Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 22 de Maio de 2017 às 18:32

Selic continuará sendo definida nas reuniões do Copom, garante Goldfajn

Presidente do BC afirma que política econômica mudou de direção

Presidente do BC afirma que política econômica mudou de direção


/José Cruz/ABR/JC
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, repetiu, nesta segunda-feira, durante participação em evento em São Paulo, que "as decisões sobre a taxa básica de juros serão tomadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária), no curso de suas reuniões ordinárias, considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis". O comentário repete uma ideia expressa pelo próprio Ilan Goldfajn na última sexta-feira, em outro evento na capital paulista.
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, repetiu, nesta segunda-feira, durante participação em evento em São Paulo, que "as decisões sobre a taxa básica de juros serão tomadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária), no curso de suas reuniões ordinárias, considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis". O comentário repete uma ideia expressa pelo próprio Ilan Goldfajn na última sexta-feira, em outro evento na capital paulista.
De acordo com o presidente do BC, a política econômica brasileira mudou de direção há um ano, e as reformas implementadas neste curto período de tempo mostraram resultados positivos. "Por isso, a importância de se continuar nesse caminho virtuoso", afirmou.
Goldfajn também reforçou que o BC e o Ministério da Fazenda têm atuado, desde a última semana, para dar liquidez aos mercados. A atuação do BC tem ocorrido por meio de leilões de swaps e do Tesouro Nacional, por meio de operações com títulos públicos. "O BC e o Tesouro Nacional têm vários instrumentos à disposição", afirmou. "Essa atuação firme e serena tem foco no bom funcionamento dos mercados. Não há relação direta e mecânica com a política monetária, que continuará focada nos seus objetivos tradicionais", acrescentou.
Goldfajn também repetiu que o Brasil tem amortecedores robustos e está menos vulnerável a choques internos ou externos. "O Banco Central continuará monitorando o impacto das informações recentemente divulgadas e atuará, sempre que necessário, para manter a plena funcionalidade dos mercados", afirmou em participação no evento "2017 Leadership Forum", promovido pela Mckinsey & Company, em São Paulo.
De modo geral, o discurso desta segunda-feira de Goldfajn repete as ideias já expressas na sexta-feira. Basicamente, Goldfajn procurou deixar claro que o BC pode atuar mais no mercado, se necessário, e que tem instrumentos para isso. Ao mesmo tempo, citou que as atuações recentes não têm relação "direta e mecânica" com a política monetária.
O próximo encontro do Copom ocorre nos dias 30 e 31 de maio. Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros da economia) está em 11,25% ao ano. No mercado financeiro, há dúvidas sobre o corte a ser feito pelo Copom neste mês de maio: 1 ou 1,25 ponto percentual.
As dúvidas aumentaram em função da divulgação, na semana passada, da delação premiada de executivos da JBS, que atinge o governo Michel Temer. Na prática, com as delações, houve um aumento do risco político - ou, nas palavras de Goldfajn, das incertezas "advindas do ambiente político".

Escritório estuda processar empresa nos EUA por prejuízos a acionistas

Um escritório de advocacia norte-americano está convocando acionistas da JBS a ingressar com uma ação coletiva contra a empresa nos Estados Unidos por divulgação "enganosa" de informações a seus investidores.
Em comunicado, o Rosen Law Firm cita investigações envolvendo a companhia e afirma que está preparando ações coletivas para recuperar perdas sofridas por investidores da JBS. O Rosen Law representa investidores em ações coletivas contra empresas.
No Brasil, o escritório ficou conhecido por já ter aberto processos semelhantes contra Eletrobras, Petrobras e Bradesco como base em operações como Lava Jato - caso das duas primeiras - e Zelotes, no caso do Bradesco.
Nas suas alegações, o Rosen Law levanta o histórico das notícias envolvendo a JBS neste ano. O escritório cita a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que, em março, revelou um esquema de propina entre companhias e inspetores sanitários em algumas unidades produtoras de carne do País.
As ações da JBS caíram US$ 0,71 por papel, ou mais de 9% em relação ao pregão anterior, prejudicando os investidores, afirma o Rosen Law. O escritório menciona também a Operação Bullish, que investiga possíveis fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). A investigação apura se houve supostas irregularidades na concessão de apoio financeiros pela BndesPar, subsidiária do Bndes, à JBS a partir de junho de 2007.
Ainda em relação à JBS, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou as notas de crédito da empresa no Brasil e nos EUA, e anunciou possíveis cortes nos próximos dias. Segundo a Moody's, o rebaixamento reflete o "aumento dos riscos relacionados a potenciais litígios futuros".
 

Ações da JBS despencam 30%

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) encerrou o dia com queda de 1,54%. O dólar, por sua vez, terminou o pregão cotado a R$ 3,27 na venda, com alta de 0,6%. Nesta segunda-feira (22), dia em que a agência de classificação de risco Moody's informou o rebaixamento dos ratings da JBS, as ações da empresa caíram 30% na Bovespa.
Apesar das perdas, a Bovespa e a moeda norte-americana abriram a semana com oscilações menores que as da quinta-feira, o dia seguinte à divulgação da delação da JBS envolvendo o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Na ocasião, o Ibovespa chegou a cair 10,6% e foi acionado o circuit breaker. O mecanismo paralisa os negócios por meia hora quando a Bolsa tem quedas superiores a 10%. Naquela data , a Bovespa terminou o pregão em queda de 8,8%. No mesmo dia, o dólar encerrou com alta de 7,9%. Na sexta-feira, a Bovespa encerrou em terreno positivo, subindo 1,69%; e o dólar, a R$ 3,28, caindo 3,9%.
.

Incerteza política aumenta risco de crédito dos bancos, de acordo com relatório da agência Fitch

Três dias depois do relatório em que aponta o aumento da incerteza sobre a aprovação das reformas da Previdência e trabalhista por causa da crise política, a agência de classificação de risco Fitch afirmou que o fenômeno vai aumentar o risco de crédito dos bancos. O documento aponta que o ambiente político não vai provocar uma deterioração imediata e brusca das qualidades dos ativos dos bancos. Só que o crescente risco político tende a aumentar a incerteza política, em um momento em que as reformas econômicas e a agenda legislativa são críticas para a recuperação da economia.
Diante do cenário, a Fitch manteve a perspectiva negativa para o setor bancário brasileiro, com o ambiente econômico fraco e possíveis efeitos sobre a qualidade dos ativos pesando. "Houve alguns sinais de estabilização no ambiente operacional, mas eles continuam com curta duração", diz o documento.
"O potencial para a melhora na qualidade dos ativos bancários brasileiros tende a ser prejudicado por mudanças macroeconômicas mais amplas, mas o escândalo de corrupção pode ter efeitos mais específicos para o negócio de proteínas e para a cadeia do setor."