ 150 milhões, se tornando o controlador da empresa por um total de US$ 200 milhões. Mas para concluir o negócio, a Nextel precisará equacionar sua dívida, estimada em US$ 756 milhões.
Em situação financeira difícil, a Nextel encontrou um comprador estrangeiro para injetar dinheiro na empresa. A NII Holdings, controladora da Nextel, informou nesta terça-feira que vendeu 30% da operadora para o grupo escandinavo AINMT, inicialmente por US$ 50 milhões. Até novembro, o novo sócio pode adquirir outros 30% por US$ 150 milhões, se tornando o controlador da empresa por um total de US$ 200 milhões. Mas para concluir o negócio, a Nextel precisará equacionar sua dívida, estimada em US$ 756 milhões.
Na primeira parte da transação, a NII Holdings se comprometeu a investir na operadora brasileira recursos obtidos com a venda da Nextel México para a AT&T em janeiro de 2015, reservando apenas US$ 50 milhões em seu próprio caixa. A companhia não revelou quanto do US$ 1,87 bilhão da operação ainda restam de saldo. Já na segunda etapa, haverá a injeção apenas por parte dos escandinavos, que têm até 15 de novembro para exercer a opção de compra.
Se tudo correr como planejado, a transação - que depende da aprovação de órgãos reguladores e dos acionistas das companhias envolvidas - deve ser totalmente concluída no primeiro trimestre de 2018. Mas os aportes da primeira parte do acordo devem ocorrer antes desse prazo, o que deve dar fôlego para a operadora brasileira.
No ano passado, em comunicado à Securities and Exchange Commission (SEC, a reguladora do mercado de capitais dos EUA), a NII Holdings destacou a situação frágil da Nextel Brasil e considerou até a possibilidade de calote. "Considerando o atual cenário, que reflete significativa incerteza sobre as condições econômicas e competitivas no Brasil que estão afetando nossa capacidade de aumentar receita e gerar lucros, acreditamos que é improvável que satisfaçamos os covenants (itens do contrato para proteger credores) incluídos nos empréstimos de bancos locais à Nextel Brasil. Se não conseguirmos negociar alterações dos acordos de empréstimos ou garantir waivers (espécie de perdão) dos credores, podemos entrar em calote", aponta o texto.
Para analistas, o dinheiro novo será fundamental para que esse cenário, traçado no fim do ano passado, não se confirme.
"Acredito que é uma excelente notícia. Obviamente, a Nextel, para continuar, precisa renegociar suas dívidas para ganhar mais prazo. Ia ficar difícil renegociar sem dinheiro novo, que dê um fôlego para crescer. A entrada desse grupo viabiliza a continuidade das operações da Nextel", avalia Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.
Segundo dados da consultoria, a Nextel tem fatia de apenas 1,08% no mercado nacional de telefonia móvel. A atuação da operadora está concentrada no eixo Rio-São Paulo. No Rio, por exemplo, está empatada com a Oi no segmento pós-pago, com 13,2% de participação. Mas em outras regiões do país, tem desempenho tímido e depende da infraestrutura da Vivo para trabalhar.
É aí que a entrada da AINMT pode fazer a diferença, com investimentos em infraestrutura. Em entrevista ao Globo, o vice-diretor-executivo da AINMT, sediada na Noruega, Johan Michelsen, afirmou que a Nextel foi a primeira opção da empresa para entrar no Brasil.
"Temos explorado oportunidades de negócios no Brasil há vários anos, mas quando nos reunimos com a NII, a Nextel foi nossa primeira escolha. A AINMT já provou que é capaz de oferecer produtos e serviços atraentes aos consumidores em mercados voltados para consumo de dados sem fio. Queremos levar essa abordagem focada no consumidor para o Brasil", explicou Michelsen, por e-mail.
A AINMT é dona da operadora norueguesa Ice, terceira maior do setor naquele país. A companhia também tem negócios na Suécia, Dinamarca e nas Filipinas. Em seu site, destaca que é especializada em operar em baixas frequências, ideais para cobrir grandes áreas com topografia irregular e baixa infraestrutura de telecomunicações.
Para o consultor de telecomunicações Ronaldo Sá, faz sentido que a Nextel seja vendida para uma empresa de fora, em vez de ser absorvida por uma operadora local, que teria pouco a ganhar com a aquisição. Ele acredita que os investimentos ajudarão a tele a explorar melhor o bom portfólio de frequências nas quais tem o direito de atuar.
"O grande problema da Nextel era recuperar uma capacidade de investimento. Ela chegou a um limite que não tinha como continuar se endividando. Com certeza, vão ter de fazer investimento pesado em infraestrutura e voltar à publicidade, que diminuiu porque não tinham muito o que oferecer", avalia.
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