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Emprego

- Publicada em 04 de Junho de 2017 às 19:43

MPEs contrataram 60% mais que grandes

Baixo uso da automação justifica desempenho, diz presidente do Sebrae

Baixo uso da automação justifica desempenho, diz presidente do Sebrae


/AG/DIVULGAÇÃO/JC
As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) admitiram 9 milhões de trabalhadores em 2016, 60% mais que os 5,7 milhões contratados pelas grandes e médias empresas no período. A informação é do levantamento do Sebrae com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) admitiram 9 milhões de trabalhadores em 2016, 60% mais que os 5,7 milhões contratados pelas grandes e médias empresas no período. A informação é do levantamento do Sebrae com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
O número maior de contratações das micro e pequenas empresas verificou-se em todas as faixas etárias. O maior número de contratações por parte dos pequenos empresários, no entanto, ocorreu na faixa etária de 25 a 39 anos, em que as micro e pequenas empresas empregaram 4,3 milhões de trabalhadores, 59,2% mais que os 2,7 milhões das médias e grandes empresas.
A segunda faixa etária com mais contratações pelos pequenos negócios foi abaixo dos 24 anos. Nesse caso, as micro e pequenas empresas empregaram 2,8 milhões de trabalhadores em 2016, 55,5% a mais que o 1,8 milhão contratado pelas médias e grandes no mesmo período.
A análise mostrou ainda que tanto as empresas pequenas quanto as grandes dão preferência à contratação de trabalhadores mais jovens. A maioria dos contratados nos dois tipos de empresa têm entre 25 e 39 anos. Nas micro e pequenas empresas, pessoas dessa faixa etária representaram 47,5% dos contratados no ano passado. Nas médias e grandes empresas, corresponderam a 47,4%.
Os trabalhadores acima de 65 anos representaram um percentual muito pequeno dos contratados em 2016: 0,3% nas micro e pequenas empresas e 0,2% nas médias e grandes. Quando compara-se a quantidade de contratados em números absolutos, no entanto, os pequenos negócios saem à frente. Enquanto médios e grandes empresários contrataram 11.120 pessoas nessa faixa etária em 2016, os pequenos empreendedores contrataram 24.454, o equivalente a 120% a mais.
O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, avalia que características específicas das micro e pequenas empresas contribuíram para que elas garantissem mais contratações que as médias e grandes em meio à crise econômica. "O desemprego na grande empresa não é só conjuntural, é estrutural. As grandes empresas estão eliminando postos de trabalho, usando mais automação. A pequena empresa não tem tanta tecnologia, além de ter grande presença no setor de serviços (intensivo em mão de obra)", afirma.
O economista Gilberto Braga, professor da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Ibmec, no entanto, analisa que a própria crise econômica contribui para a criação de empregos em micro e pequenas empresas, ao empurrar profissionais desempregados para o trabalho por conta própria.
"O ambiente de crise empurra muitos profissionais de empregos tradicionais para se tornarem empreendedores. Essas pessoas, que perderam empregos formais, acabam abrindo a própria pequena empresa e, consequentemente, contratando outras pessoas. É um fenômeno comum", destaca.
 

Segmento é porta de entrada e saída para o mercado, afirma Afif Domingos

Para Afif Domingos, a pesquisa mostra que pequenas empresas são "porta de entrada e saída" para o mercado de trabalho, por contratarem pessoas no início e fim da carreira. Segundo o presidente do Sebrae, a contratação dos mais jovens deve-se à possibilidade de treinamento da mão de obra.
"Uma empresa grande quer alguém que ela não tenha que treinar. Ela quer o mais qualificado. Na pequena empresa, o funcionário vira auxiliar de caixa, depois gerente, vai fazendo a carreirinha dele", comenta. O presidente do Sebrae ainda atribui a contratação de maior número de idosos a um ambiente "mais humano" nas micro e pequenas empresas. "A pequena empresa é uma 'macrofamília'. O ambiente é muito pessoal. Há um relacionamento mais humano. Muitas vezes, o funcionário da pequena empresa vai ao médico frequentado pelos donos", exemplifica.
O economista Gilberto Braga ressalta que o profissional jovem custa mais barato para a pequena empresa, que dispõe de um caixa mais modesto. Além disso, o treinamento é mais viável. "Pelo fato de você ter na pequena empresa, normalmente, um dono que participa da gestão, o aprendizado se dá de forma muito mais rápida que na grande, onde você precisa de um treinamento formal", afirma. No caso dos idosos, o professor do Ibmec ressalta que há vantagens na contratação de funcionários mais velhos. "Dependendo do idoso, ele tem experiência. O empresário não tem custo de transporte, pois há gratuidade", diz.