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Política

- Publicada em 07 de Abril de 2017 às 16:49

Sem Lava-Jato, Brasil amanhã será o Rio de Janeiro, diz Gilmar

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta sexta-feira que, sem as ações da Operação Lava-Jato, o Brasil "será o Rio de Janeiro amanhã". Questionado em uma conferência nos Estados Unidos, Gilmar Mendes não poupou críticas à situação do estado. No mesmo evento, o ministro afirmou que já há casos de três vereadores em São Paulo suspeitos de terem sido eleitos pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O prefeito de Embu das Artes (SP), por exemplo, é acusado de uma série de crimes.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta sexta-feira que, sem as ações da Operação Lava-Jato, o Brasil "será o Rio de Janeiro amanhã". Questionado em uma conferência nos Estados Unidos, Gilmar Mendes não poupou críticas à situação do estado. No mesmo evento, o ministro afirmou que já há casos de três vereadores em São Paulo suspeitos de terem sido eleitos pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O prefeito de Embu das Artes (SP), por exemplo, é acusado de uma série de crimes.
"Acho que nem precisa descrever: milícias, tráfico de drogas e agora tudo isso que está acontecendo, envolvendo todos os poderes: Legislativo, Executivo, Tribunal de Contas, tudo mais. Se não houver interrupção neste processo, o Brasil será amanhã o grande Rio de Janeiro. O Rio é um retrato na parede. Como dói", afirma Gilmar Mendes.
Ainda segundo Mendes, se uma reforma política não ocorrer a tempo de ser utilizada para as eleições de 2018, o país poderá ser "entregue" ao crime organizado e instituições como igrejas. No evento Brazil Conference at Harvard & MIT, em Cambridge (EUA), ele disse ser preciso fazer algo até o dia 2 de outubro, prazo para que as regras da reforma política passem a valer nas próximas eleições presidenciais.
"Vamos para a eleição de 2018, que é uma eleição grande, sem modelo específico. Só com doação das pessoas físicas, que no Brasil não tem tradição, e muito provavelmente vamos ficar entregues ao crime organizado, a pessoas que já trabalham no ilícito ou a algumas organizações que têm modo próprio de financiamento (igrejas) coisas assim. Corremos o risco de ter uma eleição muito distorcida", disse ele minutos antes de participar de um debate sobre financiamento eleitoral no Brazil Conference at Harvard and MIT.
Gilmar afirmou que nem mesmo o financiamento público de campanha pode resolver o problema. E deu um exemplo: se o valor for de R$ 5 bilhões e um terço ficar com as eleições para deputados federais e estaduais, haveria R$ 160 mil para candidatos federais e R$ 80 mil para estaduais, o que seria incompatível, em sua opinião.
O ministro acredita que antes de pensar no financiamento, é preciso decidir o modelo das eleições. Ele defendeu o voto distrital misto como uma forma de aumentar a representatividade e reduzir os custos, além de dizer ser mais democrático. Gilmar ainda criticou a coligação em eleições proporcionais. Sem estas mudanças, acredita, continuará existindo o caixa 2.
"Temos de mudar o sistema. O sistema dá sinais de exaustão e não podemos prosseguir nele", afirmou o ministro. "Foi o nosso erro no Supremo (Tribunal Federal ) ao decidirmos o financiamento sem discutirmos o sistema eleitoral, porque essas coisas são conjugadas. Uma precede a outra", disse. 
Ele afirmou que o Brasil está diante de um dilema: não sabe o que quer, mas sabe o que não quer no sistema eleitoral. Gilmar afirma que os problemas políticos afetam a economia. Em sua opinião, o Brasil precisou de "método" para criar a "tempestade perfeita".
"A minha mensagem, que vou deixar aqui, é que precisamos afastar o candidato do dinheiro. O financiamento precisa vir de partidos e de partidos mais autênticos. Hoje nós temos 28 partidos com representação no congresso e 35 no TSE", disse ele.
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