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Internacional

- Publicada em 16 de Abril de 2017 às 17:55

Turcos aprovam ampliação dos poderes de Erdogan

Apoiadores do presidente foram às ruas para comemorar a vitória

Apoiadores do presidente foram às ruas para comemorar a vitória


BULENT KILIC/BULENT KILIC/AFP/JC
O Conselho Eleitoral da Turquia confirmou ontem a vitória do "sim" em um referendo constitucional que amplia os poderes do Poder Executivo, com cerca de 51% dos votos, segundo a mídia estatal. O resultado representa uma importante conquista do presidente Recep Tayyip Erdogan, levando a uma modificação radical no sistema político do país. Milhares de pessoas foram às ruas das principais cidades turcas para comemorar o resultado.
O Conselho Eleitoral da Turquia confirmou ontem a vitória do "sim" em um referendo constitucional que amplia os poderes do Poder Executivo, com cerca de 51% dos votos, segundo a mídia estatal. O resultado representa uma importante conquista do presidente Recep Tayyip Erdogan, levando a uma modificação radical no sistema político do país. Milhares de pessoas foram às ruas das principais cidades turcas para comemorar o resultado.
Erdogan ressaltou a margem de 1,3 milhão de votos no referendo a favor da ampliação dos poderes do Executivo. No entanto, adotou um tom conciliador ao falar sobre o resultado, agradecendo a todos os eleitores, independentemente de como votaram, e descreveu o referendo como uma "decisão histórica". "Acredito que, assim, nosso povo vai abrir caminho para um desenvolvimento muito mais rápido", ressaltou.
Os eleitores aprovaram as 18 emendas propostas para a Constituição. A mais importante delas transforma o sistema parlamentar em presidencial, abolindo o cargo de primeiro-ministro. Erdogan terá ainda mais poderes, incluindo o de nomear juízes para o mais alto tribunal.
O mapa dos resultados preliminares marca a vitória do "sim" no interior turco. O "não" teria vencido na costa do Mar Egeu e na região Sudeste, com concentração curda, uma minoria étnica cujas milícias pró-separatistas estão em confronto com o governo. O "não" também venceu na Trácia, parte europeia da Turquia.
A vitória de Erdogan, porém, deve piorar suas já complicadas relações com a União Europeia (UE), impactando toda a região. Esses laços foram afetados nos últimos meses pela campanha do governo no continente. Alemanha e Holanda proibiram comícios dentro de redutos turcos em seus territórios, barrando a entrada de diplomatas, o que Ancara descreveu como uma "prática nazista". As relações de alto nível com Amsterdã foram rompidas. Com a vitória do "sim", a Turquia estará ainda mais longe de sua adesão à UE, uma candidatura há tempos desacreditada.
O presidente tem, segundo a oposição, exagerado em seus esforços para centralizar o poder. Depois de uma tentativa frustrada de golpe de Estado, Erdogan mandou prender cerca de 45 mil pessoas e removeu 130 mil de suas funções públicas. Mais de 100 jornalistas foram presos e veículos críticos ao governo foram fechados.
"As pessoas decidiram se querem que a Turquia seja governada democraticamente ou não", disse Levent Piskin, advogado do opositor Selahattin Demirtas, detido desde novembro. Demirtas é o colíder do partido pró-curdo HDP, uma das principais forças críticas no país. A sigla foi desmontada nos últimos anos pela repressão. "A pressão aos membros do HDP está diretamente relacionada a este referendo e seu conteúdo", lamentou Piskin. "O governo é nacionalista, islâmico e conservador."
Os atritos dividiram a sociedade a respeito do futuro do país. A tensão foi especialmente forte em Diyarbakir, onde três pessoas morreram após tiroteio em uma escola onde a população depositava suas cédulas eleitorais. Não ficou clara a relação entre esse incidente e o referendo.
 
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