A Câmara Municipal aprovou, nesta segunda-feira, uma moção de repúdio a uma possível adoção do sistema de voto em lista fechada em eleições proporcionais. Com apenas um voto contrário, a discussão a respeito da moção ocupou a maior parte do tempo da sessão.
O projeto, apresentado pelo vereador Mendes Ribeiro (PMDB) e endossado pelos colegas de partido na Câmara, critica a hipótese aventada pela Comissão Especial da Reforma Política na Câmara dos Deputados para adotar o voto em lista fechada. De acordo com Mendes Ribeiro, o voto em uma lista predeterminada tira a liberdade do eleitor e é ilegítimo na medida em que os partidos políticos hoje estão desacreditados.
Também peemedebista, o vereador André Carús apoiou o discurso do colega e afirmou que "a bancada na Câmara de Vereadores é diferente da bancada do partido na Câmara Federal", distanciando-se de nomes como o do presidente do Senado, o peemedebista Eunício Oliveira, que demonstrou apoio ao voto em lista fechada já para as eleições de 2018.
Única parlamentar a votar de forma contrária ao projeto, a vereadora Sofia Cavedon (PT) justificou o voto afirmando que o voto uninominal, juntamente com o financiamento empresarial de campanhas, distorce o sistema eleitoral. De acordo com Sofia, a forma de voto como está hoje "aliena o eleitor de uma discussão de projeto". Contudo a vereadora enfatizou na tribuna que as razões que a fazem defender o voto em lista fechada são diferentes das motivações de parte dos proponentes do Congresso Nacional, que a vereadora chamou de "golpista".