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- Publicada em 03 de Maio de 2017 às 22:45

Aos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil

A semana começou com o Dia do Trabalho, celebrado a cada 1 de maio. Reunidos em Aparecida (SP), nós, bispos da Arquidiocese de Porto Alegre, e os bispos de todo o Brasil, trazemos conosco as necessidades do povo brasileiro, sobretudo dos mais pobres da nossa sociedade.
A semana começou com o Dia do Trabalho, celebrado a cada 1 de maio. Reunidos em Aparecida (SP), nós, bispos da Arquidiocese de Porto Alegre, e os bispos de todo o Brasil, trazemos conosco as necessidades do povo brasileiro, sobretudo dos mais pobres da nossa sociedade.
Em nota, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que realiza sua 55ª Assembleia Geral até amanhã, mais uma vez se posiciona ao lado da defesa dos direitos dos trabalhadores brasileiros. Leia na íntegra: "Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho" (Jo 5,17).
"A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunida, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, em sua 55ª Assembleia Geral Ordinária, se une aos trabalhadores e às trabalhadoras, da cidade e do campo, por ocasião do dia 1 de maio. Brota do nosso coração de pastores um grito de solidariedade em defesa de seus direitos, particularmente dos 13 milhões de desempregados.
O trabalho é fundamental para a dignidade da pessoa, constitui uma dimensão da existência humana sobre a terra. Pelo trabalho, a pessoa participa da obra da criação, contribui para a construção de uma sociedade justa, tornando-se, assim, semelhante a Deus que trabalha sempre. O trabalhador não é mercadoria, por isso, não pode ser coisificado. Ele é sujeito e tem direito à justa remuneração, que não se mede apenas pelo custo da força de trabalho, mas também pelo direito à qualidade de vida digna.
Ao longo da nossa história, as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras pela conquista de direitos contribuíram para a construção de uma nação com ideais republicanos e democráticos. O dia do trabalhador e da trabalhadora é celebrado, neste ano de 2017, em meio a um ataque sistemático e ostensivo aos direitos conquistados, precarizando as condições de vida, enfraquecendo o Estado e absolutizando o mercado. Diante disso, dizemos não ao 'conceito economicista da sociedade, que procura o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social' (Papa Francisco, Audiência Geral, 1 de maio de 2013).
Nessa lógica perversa do mercado, os Poderes Executivo e Legislativo reduzem o dever do Estado de mediar a relação entre capital e trabalho, e de garantir a proteção social. Exemplos disso são os Projetos de Lei nº 4.302/98 (Lei das Terceirizações) e nº 6.787/16 (Reforma Trabalhista), bem como a Proposta de Emenda à Constituição nº 287/16 (Reforma da Previdência). É inaceitável que decisões de tamanha incidência na vida das pessoas e que retiram direitos já conquistados sejam aprovadas no Congresso Nacional, sem um amplo diálogo com a sociedade.
Irmãos e irmãs, trabalhadores e trabalhadoras, diante da precarização, flexibilização das leis do trabalho e demais perdas oriundas das 'reformas', nossa palavra é de esperança e de fé: nenhum trabalhador sem direitos! Juntamente com a Terra e o Teto, o Trabalho é um direito sagrado, pelo qual vale a pena lutar (Cf. Papa Francisco, Discurso aos Movimentos Populares, 9 de julho de 2015).
Encorajamos a organização democrática e mobilizações pacíficas, em defesa da dignidade e dos direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras, com especial atenção aos mais pobres.
Por intercessão de São José Operário, invocamos a benção de Deus para cada trabalhador e trabalhadora e suas famílias."
 
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