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Conjuntura

- Publicada em 23 de Maio de 2017 às 21:52

Investidores defendem a política de reformas

SÃO PAULO, SP - 23.05.2017: SEMINÁRIO DE FINANCIAMENTO À INFRAESTRURA - Na foto, o Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Olivieira. A ABDIB - Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, realiza o  Seminário sobre Financiamento e Garantias para a Infraestrutura no Brasil, nesta terça feira (23), no Hotel Tivoli Mofarrej, região central de São Paulo. (Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1324630

SÃO PAULO, SP - 23.05.2017: SEMINÁRIO DE FINANCIAMENTO À INFRAESTRURA - Na foto, o Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Olivieira. A ABDIB - Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, realiza o Seminário sobre Financiamento e Garantias para a Infraestrutura no Brasil, nesta terça feira (23), no Hotel Tivoli Mofarrej, região central de São Paulo. (Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1324630


ALOISIO MAURÍCIO/FOTOARENA/FOLHAPRESS/JC
A manutenção da agenda de reformas econômicas independentemente dos desdobramentos no cenário político foi o mantra repetido por investidores, bancos e participantes do setor de infraestrutura presentes em evento em São Paulo como condição fundamental para que a economia não seja arranhada e os investimentos, afetados.
A manutenção da agenda de reformas econômicas independentemente dos desdobramentos no cenário político foi o mantra repetido por investidores, bancos e participantes do setor de infraestrutura presentes em evento em São Paulo como condição fundamental para que a economia não seja arranhada e os investimentos, afetados.
"Olhamos o longo prazo. A gente aposta nas correntezas profundas", afirmou Marcos Almeida, sócio no Brasil da gestora Brookfield, parafraseando frase dita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no mesmo evento mais cedo. No fim de abril, a gigante canadense adquiriu a divisão ambiental da Odebrecht, entre outros investimentos que mantém no País.
André Sales, sócio do Pátria Investimentos, ressaltou como algo positivo o entendimento do governo no último ano da necessidade de atrair capital privado sem controle de retorno ou subsídios. "Temos confiança que a mudança é permanente e estamos contentes com elas", disse o executivo do Pátria.
Para Venilton Tadini, presidente da Associação de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), a mensagem passada pela equipe econômica de que há clareza e foco com relação às reformas estruturais tem sido fundamental para coordenar as expectativas, e é por isso que, em sua avaliação, o caos político não comprometerá a recuperação econômica.
Para Tadini, houve um "abalo sísmico" do ponto de vista político. "Mas não dá para dizer que o pessoal que estava com investimentos no Brasil picou e jogou fora", disse. "Esse pessoal não define estratégia de investimento baseado em acontecimentos de uma semana. O que ele quer é confiança para cenário de longo prazo."
Também no evento, Paulo Leme, presidente do Goldman Sachs no Brasil, afirmou que os esforços são louváveis e que espera que as reformas continuem no Congresso. "Mas a velocidade com que têm que ser aprovadas tem que ser um pouco mais veloz para podermos resolver esse problema da (baixa) poupança."
O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, declarou que o governo federal continua empenhado e trabalhando para aprovar as reformas previdenciária e trabalhista. "O Brasil não pode parar, temos que continuar mobilizados pelas reformas. Esta é a decisão do governo neste momento", acentuou.
"A recuperação do crescimento está em curso, precisamos continuar neste caminho. As reformas são tão importantes nesta semana quanto eram na semana passada. Não podemos nos afastar delas", disse Oliveira.
O ministro destacou que o conjunto de ações implementadas pelo governo Michel Temer na área econômica está gerando resultados. "Controlamos a inflação, os juros estão caindo, houve geração de empregos, e tivemos o primeiro trimestre de crescimento, depois de oito trimestres consecutivos de queda", argumentou.
 

Existe consenso de que o programa econômico atual vai prosseguir, afirma Henrique Meirelles

Ministro ressaltou que o crescimento
voltou no primeiro semestre do ano

Ministro ressaltou que o crescimento voltou no primeiro semestre do ano


ROVENA ROSA/ROVENA ROSA/ABR/JC
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil voltou a crescer e vai continuar crescendo ao longo do ano. Ele ressaltou que tem notado preocupações dos agentes sobre os rumos da política econômica em meio à recente crise política, mas disse acreditar que existe consenso no País hoje de que esta política econômica de controle do gasto público e da inflação do governo de Michel Temer vai continuar.
A afirmação de Meirelles arrancou aplausos do auditório lotado do seminário da Associação Brasileira da Indústria de Construção de Base (Abdib), em São Paulo. Este foi o primeiro evento público do ministro desde o início da crise.
"Estamos engajados nas reformas e vamos continuar", afirmou Meirelles. O Brasil viveu momentos e circunstâncias políticas diferentes no passado recente, disse, logo no início de sua apresentação.
O ministro citou a recessão de 2015 e 2016, causada por decisões erradas de política econômica do governo anterior. "Estamos saindo da crise", acentuou ele, insistindo que o Brasil hoje tem condições diferentes do que tinha há um ano.
Entre as melhoras do governo de Michel Temer, Meirelles citou a medida que estabelece um teto para a alta dos gastos públicos. "No Brasil, a crise política gera uma crise econômica quando gera incertezas sobre a orientação da política econômica no futuro."
Meirelles ressaltou que o crescimento voltou no primeiro trimestre e que a inflação está caindo, incluindo a de serviços. Essa queda da inflação deve aumentar o poder de compra dos brasileiros, disse ele, ressaltando que famílias e empresas se focaram, nos últimos meses, em reduzir seus passivos.
"A retomada do crescimento é lenta, porque as pessoas estão pagando dívidas." O poder de compra, de acordo com o ministro, subiu 3% depois de muito tempo de queda.

Esforço para melhorar indicadores não pode ser perdido, avalia o presidente da Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, admitiu que o Brasil enfrenta um momento político difícil. Ele destacou, contudo, que o esforço feito na área econômica não pode ser perdido, durante evento da Associação Brasileira das Indústrias da Construção Pesada e de Base (Abdib).
"Temos um momento político difícil, mas não podemos permitir que todo esforço feito na área econômica seja perdido", disse Portugal. O esforço para aprovar as reformas deve ser mantido, incluindo a da Previdência. "Elas já eram necessárias antes e continuarão a ser necessárias", acrescentou. De acordo com Portugal, o Congresso Nacional prestaria serviço relevante ao País se não paralisasse as reformas.
O presidente da Febraban espera que a queda dos juros seja mantida no Brasil a despeito do aumento das incertezas políticas. De acordo com ele, não fosse o crédito subsidiado, que representa mais da metade do total de empréstimos no País, o Banco Central poderia praticar uma Selic ainda menor. "A queda da inflação contribuiu muito para a queda dos juros. Esperamos que essa trajetória de queda da Selic continue, apesar do aumento das incertezas políticas", disse Portugal.
De acordo com o presidente da Febraban, o teto de gastos será essencial para que o Brasil mantenha uma trajetória sustentável para a dívida pública, e é preciso prosseguir com os ajustes. Portugal ressaltou que a economia voltou a crescer no primeiro trimestre e que, se esse crescimento for mantido, vai significar o fim da recessão.
Portugal afirmou ainda que o Brasil tem déficit em infraestrutura e mesmo assim investe pouco no segmento. "Aumentar o investimento é essencial para atacar o problema da baixa taxa de crescimento", afirmou ele, acrescentando que os desafios para investimento em infraestrutura decorrem de problemas estruturais, que o governo do presidente Michel Temer vem corrigindo via reformas macro e setoriais.
Ele disse que há demanda reprimida em praticamente todas as áreas da infraestrutura. "Portos e aeroportos estão sobrecarregados", disse ele, ressaltando que isso compromete a produtividade do Brasil. O executivo falou que parte do problema está relacionada à dificuldade de se financiar a infraestrutura no Brasil, país que tem baixa poupança e histórico de inflação alta e volátil, além de taxas de juros elevadas.
No setor privado, o principal papel de financiamento da infraestrutura caberá ao mercado de capitais, conforme o presidente da Febraban. Portugal citou um estudo em que tanto nos Estados Unidos, como na Europa as duas principais fontes de financiamento são os lucros retidos das empresas e o governo. Na Europa, o setor bancário responde por 25% do financiamento de longo prazo e o mercado de capitais, por 15%. "Aqui no Brasil, penso que o melhor modelo seja o norte-americano, onde o papel preponderante é do mercado de capitais", afirmou.