Cada vez mais me surpreendo com o comportamento de pessoas que se utilizam das redes sociais como espaços de especulação, de falta de ética, de irresponsabilidade com o uso do nome alheio, de propagação de falsas notícias, vindas de fontes duvidosas e jogadas ao vento. Claro, é muito mais fácil valer-se do pseudoanonimato que os meios virtuais proporcionam para ofender e difamar a imagem de outras pessoas, sem ser oportunizado a estas o direito ao esclarecimento e ao diálogo.
Hoje, o exercício da liberdade de expressão, um importante direito que a democracia conquistou, está banalizado. Esse direito não exime as pessoas de suas responsabilidades para com os seus interlocutores. É necessário respeito, prudência e coerência no trato social. Porém, infelizmente, vivemos uma época de muita falta de limites, onde tudo pode.
Na esfera dos blogs autorais, por exemplo, há aqueles que escrevem de forma ousada, nua e crua, despida de censura, sem papas na língua. Até aí tudo bem, mas, no momento em que a qualquer um que escreva, ainda mais um jornalista, falte a obrigação básica dos meios de comunicação, que é a verificação dos fatos e o compromisso com a verdade, se coloca exposta na vitrine, ou, na sarjeta, uma personalidade, uma trajetória de vida, alguém de carne e osso, com nome e sobrenome, junto com o desrespeito e a falta de consideração e de cuidado do outro.
Nas redes sociais tenho por convicção respeitar as opiniões divergentes da minha, mas tenho por princípio avaliar os comentários que extrapolam o bom senso do convívio na internet. Respondo o que acredito acrescentar ao assunto e não tolero agressões e ofensas pessoais.
Por isso, sempre lembro do ensinamento do meu sábio pai, Pedro Américo Leal, que tinha como regra de ouro a máxima de que não devemos fazer aos outros o que não queremos que façam conosco.
Vereadora de Porto Alegre (PP) e jornalista