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Política

- Publicada em 23 de Abril de 2017 às 19:54

Abreu e Lima rendeu R$ 90 mi em propina

Paulo Roberto Costa teria pedido 1% do valor da obra

Paulo Roberto Costa teria pedido 1% do valor da obra


EVARISTO SA/AFP/JC
As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima renderam R$ 90 milhões em propinas para ex-executivos da Petrobras ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).
As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima renderam R$ 90 milhões em propinas para ex-executivos da Petrobras ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo ele, as maiores empreiteiras do País se reuniram previamente para combinar a forma de atuação na licitação. As obras ficaram com Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Dois contratos foram assinados em dezembro de 2009 - um no valor de R$ 1,485 bilhão e outro de
R$ 3,19 bilhões.
Na refinaria, a Odebrecht optou por atuar em consórcio com a OAS. Logo que o contrato foi assinado, de acordo com Márcio Faria da Silva, a Odebrecht foi procurada pelo empresário Aldo Guedes, que seria emissário do então governador Eduardo Campos, do PSB (morto em 2014).
Em um encontro realizado em São Paulo, segundo o delator, Aldo Guedes teria dito ser "o único representante do governador Eduardo Campos" e, em nome dele, pediu uma contribuição de 2% do valor global dos dois contratos, correspondente a R$ 90 milhões.
Embora o governo de Pernambuco não tivesse nenhuma relação direta com a refinaria, Márcio Faria da Silva, para "manter uma boa relação", aceitou pagar R$ 15 milhões a Aldo Guedes - metade seria paga pela Odebrecht, metade pela OAS. "É o que nós temos", disse.
Embora insatisfeito, o empresário aceitou o valor menor que o solicitado. "Ele (Aldo Guedes) disse que o governo de Pernambuco iria dar apoio incondicional a nós na condução do contrato, com ênfase muito forte nas relações sindicais, uma vez que iríamos ter 50 mil pessoas de todas as contratistas lá na obra", afirmou Márcio Faria da Silva.
O dinheiro foi pago a Aldo Guedes, de acordo com o ex-executivo, por meio da agência de turismo Mônaco, que recebeu os valores em reais e repassou ao empresário. Segundo o delator, o empresário teria inicialmente indicado uma conta bancária em Hong Kong, mas não foi possível efetuar a transferência, provavelmente por dados equivocados.
O delator mencionou que os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco também receberam propina pelas obras na refinaria, além de Glauco Lagatti, gerente das obras na refinaria, e do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010.
Paulo Roberto Costa teria pedido 1% do valor da obra, o que chegaria a R$ 45 milhões. A Odebrecht disse que o consórcio pagaria, no máximo, R$ 30 milhões ao PP. O ex-diretor, no entanto, combinou com Márcio Faria da Silva que a Odebrecht pagaria, no máximo, R$ 15 milhões a Janene.
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