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Opinião

- Publicada em 18 de Maio de 2017 às 17:43

A mudança passa pelo debate

Quando todos achavam que a "delação do fim do mundo", representada pela Odebrecht, já havia escancarado a ausência de lideranças confiáveis e a urgente necessidade de mudanças no sistema político brasileiro, são divulgadas as gravações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, líderes da JBS, abalando ainda mais as frágeis estruturas do poder em Brasília e deixando a população atônita diante de mais um escândalo. A temperatura política, que já era elevada, voltou a subir, e a possibilidade de antecipação de eleições ganhou forças.
Quando todos achavam que a "delação do fim do mundo", representada pela Odebrecht, já havia escancarado a ausência de lideranças confiáveis e a urgente necessidade de mudanças no sistema político brasileiro, são divulgadas as gravações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, líderes da JBS, abalando ainda mais as frágeis estruturas do poder em Brasília e deixando a população atônita diante de mais um escândalo. A temperatura política, que já era elevada, voltou a subir, e a possibilidade de antecipação de eleições ganhou forças.
Em meio a um cenário inicialmente desanimador, há um saldo positivo que pode ser tirado disso tudo, que é o fato de a discussão política ter se tornado recorrente no dia a dia. Inevitavelmente, isso deveria levar a um processo de aprendizado comum em todo país democrático, consistente no amadurecimento das decisões tomadas pelos eleitores. Entretanto corremos um risco diante do fato de que, já há algum tempo, o debate público brasileiro vem deixando de lado a aceitação do convívio com divergências, e aderindo ao enfrentamento, atitude temerária instigada principalmente por políticos que, ao levarem seus discursos aos extremos ideológicos, mascaram seus escândalos e seu vazio de ideias, e acabam criando uma massa de militantes que, se necessário, ignoram seletivamente os fatos.
Nos dizeres do poeta T.S. Eliot, "a humanidade não suporta muita realidade", entretanto, por mais que muitos tentem fugir para as realidades alternativas criadas pelas redes sociais, somos forçados a entender que o combate à corrupção nos altos escalões da política brasileira é apenas uma das etapas para que deixemos de ser o eterno país do futuro, as outras passam por ocupar os debates, não com rótulos, mas com ideias e, por fim, impedir que as paixões partidárias se sobreponham às questões éticas, pois no final, sejam coxinhas ou petralhas, todos somos brasileiros.
Acadêmico de Direito da Unisinos
 
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