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- Publicada em 22 de Maio de 2017 às 22:20

Falta de visibilidade eleva risco de sarampo

Carteiras de vacinação sempre são revisadas nos postos de saúde, afirma Juarez Cunha

Carteiras de vacinação sempre são revisadas nos postos de saúde, afirma Juarez Cunha


MARIANA CARLESSO/JC
Suzy Scarton
Com receio de que o surto de sarampo registrado recentemente em pelo menos 14 países europeus chegue ao Brasil, a prefeitura da Capital e o governo do Estado emitiram alertas para que a população e os profissionais da saúde fiquem alertas para os sintomas da doença. Segundo a prefeitura, a cobertura vacinal contra a doença atinge 80% da população. Embora a taxa de proteção seja considerada alta, o ideal é que a cobertura atinja 95% das pessoas, conforme explica o chefe da Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis de Porto Alegre, Benjamin Roitman.
Com receio de que o surto de sarampo registrado recentemente em pelo menos 14 países europeus chegue ao Brasil, a prefeitura da Capital e o governo do Estado emitiram alertas para que a população e os profissionais da saúde fiquem alertas para os sintomas da doença. Segundo a prefeitura, a cobertura vacinal contra a doença atinge 80% da população. Embora a taxa de proteção seja considerada alta, o ideal é que a cobertura atinja 95% das pessoas, conforme explica o chefe da Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis de Porto Alegre, Benjamin Roitman.
A possibilidade de um surto atingir o País é remota. Em julho de 2016, a Organização Mundial de Saúde declarou que a doença estava novamente eliminada no Brasil depois de um surto que atingiu principalmente a região Nordeste, entre 2013 e 2015. Mesmo assim, Roitman reconhece que há uma parte da população desprotegida. "Algumas crianças e adolescentes não fizeram. Entre os mais velhos, com mais de 50 anos, ou se imunizaram ou tiveram a doença", comenta. As vacinas oferecidas são a Tríplice Viral (contra sarampo, rubéola e caxumba), aplicada quando a criança completa um ano de idade, e a Tetra Viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e catapora), para crianças com um ano e três meses.
Na Capital existe, inclusive, uma lei (nº 12.091/2016) que obriga os pais ou responsáveis de crianças em idade de vacinação a apresentar, no ato da matrícula em estabelecimentos de ensino, a caderneta de saúde da criança, contendo o registro da aplicação das vacinas obrigatórias à idade. No entanto, a lei entrou em vigor somente no ano passado, o que pode justificar uma possível falta de fiscalização.
Uma das explicações para o surto no continente europeu é a consequência de um forte movimento antivacina, causado devido à publicação de um artigo na revista médica britânica The Lancet. Em 1998, o médico Andrew Wakefield assinou uma pesquisa que relacionava a imunização oferecida pela Tríplice Viral a casos de autismo. Em 2010, o médico teve a licença médica cassada, uma vez que a relação apontada por ele não foi comprovada.
"Toda essa polêmica gerou um grande número de estudos, e todos mostraram que não havia relação alguma. No entanto, foi algo bem marcante que diminuiu muito a cobertura vacinal na Europa. Aqui, no Brasil, pode ser que até tenha um grupo contrário às imunizações, mas é um movimento que não tem muita importância", pondera Juarez Cunha, membro do Comitê de Infectologia e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
Roitman concorda com a opinião de Cunha. "Aqui, no Brasil, não é um problema. Às vezes, (os pais não vacinam os filhos) por negligência mesmo, não vão aos postos de saúde, consultam menos, ficam de fazer e depois não fazem. Além disso, como a doença não aparece, a gente acaba pensando que desapareceu, não vê como algo perigoso", explica o pediatra. As crianças que são levadas aos postos de saúde sempre têm as carteiras de vacinação revisadas. "Não perdemos a oportunidade de fazer a vacina - isso não só em Porto Alegre, mas em todo o Brasil. Também há atividades em creches e escolas que promovem a revisão da carteira, com encaminhamento, caso seja necessário completá-la", conta.
Segundo Cunha, a recomendação oficial da sociedade é pela vacinação. Para que o indivíduo seja considerado imunizado, é necessário que tenha recebido as duas doses. "Se a criança não receber nos primeiros 15 meses de vida, existe uma dose disponível para outras faixas etárias, até os 39 anos de idade", ressalta.
O sarampo é uma doença contagiosa, que pode levar a diversas complicações, como pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro), especialmente em crianças com menos de um ano, levando à internação e até ao óbito. Os sintomas incluem tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta, febre e erupção cutânea com manchas vermelhas. A vacina, como qualquer outra, pode causar efeitos adversos, como febre e pintinhas pelo corpo, conhecidas como "sarampinho", que somem depois de dois ou três dias.
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