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Indústria

- Publicada em 22 de Maio de 2017 às 22:20

Design autoral pode ser alternativa para o varejo durante a crise

Fraga assina nova coleção de sapatos da gaúcha Kildare, lançada na abertura do Sicc

Fraga assina nova coleção de sapatos da gaúcha Kildare, lançada na abertura do Sicc


DINARCI BORGES/DINARCI BORGES/DIVULGAÇÃO/JC
Entre os estilistas mais renomados do Brasil, Ronaldo Fraga se tornou conhecido por motivos como a busca por uma democratização da moda. Além do mundo das passarelas, o mineiro já assinou linhas de cosméticos, uniformes de futebol, roupas para o grande varejo, latas para papel higiênico e, agora, chega ao mercado com uma coleção de sapatos desenvolvida junto à Kildare, de Novo Hamburgo. Para o estilista, a aproximação entre o desenho autoral e a indústria é um dos caminhos para driblar a queda no consumo diante da crise econômica do País.
Entre os estilistas mais renomados do Brasil, Ronaldo Fraga se tornou conhecido por motivos como a busca por uma democratização da moda. Além do mundo das passarelas, o mineiro já assinou linhas de cosméticos, uniformes de futebol, roupas para o grande varejo, latas para papel higiênico e, agora, chega ao mercado com uma coleção de sapatos desenvolvida junto à Kildare, de Novo Hamburgo. Para o estilista, a aproximação entre o desenho autoral e a indústria é um dos caminhos para driblar a queda no consumo diante da crise econômica do País.
"A autoralidade é um caminho de oxigenação para um terreno que, não raro, é ainda bastante árido", comentou Fraga, durante o lançamento da coleção no Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), feira calçadista que se estende até amanhã em Gramado. Embora veja a relação com o varejo como "uma ponte ainda frágil" e avançando apenas lentamente, o estilista argumenta que a situação é melhor do que há uma década, quando era inexistente, e afirma que marcas já percebem o caminho como uma saída até para escapar da crise no consumo.
"O consumidor final tem acesso à informação, mas chega nas lojas e não encontra o que busca, pois todos vendem o mesmo produto e brigam apenas pelo preço", argumenta. Já em relação à indústria, Fraga acrescenta que é cada vez mais difícil investir no produto básico, que é feito em outros países, como a China, por preços muito abaixo dos custos no Brasil. "O lojista às vezes é míope, pois, na crise, todos buscam a mesma solução", critica o estilista. Fraga ainda comenta que, embora o Brasil tenha um dos maiores números de escolas de moda no mundo, o mercado não absorve todo o potencial deste trabalho.
Desenvolvida dentro do programa Design na Pele, parceria do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a linha chega às lojas em agosto. Além dos 28 sapatos, o projeto envolveu três curtumes, de Teutônia, Lajeado e Petrolina (PE), que desenvolveram os tecidos especificamente para os modelos. A expectativa da fabricante é vender de 6 a 7 mil pares até o fim do ano.
Apesar disso, Fraga afirma não ser contrário ao grande varejo, o chamado "fast fashion", já que é o mercado de larga escala que permite a grande parte da população ter acesso a peças de vestuário. O estilista, que já fez coleções, por exemplo, com a rede de lojas Pompéia, vê nesse tipo de trabalho uma forma de facilitar o acesso à moda por um consumidor reprimido pela falta de opções. Para atuar nessa linha, porém, Fraga exige que os produtos sejam fabricados no Brasil - no trabalho com a Kildare, Fraga conta ter visitado o curtume Bom Retiro, de Teutônia, que desenvolveu um tipo de couro que imita a aparência da madeira.
Fraga ainda defende a importância dos produtos "clássicos", categoria que vê como pequena no Brasil pela dificuldade de permanecer no mercado por um longo período de tempo. O caminho, na sua visão, passaria por aliar os dois campos: o tradicional e o moderno. "Apostar no design não é perder a sua história", garante.

Governo do Estado deve renovar crédito presumido a fabricantes de calçados

Prestes a vencer no próximo dia 31, o incentivo fiscal do governo gaúcho aos calçados e ao couro deve ser renovado por mais um ano. A tendência foi anunciada pelo secretário da Fazenda, Giovani Feltes, presente à abertura do Sicc. A medida, que dá direito à restitituição de 8,5% do ICMS pago pelos fabricantes do Rio Grande do Sul nas vendas a outros estados, só será oficializada após reunião entre governo e associações dos setores no início da semana que vem, segundo a Fazenda. A pasta encaminha hoje ao governador José Ivo Sartori um parecer favorável à extensão nos mesmos parâmetros vigentes.
Para o presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, a renovação é importante por permitir um equilíbrio maior na concorrência com os outros estados, muitos deles com alíquotas menores em relação às praticadas em solo gaúcho. "Quando visto em conjunto com outras medidas, como a desoneração da folha, isso nos dá possibilidade de melhorarmos a competitividade estrutural do setor", comenta Klein, que cita ser difícil mensurar o impacto da medida por variar muito de empresa e empresa. O Rio Grande do Sul responde, atualmente, por cerca de 30% da indústria calçadista brasileira.