Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 11 de Abril de 2017 às 17:25

Fachin autoriza investigar 74 políticos que têm foro

Ministro Edson Fachin

Ministro Edson Fachin


CARLOS MOURA/SCO/STF/JC
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquéritos contra 74 políticos com foro privilegiado: são 8 ministros do governo Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federias - inclusive a cúpula do Congresso Nacional, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquéritos contra 74 políticos com foro privilegiado: são 8 ministros do governo Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federias - inclusive a cúpula do Congresso Nacional, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Também estão na lista três governadores - de Alagoas, Renan Filho (PMDB); Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD); e do Acre, Tião Viana (PT) - porque estão em investigações que envolvem outras pessoas com foro. Do contrário, seus casos iriam para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os ministros alvos de inquérito são Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência da República; Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional; Aloysio Nunes (PSDB), das Relações Exteriores; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades; Blairo Maggi (PP), da Agricultura; Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e Tecnologia; e Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Padilha e Kassab terão duas investigações cada um. A informação foi veiculada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, que diz ter tido acesso a despachos assinados eletronicamente no dia 4 de abril.
Também serão investigados no Supremo um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, e 24 políticos que, apesar de não terem foro no STF, estão relacionadas aos fatos narrados pelos colaboradores. O grupo faz parte de 108 alvos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao STF com base nas delações dos 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Os senadores Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, são os políticos com o maior número de inquéritos a serem abertos: cinco cada. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente do Senado e atual líder do PMDB na Casa, vem em seguida, com 4.
Temer é citado nos pedidos de abertura de dois inquéritos, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) não o inclui entre os investigados devido à "imunidade temporária" que detém como presidente da República - ele não pode ser investigado por crimes fora do mandato.
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) não aparecem nesse conjunto, segundo o jornal, porque não possuem mais foro especial.
Os relatos de Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo, são utilizados em sete inquéritos. Entre os executivos e ex-executivos, o que mais forneceu subsídios para os pedidos da PGR foi Benedicto Júnior (ex-diretor de Infraestrutura), que deu informações incluídas em 34 inquéritos. Alexandrino Alencar (ex-diretor de Relações Institucionais) forneceu subsídios a 12 investigações; e Cláudio Melo Filho (ex-diretor de Relações Institucionais) e José de Carvalho Filho (ex-diretor de Relações Institucionais), a 11. Os crimes mais frequentes descritos pelos delatores são de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, e falsidade ideológica - há também descrições a formação de cartel e fraude a licitações.
Os pedidos de Janot foram enviados no dia 14 de março ao STF. Foram 320 pedidos - além dos 83 pedidos de abertura de inquérito, há 211 de declínios de competência para outras instâncias da Justiça, nos casos que envolvem pessoas sem foro, 7 pedidos de arquivamento e 19 de outras providências.
Alvo dos inquéritos
Aparecem (em destaque no texto) sete políticos gaúchos: um ministro, quatro deputados federais e dois ex-presidentes da Trensurb
MINISTROS
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Blairo Maggi (PP-MT)
Bruno Araújo (PSDB-PE)
Eliseu Padilha (PMDB-RS)
Gilberto Kassab (PSD-SP)
Helder Barbalho (PMDB-PA)
Marcos Pereira (PRB)
Moreira Franco (PMDB-RJ)
SENADORES
Aécio Neves (PSDB-MG)
Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalírio Beber (PSDB-SC)
Edison Lobão (PMDB-PA)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Humberto Costa (PT-PE)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jorge Viana (PT-AC)
José Agripino Maia (DEM-RN)
José Serra (PSDB-SP)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lidice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Paulo Rocha (PT-PA)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Fernando Collor (PTC-AL)
DEPUTADOS FEDERAIS
Alfredo Nascimento (PR-AM)
Antônio Brito (PSD-BA)
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Betinho Gomes (PSDB-PE)
Beto Mansur (PRB-SP)
Cacá Leão (PP-BA)
Carlos Zarattini (PT-SP)
Celso Russomano (PRB-SP)
Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Daniel Vilela (PMDB-GO)
Décio Lima (PT-SC)
Dimas Toledo (PP-MG)
Fábio Faria (PSD-RN)
Felipe Maia (DEM-RN)
Heráclito Fortes (PSB-PI)
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)
João Paulo Papa (PSDB-SP)
José Carlos Aleluia (DEM-BA)
José Reinaldo (PSB-MA)
Júlio Lopes (PP-RJ)
Jutahy Júnior (PSDB-BA)
Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA)
Marco Maia (PT-RS)
Maria do Rosário (PT-RS)
Mário Negromonte Jr. (PP-BA)
Milton Monti (PR-SP)
Nelson Pellegrino (PT-BA)
Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
Paes Landim (PTB-PI)
Paulinho da Força (SD-SP)
Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)
Pedro Paulo (PMDB-RJ)
Rodrigo Garcia (DEM-SP)
Rodrigo Maia (DEM-RM), presidente da Câmara
Vander Loubet (PT-MS)
Vicente "Vicentinho" Paulo da Silva (PT-SP)
Vicente Cândido (PT-SP)
Yeda Crusius (PSDB-RS)
Zeca Dirceu (PT-SP)
Zeca do PT (PT-MS)
João Carlos Bacelar (PR-BA)
Arthur Maia (PPS-BA)
GOVERNADORES
Renan Filho (PMDB-AL)
Robinson Faria (PSD-RN)
Tião Viana (PT-AC)
PREFEITOS
Maguito Vilela (PMDB-GO), de Aparecida de Goiânia e ex-governador
Napoleão Bernardes (PSDB-SC), de Blumenau
Rosalba Ciarlini (PP-RN), de Mossoró e ex-governadora do estado
MINISTRO DO TCU (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO)
Vital do Rêgo Filho
OUTROS
Ana Paula Lima (PT-SC), deputada estadual em Santa Catarina
Cândido Vaccarezza, ex-deputado federal PT
César Maia (DEM-RJ), vereador, ex-prefeito do Rio de Janeiro e ex-deputado federal
Eduardo Paes (PMDB-RJ), ex-prefeito do Rio de Janeiro
Edvaldo Brito (PTB-BA), então candidato ao cargo de senador pela Bahia nas eleições 2010
Eron Bezerra, marido da senadora Vanessa Grazziotin
Guido Mantega (PT-SP), ex-ministro da Fazenda
Humberto Kasper,
ex-presidente da Trensurb
João Carlos Gonçalves Ribeiro, que então era secretário de Planejamento do Estado de Rondônia
José Dirceu (PT-SP), ex-ministro da Casa Civil
José Feliciano
Márcio Toledo, arrecadador das campanhas da senadora Suplicy
Marco Arildo Prates da Cunha, ex-presidente da Trensurb
Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu
Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais
Paulo Bernardo (PT-PR), ex-ministro do Planejamento
Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio Neves
Rodrigo Jucá, filho de Romero Jucá
Ulisses César Martins de Sousa, ex-procurador-geral do Maranhão
Vado da Famárcia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho
Valdemar da Costa Neto (PR-SP), ex-deputado federal
* A lista é a original, inclui 42 deputados e 29 senadores; o Estado de S. Paulo depois atualizou os números para 24 senadores e 39 deputados, no entanto, não informou os nomes que foram retirados da lista.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO