Na discussão que se faz entre privatizar ou não empresas públicas estamos caindo na "grenalização" que virou qualquer assunto relacionado à política. Quem toma determinada posição é corporativista, é de esquerda; quem toma posição diferente é governista, conservador e de direita. A política ganhou contornos de "grenalização", nos levando ao pior de ambos os lados, ao extremo radicalismo. Defendendo a manutenção da empresa pública, somos chamados de esquerdistas e corporativistas. Porém se esquecem do quanto foi investido nessas empresas, dinheiro da população gaúcha, dinheiro dos nossos impostos.
Na questão da CEEE temos o exemplo do que ocorreu em 1996, quando a iniciativa privada recebeu uma estrutura enxuta, pronta para gerar lucros, sem a necessidade de grandes investimentos. Resumindo, a parte boa ficou com a iniciativa privada e o passivo, com a CEEE. Mas quem foi responsável por essa infraestrutura concedida à iniciativa privada? Quem pagou por isso? Nós, consumidores. Quanto os gaúchos investiram desde a fundação da CEEE até hoje? Então ficam as dúvidas: que garantias teremos que as áreas pouco atrativas aos interesses privados receberão o serviço de qualidade e a preço justo?
Os resultados da Sulgás são positivos e giram em torno de R$ 50 milhões por ano, sendo que, do total do lucro, 50% é obrigatoriamente reinvestido na própria empresa. A CRM, nos últimos anos, colocou mais de R$ 60 milhões no caixa único do Estado e fez investimentos de R$ 137 milhões, com recursos próprios. Mas, mesmo sem concordar com o mérito da questão, por que retirar da população o direito de decidir? A sociedade que decida se quer ou não vender, e mais, que decida para onde vai esse dinheiro. Nem mínimo, nem máximo, queremos um Estado indutor que respeite o dinheiro do contribuinte e que preste serviços de qualidade para a população.
Deputado estadual (PDT)