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Porto Alegre, domingo, 07 de maio de 2017. Atualizado �s 21h38.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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Not�cia da edi��o impressa de 08/05/2017. Alterada em 05/05 �s 16h44min

Festival de Cannes ter� pela primeira vez exibi��o de s�ries

Com Nicole Kidman no elenco, s�rie Top of the lake ser� exibida no Festival de Cannes

Com Nicole Kidman no elenco, s�rie Top of the lake ser� exibida no Festival de Cannes


VERTE FILMES/DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
Houve surpresa na programação do Festival de Cannes, cuja 70ª edição começa na próxima semana. Tradicionalmente direcionado à seleção de filmes, o evento terá, pela primeira vez em sua programação, a exibição de episódios de duas séries de televisão - Twin Peaks e Top of the lake. A justificativa de Thierry Frémaux, diretor do festival, é que essas produções estão usando "a arte clássica da realização de filmes e da narrativa cinematográfica". Se desde a década passada se discute uma era de ouro na TV, críticos, pesquisadores e realizadores concordam que a inclusão dos títulos avaliza o prestígio alcançado pelas narrativas seriadas nos últimos anos.
Os dois trabalhos que ganharam espaço em Cannes têm assinatura de nomes que já fizeram história na sétima arte. Com duas temporadas exibidas no começo da década de 1990, Twin Peaks retornará às telas para novos episódios através do trabalho dos seus criadores - entre eles, David Lynch - responsável por filmes como Veludo azul, O homem elefante e Cidade dos sonhos, entre outros. Já Top of the lake (2013) voltará com capítulos novamente assinados por Jane Campion, cuja carreira inclui um Oscar por O piano (1993).
Lynch e Jane Campion são só dois dos vários realizadores que vêm trabalhado com ambos formatos. O canadense Jean-Marc Vallé, por exemplo, que ficou em evidência com Clube de compras Dallas (2013) e Livre (2014) e, neste ano, tem nome ligado à direção de duas minisséries produzidas pela HBO: Big Little Lies, exibida no primeiro semestre, e Objetos cortantes, ainda inédita.
De acordo com João Guilherme Barone, um dos idealizadores do curso de Tecnologia em Produção Audiovisual da Pucrs, o momento de ressignificação das séries é um fenômeno. "Gosto de dizer que é uma expansão do que é cinema", afirma ele, antes de destacar alguns dos fatores que atraem talentos para a televisão: orçamento, logística e possibilidade de controle do trabalho por parte do núcleo criativo.
Além da conquista de novos e velhos nomes da indústria, o panorama inclui o alcance de um público ainda maior a partir do Video On Demand e repercussão midiática. No exterior, publicações especializadas têm como prática a postagem de recapitulações (resumos comentados) após a exibição das séries mais importantes da temporada, por exemplo.
Já em termos de linguagem, um seriado de destaque não deve em nada a um filme. A avaliação é da jornalista Ana Maria Bahiana, uma das votantes do Globo de Ouro - premiação que contempla tanto o audiovisual produzido para a televisão quanto para as telonas. "Toda boa série funciona pelos mesmos princípios narrativos de um filme - só que ainda mais complexos, pela necessidade de manter em movimento diversos arcos de durações diferentes", afirma, salientando a declaração de Thierry Frémaux, diretor de Cannes.
Ainda conforme Barone, o prestígio dos seriados para o mercado vem da quantidade de lançamentos. Nem todos serão lembrados como Família Soprano, Breaking Bad ou Mad Men, mas a variedade é responsável pelo crescimento da aceitação e pelo diálogo com diferentes públicos. "Precisamos ter um volume para que apareça destaques, algumas coisas medianas e outras que não vão bem, mas que foram experimentadas. É uma característica do setor audiovisual", explica o professor, com esperança que o cenário se repita em âmbito nacional. O mercado está aquecido desde o início da década, quando um novo marco regulatório colocou cota de tela para produto nacional em canais e programadoras.
Com estreia no Canal Brasil no sábado passado, Werner e os mortos é um dos exemplos da reconfiguração no País. "Há alguns anos nos direcionamos para esse lado e começamos a formatar projetos para a televisão", conta um dos roteiristas, Tiago Rezende, crente que esse tipo de narrativa pode até ser uma forma mais ambiciosa de expressão do que o cinema. Ele é um dos sócios da gaúcha Verte Filmes, responsável pela série ao lado da Cubo Filmes. O portfólio da empresa tem Horizonte B, atualmente no catálogo da Netflix, e outros dois projetos em fase de desenvolvimento ou finalização. Necrópoles, um deles, terá exibição no Prime Box Brasil ano que vem.
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