Os ataques do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, ao governo Michel Temer (PMDB) chegaram ao limite no Planalto. Na manhã de ontem, o presidente discutiu com a bancada do partido a destituição de Renan do cargo. A conversa rendeu bate-bocas no plenário mais tarde, além de um enfrentamento em discursos entre Renan e o presidente do PMDB, Romero Jucá.
"O presidente pode destituir o líder do governo, mas do PMDB não. O PMDB não é um departamento do Executivo, não é um subproduto do governo. É um partido político que, coincidentemente, tem um filiado na presidência da República", afirmou Renan.
Dezessete dos 22 senadores que compõem a bancada do PMDB estiveram com Temer no Planalto. Renan e outros aliados preferiram não comparecer. O tema da destituição de Renan foi puxado por Jucá, que afirmou que não cabia mais na bancada essa postura contrária ao governo. Outros senadores endossaram o posicionamento e relataram incômodo com o comportamento de Renan.
A conversa desencadeou a ira de Renan, que foi à tribuna despejar críticas a Temer. Ele alegou que a ala da bancada que discorda do governo é tão representativa numericamente quanto ao grupo que o apoia.