E agora Brasil?

Apesar do bom humor do brasileiro, conseguindo fazer piada nas redes sociais e em charges nos jornais sobre nossa desgraça política, não consigo rir desse caos que estamos vivendo. Anunciada ou não, essa tragédia nos causa um mal-estar enorme. Nos envergonha aos olhos do mundo, nos esmorece.

Participava da Marcha em Defesa dos Municípios em Brasília, quando a "bomba" sobre o presidente Michel Temer (PMDB) estourou. Um dia antes, o presidente fez a abertura oficial do evento, com boas notícias para as cidades brasileiras. Mais de 6 mil participantes da marcha aplaudiram a medida provisória que prevê o parcelamento da dívida previdenciária dos municípios, assinada pelo presidente.

Esta edição da Marcha dos Prefeitos, encerrada na quinta-feira, foi a maior de todos os tempos. O que significa que, apesar da decisão de muitos prefeitos de não tentarem a reeleição no ano passado, frente à crise econômica que o País atravessava, o clima era de esperança entre gestores municipais, vindos de todas as partes do País.

Prefeitos ansiosos pelo conhecimento, por recursos, se olhavam ao final do encontro com uma expressão de tristeza e de incerteza. Nos bastidores, especulações, defesas e acusações. No entanto, o sentimento mais forte, com certeza, era o da dúvida.

Mais uma marcha concluída, a vigésima. Muitas lições sobre gestão foram ensinadas. No entanto, sinto que todas as conquistas dessa edição ficam ameaçadas, diante da tempestade que atinge o núcleo do poder, principalmente na figura do presidente Temer.

O processo político do Brasil está muito complicado. Só uma nova eleição poderá salvar o Brasil, desde que os candidatos sejam de uma nova safra de políticos idôneos.