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Internacional

- Publicada em 06 de Maio de 2017 às 12:02

França escolhe amanhã seu novo presidente, com atenções voltadas a um "Frexit"

Franceses residentes nos Estados Unidos registram o voto na embaixada francesa em Nova Iorque

Franceses residentes nos Estados Unidos registram o voto na embaixada francesa em Nova Iorque


KENA BETANCUR/AFP/JC
Agência Estado
A França elege neste domingo seu novo presidente, e ainda que o centrista Emmanuel Macron desponte como favorito, sua rival de extrema-direita e anti-União Europeia, Marine Le Pen, tem conseguido muitos apoiadores, o que tem gerado cautela nos mercados financeiros.
A França elege neste domingo seu novo presidente, e ainda que o centrista Emmanuel Macron desponte como favorito, sua rival de extrema-direita e anti-União Europeia, Marine Le Pen, tem conseguido muitos apoiadores, o que tem gerado cautela nos mercados financeiros.
Seja qual for o resultado da eleição presidencial, a escolha vai ressoar muito além das fronteiras da França. Os mercados financeiros assistirão a votação com uma atenção especial, uma vez que Le Pen segue firme em suas propostas de tirar a França da União Europeia (UE) e da zona do euro. Ainda que Macron apareça à frente de Le Pen, analistas apontam que as perspectivas de um "Frexit" (termo usado para caracterizar uma saída de França da UE) seria terrível.
Pesquisa do Elabe divulgada ontem mostrava avanço de três pontos porcentuais nas intenções de voto para Macron na comparação com a sondagem anterior do mesmo instituto. O centrista conta agora com 62% da preferência dos entrevistados, contra 38% de Le Pen. Outras pesquisas recentes têm mostrado número similares, com ampla desvantagem para a candidata da extrema-direita. Embora as pesquisas apontem vitória de Macron, a cautela ainda permanece, uma vez que não se sabe ao certo o número de eleitores que vão às urnas.
Muito pior do que a saída do Reino Unido da União Europeia (conhecido como Brexit), a saída da França dos dois blocos poderia significar a morte para a ideia de unidade da economia europeia, que emergiu da Segunda Guerra Mundial. A França é um dos principais motores da UE juntamente com a Alemanha.
Le Pen tem adiado dizer exatamente como ela poderia lidar com a UE como presidente, mas aproveitou um mal-entendido generalizado do bloco, culpando a UE pelos problemas econômicos e de segurança. Ela também culpa os acordos de livre comércio, dizendo que eles tiram os empregos dos franceses e que quer renegociá-los, o que causaria um estresse financeiro e com os parceiros comerciais da França.
Um Frexit poderia anunciar controles sobre transferências de dinheiro, fuga de capitais, uma alta na inadimplência e ações judiciais em obrigações e contratos. A equipe de Le Pen, no entanto,
minimiza cenários apocalípticos, argumentando que o euro, agora utilizado por 19 países, está indo para uma ruptura de qualquer maneira.
Se Le Pen tiver uma vitória surpresa, isso seria uma vitória retumbante para o populismo, iniciada pelos votos para o presidente dos EUA Donald Trump e o Brexit.
Enquanto isso, Macron é um progressista destemido que abraça a globalização e defendeu startups enquanto era ministro da economia da França. Ele se enquadrou como um baluarte contra o protecionismo de Trump e ganhou um endosso excepcionalmente alto desta semana do ex-presidente dos EUA Barack Obama.
Mesmo que Le Pen perca, no entanto, ela provou que o populismo é uma poderosa força na França que poderia dificultar a realização dos objetivos de Macron. Muitos que planejam votar em Macron no domingo não veem ele como um candidato ideal, mas sim como o menos pior.
Os cerca de 70 mil locais de voto abrem as portas amanhã a partir das 8h do horário local (3h de Brasília) e devem ficar abertas até às 20h, no máximo. As votações para cidadãos franceses em outros países começaram neste sábado. Cerca de 47 milhões de pessoas estão aptas a votarem, mas não se sabe ao certo o número de eleitores que devem comparecer aos locais de votação. Os resultados parciais e projeções das agências de pesquisas devem começar a sair a partir das 20h no horário local (15h de Brasília).
Seja quem for o vencedor, Macron (de 39 anos) ou Le Pen (de 48 anos), terão um mandato de cinco anos e precisarão de uma maioria para aprovar suas leis propostas. Todos os 577 lugares na Assembleia Nacional serão disputados em eleições legislativas que acontecem nos dias 11 e 18 de junho.
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