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Economia

- Publicada em 24 de Maio de 2017 às 17:23

Demanda por crédito recua 2,3% em abril

Busca por empréstimos no setor financeiro caiu 13,4% em 12 meses

Busca por empréstimos no setor financeiro caiu 13,4% em 12 meses


/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A demanda por crédito caiu 2,3% de março para abril deste ano, segundo dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), divulgados ontem. A diminuição entre estes dois períodos segue a tendência dos últimos 12 meses, que registraram queda acumulada de 8,5%.
A demanda por crédito caiu 2,3% de março para abril deste ano, segundo dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), divulgados ontem. A diminuição entre estes dois períodos segue a tendência dos últimos 12 meses, que registraram queda acumulada de 8,5%.
O cenário reflete o receio do consumidor em relação a despesas futuras, que ainda pode ser afetado negativamente caso a crise política, em ebulição desde o dia 17, afete a saída do País da recessão.
Alguns aspectos de melhora foram percebidos. A singela estabilização da economia nos últimos meses foi refletida pela desaceleração da queda registrada entre maio de 2016 e abril de 2017 frente aos 12 meses anteriores. "A demanda não está num nível ideal, mas, na comparação com o ano anterior, tem uma melhora", diz o economista da Boa Vista SCPC, Yan Cattani.
Para os próximos meses, a confiança sobre a queda da inflação e do repasse da trajetória de corte nos juros para o consumidor final é o que garante o otimismo em relação ao crescimento da demanda pelo crédito, de acordo com o especialista. "Demora entre seis e sete meses para que a diminuição dos juros comece a afetar essa procura", aponta Cattani.
A expectativa é que a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) decida pelo corte em 1 ponto percentual da taxa Selic, de 11,25% para 10,25%. A delação da JBS e a instabilidade do governo de Michel Temer também entram na balança das previsões sobre o crédito, em um cenário mais pessimista.
Para Cattani, uma paralisação da retomada recairia sobre os investimentos do setor produtivo, aumentando as taxas de desemprego e a desconfiança do consumidor. "Ainda é muito difícil prever algo em cima deste cenário", ponderou, refletindo a reação geral do mercado, que espera desdobramentos da crise política para estabelecer novas projeções.
Considerando os segmentos que compõem o indicador, na avaliação dos últimos 12 meses, as instituições financeiras representaram a queda mais acentuada, de 13,4%, mais que o dobro da procura no segmento não financeiro, como o varejo que oferece crédito ao consumidor na hora da compra. Neste, foi registrada uma diminuição de 5,4% na demanda. "Bancos fecham e abrem mais rápido a peneira do crédito, mas cobram antes de quem deve."
Segundo Cattani, isso ocorre porque o setor bancário é mais volátil, enquanto o segmento não financeiro tem uma melhor relação com o consumidor. O economista explica que, nas instituições não financeiras, existem outras formas de oferta de crédito, como por meio de carnês e boletos. "O parcelamento de compras nesses moldes pode ter incidência de juros mais elevadas, mas não são necessariamente maiores que outras modalidades de crédito rotativo, por exemplo."
 
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