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eleições

- Publicada em 23 de Abril de 2017 às 16:30

Partido alemão de extrema direita define novos líderes

O partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão) elegeu ontem o publicitário Alexander Gauland, de 76 anos, e a economista Alice Weidel, de 38 anos, para liderarem sua campanha nas eleições gerais de 24 de setembro, após a figura mais conhecida da organização, Frauke Petry, de 41 anos, anunciar que não seria mais candidata. No pleito, será decidida a composição do Bundestag (Parlamento), ou seja, quem serão os deputados federais. Uma das tarefas desses deputados é escolher o chanceler alemão.
O partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão) elegeu ontem o publicitário Alexander Gauland, de 76 anos, e a economista Alice Weidel, de 38 anos, para liderarem sua campanha nas eleições gerais de 24 de setembro, após a figura mais conhecida da organização, Frauke Petry, de 41 anos, anunciar que não seria mais candidata. No pleito, será decidida a composição do Bundestag (Parlamento), ou seja, quem serão os deputados federais. Uma das tarefas desses deputados é escolher o chanceler alemão.
A sigla anti-imigração vai tentar ganhar assentos no Parlamento pela primeira vez. Pesquisas mais recentes colocam o AfD em uma faixa entre 8% e 10% das intenções de voto - cerca de um terço abaixo do verificado no final de 2016, mas ainda acima do limiar de 5% para entrar no Parlamento.
A votação aconteceu durante a convenção do AfD no fim de semana em Colônia. O encontro foi marcado por protestos, quando milhares de pessoas se reuniram e bloquearam o acesso à convenção.
Cerca de 68% dos delegados votaram pela dupla e 28% contra. As divisões entre diferentes alas do partido ficaram mais claras quando os delegados rejeitaram o apelo de Frauke para que a organização seguisse um caminho mais pragmático, ao invés de se transformar em um partido "fundamentalmente de oposição". A derrota foi um golpe significativo para ela, cuja posição no partido está agora bastante enfraquecida.
Gauland é um dos membros mais proeminentes do AfD e um dos principais rivais de Frauke. É visto também como apoiador do principal membro da sigla, Björn Höcke, que causou indignação em janeiro ao chamar o Memorial do Holocausto de Berlim de "monumento da vergonha". "Queremos manter o nosso país de origem, a nossa identidade, e estamos orgulhosos de sermos alemães", disse Gauland em seu discurso.
Já Alice é uma figura pouco conhecida no partido. Tida como mais moderada, é a favor da expulsão de Höcke. Ela tem procurado se estabelecer como uma especialista em finanças e economia na sigla. "Se agora nós ficarmos juntos e lutarmos juntos, então, finalmente, um verdadeiro partido da oposição entrará no Parlamento alemão", disse Alice.
 

Imigração e saída da zona do euro são bandeiras da AfD

Os delegados também votaram por um manifesto eleitoral que é duro com a questão da imigração e com os muçulmanos, além de reiterar apelos para que o país deixe a zona do euro. Josef Schuster, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, condenou o movimento da AfD à extrema direita, dizendo que o partido está tentando impelir "uma maneira chauvinista-nacionalista de pensar socialmente aceitável na Alemanha novamente". Schuster advertiu ainda que o partido está "ameaçando a vida judaica e muçulmana".
As intenções de voto para o AfD subiram em meio à chegada de imigrantes em 2015 e 2016. No entanto, a aceitação ao partido caiu nos últimos meses, quando o assunto desapareceu das manchetes e os membros da sigla voltaram-se cada vez mais para lutas internas, com Frauke e seu marido, Marcus Pretzell, fazendo oposição a outras figuras de peso ainda mais à direita, como Gauland.
Os partidos políticos alemães escolhem candidatos de liderança para as eleições, que, geralmente, dominam as campanhas e, no caso dos maiores, competem para se tornar chanceler. A saída de Frauke deixou o AfD sem tal figura.