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Agronegócios

- Publicada em 10 de Maio de 2017 às 18:09

Exportação não voltou ao nível anterior à carne fraca

Países como EUA e Rússia inspecionam 100% dos produtos brasileiros

Países como EUA e Rússia inspecionam 100% dos produtos brasileiros


/YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou ontem que não é possível estabelecer um prazo para que as exportações de carne do Brasil voltem ao patamar de antes das suspensões provocadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF). Para Maggi, o fato de alguns países terem passado a fazer a fiscalização de 100% da carne brasileira é natural, porque a operação gerou uma suspeita em relação ao País. O ministro participou ontem de audiência da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Câmara dos Deputados.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou ontem que não é possível estabelecer um prazo para que as exportações de carne do Brasil voltem ao patamar de antes das suspensões provocadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF). Para Maggi, o fato de alguns países terem passado a fazer a fiscalização de 100% da carne brasileira é natural, porque a operação gerou uma suspeita em relação ao País. O ministro participou ontem de audiência da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Câmara dos Deputados.
Na primeira semana após a operação, as exportações caíram 19%, mas, apesar disso, o mês de março fechou com crescimento de 9% em relação ao ano passado. A operação também provocou queda no preço da carne brasileira em alguns mercados.
"Eu considero isso até natural porque houve inicialmente um embargo, houve um susto bastante grande. E na retomada, alguns compradores tentaram diminuir os preços do mercado, mas temos a capacidade de negociar. Talvez tenhamos que entregar os preços um pouco mais baixos agora, mas na sequência conseguiremos recuperar esse mercado", disse.
A operação, deflagrada em 17 de março, apontou suspeita de que as maiores empresas do setor estivessem adulterando a carne que vendiam nos mercados interno e externo. Para preservar mercados compradores, o ministro embarca hoje para a Arábia Saudita. Ele deverá passar também pelos Emirados Árabes, Kuwait e Catar.
Seguem fechados aos produtos brasileiros Argélia, Benin, Bahrein, Congo, Antígua e Barbuda, Iraque, Moçambique, Trinidad e Tobago, Zimbábue, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Albânia e São Cristóvão e Nevis.
Em oito mercados, entre eles os Estados Unidos e a Rússia, 100% das cargas são inspecionadas. "Isso, para nós, é bom", disse Maggi. Ele explicou que essas fiscalizações não encontraram nenhum caso de não conformidade, o que ajuda a superar a desconfiança surgida após a ação policial.
Devido à operação, o ministério afastou 33 servidores, 16 deles ligados à inspeção de produtos de origem, que foram também denunciados ao Ministério Público e à 14ª Vara Federal de Curitiba.
 

Secretaria do Consumidor abre processo contra envolvidas na operação da PF

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, instaurou processo administrativo contra a BRF, o Frigorífico Souza Ramos e a Peccin Agro Industrial por violação a direitos básicos do consumidor. A Peccin é alvo de dois processos. A intimação das empresas está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira. Os estabelecimentos têm 10 dias para apresentar defesa.
As três empresas são investigadas pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal (PF), deflagrada em março deste ano para desarticular esquema fraudulento que estaria permitindo liberação irregular de carnes sem a fiscalização adequada, além de comércio de carnes com prazo de validade expirado e com a adição de substâncias capazes de representar risco à saúde humana.
De acordo com os despachos publicados pelo DPDC, os processos administrativos contra as empresas se dão "ante aparente violação" de dispositivos do Código de Defesa do Consumidor. Os frigoríficos responderão, por exemplo, por prática de publicidade enganosa e abusiva, por eventuais vícios de qualidade ou quantidade que tornem seus produtos impróprios ou inadequados ao consumo e por colocar no mercado de consumo produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes.
Os quatro processos se somam às ações que a Senacon já havia tomado logo após a deflagração da Operação Carne Fraca, que atingiu 21 frigoríficos. Ainda em março, o órgão notificou as empresas JBS, BRF, Peccin, Larissa, Mastercarnes e Souza Ramos a esclarecer os fatos e apontar os lotes de produtos adulterados, o tipo de adulteração envolvida, as quantidades, a data de fabricação e a validade dos produtos afetados. Também determinou recall de produtos de três frigoríficos envolvidos no caso - Souza Ramos, Transmeat e Peccin.