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Economia

- Publicada em 18 de Maio de 2017 às 18:46

Crise política aciona 'circuit breaker' e Ibovespa fecha em queda de 8,80%

As quedas foram generalizadas na Bolsa, com exceção das ações de empresas exportadoras, que refletiram a alta de 8,07% do dólar ante o real

As quedas foram generalizadas na Bolsa, com exceção das ações de empresas exportadoras, que refletiram a alta de 8,07% do dólar ante o real


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Agência Estado
O conteúdo explosivo da delação do empresário Joesley Batista comprometendo o presidente Michel Temer teve efeitos drásticos sobre o mercado de ações, que viu ressurgir a figura do "circuit breaker", mecanismo de defesa da Bolsa contra oscilações demasiadamente bruscas. Logo no início dos negócios, uma onda de operações de zeragem de posições levou o Índice Bovespa a cair até 10,70%, levando à interrupção das operações por 30 minutos.
O conteúdo explosivo da delação do empresário Joesley Batista comprometendo o presidente Michel Temer teve efeitos drásticos sobre o mercado de ações, que viu ressurgir a figura do "circuit breaker", mecanismo de defesa da Bolsa contra oscilações demasiadamente bruscas. Logo no início dos negócios, uma onda de operações de zeragem de posições levou o Índice Bovespa a cair até 10,70%, levando à interrupção das operações por 30 minutos.
Com o fim das correções de emergência, a queda se desacelerou e o Ibovespa terminou o dia aos 61.597,05 pontos, em queda de 5 943,20 pontos. O resultado representou perda porcentual de 8,80%, a maior em um único dia desde 22 de outubro de 2008, última vez em que o circuit breaker havia sido acionado. O volume de negócios somou R$ 24,8 bilhões, o triplo da média diária de maio.
O Ibovespa recuou de uma queda de 9% para em torno de 7% com a intensificação das especulações que davam como certa a renúncia do presidente após a denúncia de apoio à compra do sigilo do ex-deputado Eduardo Cunha. Em um discurso iniciado pouco depois das 16h, o presidente adotou um tom de indignação ao combater as acusações. Disse que não renunciaria, que não comprou o silêncio de ninguém e que não precisa de foro privilegiado. Ainda qualificou os áudios da delação como "clandestinas". Encerrado o depoimento, o índice voltou a acelerar as perdas.
"O grande problema é que não temos ideia do que vai acontecer daqui em diante. É um problema sério, que pode causar uma brutal destruição de valor das companhias brasileiras", disse Álvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.
As quedas foram generalizadas na Bolsa, só poupando ações de empresas exportadoras, que refletiram a alta de 8,07% do dólar ante o real. Fibria ON (+11,48%) e Suzano PNA (+9,86%) foram as principais altas do Ibovespa. Vale ON e PNA subiram 0,07% e 0,39%, respectivamente, também refletindo a alta do dólar.
As ações de empresas estatais, que refletem em grande parte o risco político, se destacaram em queda. Banco do Brasil ON caiu 19,91%, enquanto Eletrobras ON perdeu 20,97%. As ações da Petrobras perderam 11,37% (ON) e 15,76% (PN). Com o resultado de hoje, o Ibovespa anulou todos os ganhos de maio e passa a contabilizar perda de 5,82% em maio e uma alta de 2,27% em 2017.
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