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Política

- Publicada em 13 de Abril de 2017 às 18:57

Odebrecht apostava no potencial de Bruno Araújo, diz delator

Agência Estado
Apelidado de 'Jujuba', o atual ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), recebeu R$ 600 mil não contabilizados da Odebrecht porque era uma 'aposta' da empreiteira, disse em delação premiada o executivo João Pacífico Ferreira. O executivo ocupou o cargo de diretor superintendente da área de infraestrutura nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste da empreiteira.
Apelidado de 'Jujuba', o atual ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), recebeu R$ 600 mil não contabilizados da Odebrecht porque era uma 'aposta' da empreiteira, disse em delação premiada o executivo João Pacífico Ferreira. O executivo ocupou o cargo de diretor superintendente da área de infraestrutura nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste da empreiteira.
"Bruno Araújo é um político jovem, foi deputado estadual, hoje é deputado federal. Eu conheço ele desde quando ele era adolescente. Tenho relações com a família dele, conheço o pai, irmãos", contou Ferreira.
"Isso (o repasse) era em função da relação e também de uma aposta que nós fazíamos de que ele viria a ser um político de destaque. Tanto que ele foi. Hoje é ministro de Estado", afirmou o delator.
O tucano é um dos oito ministros do presidente Michel Temer que tiveram a instauração de inquérito autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) com base na delação premiada de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Araújo será investigado pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Os colaboradores João Pacífico Ferreira e o ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht Benedicto Júnior apresentaram em seus depoimentos dados extraídos do sistema "Drousys", software usado pela empreiteira para organizar e gerenciar o pagamento de propina.
Os dados mostram pagamentos realizados em 2010 para Bruno Araújo, num total de R$ 300 mil. Na época, o tucano concorria ao cargo de deputado federal. Em 2012 foram repassados ao atual ministro mais R$ 300 mil, segundo os delatores.
"As condutas narradas não configuram, em tese, mera doação eleitoral irregular. Vislumbra-se, na verdade, uma solicitação indevida em razão da função pública que se almeja ou que ocupa, a pretexto de campanha eleitoral, sem qualquer comprovação de que os valores foram efetivamente utilizados na campanha eleitoral. Por esta razão há fortes indícios de que se está diante de crimes graves que precisam ser minuciosamente investigados", observou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao pedir a abertura de inquérito contra o tucano.
O ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, por sua vez, afirmou manter uma "relação fraterna" com Bruno Araújo.
"Em 2012, eu fui agraciado com a Medalha de Honra ao Mérito Legislativo e a indicação foi do próprio deputado. Foi no Congresso Nacional", lembrou Melo Filho.
Questionado se conversou com o tucano sobre contratos de energia na região Nordeste, o executivo afirmou: "Sobre esse tema eu conversei com parlamentares que eu conhecia do Nordeste. Bruno foi um deles. Todo nordestino, de uma maneira geral, se preocupa dos temas afetos à região."
O ministro Bruno Araújo tem repetido que pediu doações de campanha de forma legal e que mantém "relação institucionais" com empresas com a Odebrecht. "De acordo com a legislação eleitoral, solicitei doações para diversas empresas, inclusive a Odebrecht. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas. Atuei de acordo com a minha consciência", afirmou.
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