O embaixador da Coreia do Norte para a China, Ji Jae Ryong, afirmou a repórteres que o teste de míssil realizado por Pyongyang no fim de semana é parte dos esforços do país para desenvolver meios de se defender contra agressões hostis do exterior. O embaixador disse que mais testes podem ser realizados no futuro, caso o líder supremo julgue que são necessários.
O lançamento feito no domingo pela Coreia do Norte foi de um míssil balístico de média distância, que pode levar uma ogiva nuclear, segundo o próprio regime. Ji repetiu a afirmação de autoridades norte-coreanas de que Pyongyang conseguiu com sucesso desarticular um plano dos Estados Unidos para matar o líder norte-coreano, Kim Jong Un, com veneno bioquímico no mês passado.
A agência de notícias estatal norte-coreana disse que o míssil disparado pode levar uma pesada ogiva nuclear. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, condenou o teste e disse que a medida viola resoluções do Conselho de Segurança, além de ameaçar a paz e a segurança na região.
Porta-voz da ONU, Stephane Dujarric informou que Guterres pediu à Coreia do Norte que cumpra suas obrigações internacionais e volte a caminhar para o abandono das armas nucleares. O embaixador da França na ONU, François Felattre, afirmou que os membros do Conselho de Segurança trabalham para impor novas sanções à Coreia do Norte. O Conselho de Segurança deve ter hoje reunião a portas fechadas sobre o teste.
O míssil lançado domingo percorreu 700 quilômetros antes de cair no Mar do Japão, segundo o Exército sul-coreano. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, condenou o teste balístico, afirmando que "não há nada de bom" sobre essa notícia. Segundo o governo russo, o foguete aterrissou a centenas de quilômetros da cidade de Vladivostok, leste do país. Putin chamou de "contraproducente e perigoso" o lançamento do míssil norte-coreano, mas defendeu que a comunidade internacional tente dialogar com a Coreia do Norte, em vez de ameaçá-la.
"Somos categoricamente contra a ampliação do clube de potências nucleares, inclusive em benefício da Coreia do Norte. Nós somos contra e consideramos (o disparo) contraproducente, prejudicial e perigoso", afirmou Putin em uma entrevista coletiva em Pequim, completando que "temos que retornar ao diálogo, parar de intimidar a Coreia do Norte e encontrar uma solução pacífica para resolver este problema".