O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, criticou, nesta terça-feira, os atrasos nas investigações da Lava Jato. Ao ser questionado sobre a força-tarefa para acelerar a operação no Supremo, Mendes reforçou seu apoio para que sejam feitos todos os esforços para o andamento dos processos, mas ressaltou que não há atrasos formalizados no Supremo.
"Certamente, o STF apoiará que se faça todo esforço para que não haja atraso. Mas é bom observar que não há atrasos formalizados no Supremo", afirmou o ministro. "Os atrasos estão nas investigações, e isso depende muito menos do Supremo e muito mais da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República", disse o ministro, que está em Lisboa, Portugal, para a realização do V Seminário Luso-Brasileiro de Direito, organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual é sócio.
Mendes falou ainda que, antes de morrer num acidente, o ministro Teori Zavascki (ex-relator da Lava Jato no STF) já tinha dois juízes instrutores, e criticou a lentidão na investigação atualmente.
"Até pouco tempo, tínhamos 50 processos ligados à Lava Jato, mas só 11 se transformaram em denúncia, dos quais sete ou oito já foram recebidos e estão em andamento normal. O grande problema é a lentidão na investigação", relatou.
Sobre os políticos citados que estarão presentes no evento em Portugal - Bruno Araújo (PSDB-PE), ministro das Cidades; Ricardo Barros (PP-PR), ministro da Saúde; e Antonio Anastasia (PSDB-MG), senador -, o ministro disse que, "a toda hora, há pessoas investigadas e que, enquanto elas estão sendo investigadas, estão apenas sendo investigadas".