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JC Logística

- Publicada em 18 de Maio de 2017 às 22:16

Galpões históricos do porto do Rio serão tombados

Dois galpões da zona portuária do Rio de Janeiro podem entrar, em breve, na lista de bens tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), o que vem provocando polêmica. Os prédios do Galpão Aplauso, na rua General Luís Mendes de Moraes, no Santo Cristo, e do Armazém Cultural das Artes, na avenida Venezuela, na Gamboa, com cerca de 5 mil m2 cada um, estão na mira do órgão.
Dois galpões da zona portuária do Rio de Janeiro podem entrar, em breve, na lista de bens tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), o que vem provocando polêmica. Os prédios do Galpão Aplauso, na rua General Luís Mendes de Moraes, no Santo Cristo, e do Armazém Cultural das Artes, na avenida Venezuela, na Gamboa, com cerca de 5 mil m2 cada um, estão na mira do órgão.
O arquiteto Washington Fajardo, que foi presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) na gestão do prefeito Eduardo Paes, critica o plano. Ele conta que, antes da implantação do projeto de revitalização do porto, uma equipe do município avaliou o valor histórico e arquitetônico dos imóveis, e vê necessidade de decreto ou lei.
"A ideia de que o ato do tombamento é o que conserva o uso de um imóvel é errada. Sem dúvida, as atividades realizadas nos galpões têm tudo a ver com a zona portuária e devem continuar na região, mas há outros locais, inclusive preservados, que poderiam receber as oficinas do Aplauso e abrigar os acervos do Armazém Cultural das Artes", diz Fajardo. "A iniciativa do Inepac só viria a atrapalhar o porto e sua necessária transformação. Por que não transferem, por exemplo, os trabalhos para o prédio da Estação Leopoldina, que poderia recebê-los e fica perto?", sugere Fajardo.
O arquiteto alerta que um eventual tombamento pode criar um clima de insegurança, afastando investidores. "O porto destina 3% de seus Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) para a recuperação do patrimônio cultural. Não permitir que os planos de revitalização saiam do papel impediria a destinação de recursos para o patrimônio público e alimentaria percepções de dúvida sobre a área."
No caso do imóvel da avenida Venezuela, foi aprovada a construção de um projeto residencial de luxo, com preservação da fachada. Já o galpão da avenida General Luís Mendes de Moraes foi disponibilizado para venda pelo Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha. A incorporadora Tishman Speyer, que tem projeto para lançar o empreendimento residencial Lumina Rio no local, informou, por meio de nota, ter sido surpreendida pela notícia.
"A empresa estranha a iniciativa, após ter adquirido os imóveis de acordo com a legislação aprovada para este tipo de operação e, principalmente, por estar desenvolvendo um projeto residencial a ser implantado no local, em linha com a política de requalificação e desenvolvimento estabelecido para a área". De acordo com o Inepac, o empreendimento precisará de sua autorização se o tombamento for aprovado.
A presidente do Galpão Aplauso, Ivonette Albuquerque, defende o tombamento, e destaca que a proposta partiu da ONG. "Nós encomendamos um projeto de restauração do galpão e também uma pesquisa histórica e arquitetônica. Concluímos que o imóvel tem relevância porque foi o primeiro grande armazém de logística do País. Além disso, tem importância histórica porque representa um período em que Brasil saía do ciclo agrário e entrava no industrial." O presidente do Inepac, Marcus Monteiro, avalia que os prédios merecem ser preservados porque ajudam a contar uma parte da história da cidade. "Tombamento não é desapropriação. Portanto,é possível permitir variados tipos de ocupação do bem cultural, inclusive residencial. Aliás, é ótimo que os proprietários tenham o interesse de utilizar o imóvel.
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