O problema da limitação da banda larga, seja a fixa ou a móvel, vai além de uma questão governamental ou do Projeto de Lei nº 174/2016. O ponto nefrálgico dessa discussão está em uma disputa entre operadoras e OTTs que têm no desequilíbrio da rentabilidade seu foco central. Enquanto as primeiras, que investem em infraestrutura, precisam constantemente lidar com margens mais apertadas em suas receitas, as OTTs, que necessitam da criação de uma infraestrutura para ofertar seus serviços, encontram-se em uma situação mais cômoda.
A medida pode trazer impactos devastadores à economia e à sociedade como um todo: o brasileiro passa a ter um limite para realizar práticas simples, como mandar um e-mail com foto anexada ou baixar e assistir a filmes e séries em serviços de streaming como o Netflix; empreendedores e profissionais autônomos ficam limitados, criando, assim, obstáculos para suas práticas comerciais; grandes empresas, multinacionais e instituições financeiras passam a ter limite para efetuar transações e operações com o exterior; entre outras consequências que representam uma freada ao desenvolvimento dos mercados corporativo e industrial, afetam o setor econômico e a competitividade em um mundo cada vez mais globalizado. Durante a discussão da limitação, houve quem apontasse a iniciativa como uma tendência mundial. Mas, de acordo com a Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, dos 190 países monitorados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), 130 oferecem prioritariamente planos de banda larga fixa com internet ilimitada. A ampliação dos investimentos é fundamental para abrir novos caminhos para trafegar um volume cada vez maior de informações e dados, atender uma demanda que jamais pode ser reprimida e que tende a crescer ainda mais, impulsionar o acesso à informação e, sobretudo, continuar a promover o desenvolvimento econômico, social e cultural do País de forma contínua e ilimitada.
CEO da Angola Cables Brasil