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Opinião

- Publicada em 11 de Abril de 2017 às 16:01

Juro menor para reanimar a economia nacional

O Boletim Focus, pesquisa feita semanalmente pelo Banco Central (BC) junto a 100 economistas e entidades financeiras do País, voltou a reduzir a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Ora, com isso, o que se espera, ao fim da reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), é que a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) seja diminuída - ela que está em 12,25% ao ano.
O Boletim Focus, pesquisa feita semanalmente pelo Banco Central (BC) junto a 100 economistas e entidades financeiras do País, voltou a reduzir a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Ora, com isso, o que se espera, ao fim da reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), é que a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) seja diminuída - ela que está em 12,25% ao ano.
Com uma dívida pública que passa dos R$ 3,1 trilhões, não é difícil imaginar os juros pagos pelo Tesouro Nacional com 12,25% ao ano sobre essa fabulosa quantia. Por isso, um corte de 1 ponto percentual seria o que, de fato, o mercado financeiro espera. Se o corte for concretizado, haverá economia de cerca de R$ 30 bilhões ao ano.
Nas últimas reuniões, o Copom promoveu cortes de 0,75%. Depois que foi aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/55, chamada popularmente de Teto dos Gastos, por 366 votos contra 111, os analistas julgam que a inflação continuará em queda, pois hoje está mesmo abaixo do centro da meta do BC, que é de 4,5% ao ano, o que abriu espaço para juros menores.
Com o teto nos gastos públicos sendo norma para, pelo menos, uma década, agora chegou a vez de baixar os juros, que consomem bilhões do orçamento público, muito mais do que é aplicado em educação e saúde, e motivo de muitas reclamações, além do custo do dinheiro na rede bancária ficar caro para investimentos.
A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação. Entidades empresariais e sindicalistas das centrais de trabalhadores estão unidos no pleito de que os juros no Brasil têm que cair, facilitando a vida do Tesouro e sem que a inflação volte.
Realmente, na comparação com o teto dos gastos, uma medida mais do que louvável, pois não há outra solução, pode-se comparar o que se paga pela rolagem da dívida pública e os orçamentos de Educação e Saúde.
Mas, convenhamos, destinar em torno de R$ 500 bilhões por ano pelo dinheiro tomado junto aos bancos, enquanto, em muitos países da Europa, no Japão e nos Estados Unidos, os juros são bem menores ou até negativos, ou seja, abaixo da inflação local, é quase inexplicável. Por isso, com os sinais, ainda tênues, de recuperação da economia e, como citado, com a inflação até um pouco abaixo do centro da meta, é razoável que o Copom promova uma queda de 1 ponto percentual na Selic.
A medida daria alento para a economia, tiraria o peso dos altos juros - que continuariam altos, iriam a 11,25% - e livraria, conforme registrado, o Tesouro Nacional do pagamento de quantia em torno de R$ 30 bilhões ao ano, um alívio importante.
O Brasil não pode continuar liderando a lista dos países com altos juros, o que prejudica a retomada econômica, afasta o consumo e não anima investimentos em quase todos os setores.
Para nós, gaúchos, felizmente o agronegócio continua exportando muito e animando a economia regional. Não é tudo, mas é muito importante. Então vamos esperar uma queda nos juros, para 11,25%.
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