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FUMO

- Publicada em 02 de Maio de 2017 às 17:20

Fumicultores retomam nível de produção

Apesar da recuperação da safra, Iro Schünke vê dificuldade de competitividade e cita o câmbio como um dos fatores

Apesar da recuperação da safra, Iro Schünke vê dificuldade de competitividade e cita o câmbio como um dos fatores


JUNIO NUNES/JUNIO NUNES/DIVULGAÇÃO/JC
Maior produtor de tabaco entre os estados brasileiros, o Rio Grande do Sul vive um ano de recuperação da safra de fumo, bastante prejudicada pelo clima na temporada passada. A previsão de colheita para este ano no Sul é de quase 700 mil toneladas, e os produtores gaúchos deverão responder por praticamente metade desse total. A exemplo do que vem ocorrendo com o milho, a fartura é acompanhada por preços mais baixos para os fumicultores, enquanto as indústrias do setor veem na taxa do dólar um obstáculo para as exportações.
Maior produtor de tabaco entre os estados brasileiros, o Rio Grande do Sul vive um ano de recuperação da safra de fumo, bastante prejudicada pelo clima na temporada passada. A previsão de colheita para este ano no Sul é de quase 700 mil toneladas, e os produtores gaúchos deverão responder por praticamente metade desse total. A exemplo do que vem ocorrendo com o milho, a fartura é acompanhada por preços mais baixos para os fumicultores, enquanto as indústrias do setor veem na taxa do dólar um obstáculo para as exportações.
As perdas da lavoura 2015/2016 tiveram impacto no setor, fazendo com que a produção física das indústrias caísse em 31% no ano passado, na comparação com o ano anterior, conforme dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE). "O granizo é um grande inimigo. Em 2016, atingiu 38,6 mil produtores. Este ano, foram 18,7 mil", compara o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner.
Ele ressalta que o Estado, com 75,2 mil famílias produtoras, deverá responder por 46% da produção nacional este ano, à frente de Santa Catarina (31%), Paraná (21%) e outros estados como Bahia e Alagoas (2%).
Recuperada a safra, os negócios ficaram aquecidos. Mas, do ponto de vista dos agricultores, a oferta não se traduz em rentabilidade mais alta - a média de preços do quilo, que foi de R$ 10,07 em 2016, anda em torno de R$ 9,03. "Estamos nos recuperando em termos de quantidade, mas em termos financeiros deveremos ter o mesmo resultado do ano passado", prevê Mauro Flores, presidente da comissão de Tabaco da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
Em meio às negociações pós-colheita, que têm seu auge nos meses de abril e maio, as indústrias do setor também miram no mercado externo, no qual o Brasil é o líder em exportações. "Em 2016, a exportação do Estado representou 68% do Brasil. Este ano, teremos mais dificuldades. O câmbio é um dos principais fatores, ficamos menos competitivos", observa o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke.

Rentabilidade deve cair em 2017

Renda acima da média nacional e satisfação com a atividade agrícola são algumas das características mais positivas dos produtores de tabaco da Região Sul. Pelo menos, é o que indica pesquisa realizada em 2016 pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Ufrgs, por encomenda do SindiTabaco. O estudo aponta que 80,4% dos fumicultores pertencem às classes A e B e que a renda per capita do setor é de R$ 1.926,73 - enquanto a renda geral do Brasil é de R$ 1.113,00. A amostragem aponta ainda que 85% dos agricultores pretendem continuar plantando fumo.
Dentro de uma lavoura de 11,5 hectares, Giovane Weber, de Santa Cruz do Sul, já vem apostando na diversificação, cultivando também verduras. Mas garante que a principal safra seguirá sendo o tabaco. "O fumo dá um retorno enorme, comparado com outras culturas. O problema, este ano, é a desvalorização. Está difícil de vender", lamenta.