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SIDERURGIA

- Publicada em 25 de Abril de 2017 às 11:40

Exportação é caminho para o crescimento

Lopes não vê retomada em 2017

Lopes não vê retomada em 2017


HANG GEORG/HANG GEORG/DIVULGAÇÃO/JC
Os últimos dois anos foram os piores da história para a indústria brasileira do aço. As quedas foram tão acentuadas que superaram a crise mundial de 2008. E a tão esperada retomada não deve acontecer em 2017, segundo o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. "Em curto prazo não enxergamos uma retomada consistente da indústria da transformação, pois as medidas que o governo está tomando precisam de tempo para maturar. A queda de juros, por exemplo, deve levar de seis a sete meses para chegar a um patamar razoável", diz. Com o mercado interno enfraquecido, o caminho para o crescimento a curto prazo é a exportação.
Os últimos dois anos foram os piores da história para a indústria brasileira do aço. As quedas foram tão acentuadas que superaram a crise mundial de 2008. E a tão esperada retomada não deve acontecer em 2017, segundo o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. "Em curto prazo não enxergamos uma retomada consistente da indústria da transformação, pois as medidas que o governo está tomando precisam de tempo para maturar. A queda de juros, por exemplo, deve levar de seis a sete meses para chegar a um patamar razoável", diz. Com o mercado interno enfraquecido, o caminho para o crescimento a curto prazo é a exportação.
No entanto, para isso acontecer, a entidade defende maior isonomia competitiva, proporcionada pela compensação dos tributos não recuperáveis das exportações e redução dos custos de financiamento que elevam o custo Brasil. "A solução parcial no curto prazo é a elevação da alíquota do Reintegra para 5%, conforme previsto na Constituição, e melhorias na formatação na linha de financiamento Exim (financiamento à produção e exportação de bens e serviços brasileiros) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). Além disso, é preciso que seja estimulada a política de conteúdo local", afirma Lopes, que entende ser urgente a compensação da não competitividade do aço brasileiro frente a outros países.
Conforme o último balanço divulgado pela entidade, o consumo aparente de aço no primeiro trimestre deste ano apresentou alta de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março desse ano, a produção cresceu 10,9%, canalizado basicamente para as exportações, que tiveram um crescimento de 17,4%. O resultado positivo das exportações deve-se à entrada em operação de uma nova usina, a Companhia Siderúrgica do Pecém.
Apesar dos bons resultados, o Instituto Aço Brasil prevê que a produção brasileira de aço bruto encerre o ano com um crescimento de 3,8% em relação a 2016, totalizando 32,5 milhões de toneladas. Já para as vendas internas de produtos siderúrgicos, está previsto alta de 1,3%, chegando a 16,7 milhões de toneladas, patamar similar ao de 2006. O consumo aparente de aço no País deve ser de 18,7 milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 2,9% em comparação com o ano passado. Caso esse resultado seja confirmado, serão mantidos os padrões de uma década atrás.
Segundo Lopes, o mercado internacional do aço enfrenta ainda excesso de capacidade de produção, fazendo com que as práticas predatórias e a concorrência desleal prosperem. "No mundo temos um excedente de capacidade próximo a 800 milhões toneladas. O setor passou a trabalhar com grau de ociosidade muito elevado dos seus equipamentos. A siderurgia deve trabalhar sempre acima de 80% de utilização de capacidade instalada e hoje se trabalha com 60% e em alguns casos até 50%", afirma o presidente-executivo do insituto.
Ainda conforme o dirigente, em 2016 vários equipamentos siderúrgicos foram fechados no País. Os dados da entidade indicam que no final do ano passado cerca de 80 equipamentos estavam paralisados. Também foram contabilizadas mais de 45 mil demissões em todo Brasil de 2014 a 2016, sendo mais de 11 mil somente no segundo semestre de 2016. Os investimentos adiados chegaram a aproximadamente US$ 3,2 milhões. "Existe luz no final desse longo túnel, mas isso passa por decisões que devem ser tomadas em caráter emergencial. Não existe retomada da economia brasileira sem que a indústria de transformação esteja inserida neste contexto", completa Lopes.

O setor em números no País

Fonte: Instituto Aço Brasil

Gerdau enfrenta período de desafios com ajustes e gestão

André Gerdau Johannpeter destaca redução da dívida líquida em 26%

André Gerdau Johannpeter destaca redução da dívida líquida em 26%


/GILMAR LUÍS/arquivo/JC
Para a Gerdau, as perspectivas para 2017 são de um mercado ainda desafiador, mas com uma recuperação gradual da demanda por aço. Diante desse cenário, a empresa tem realizado ajustes e esforços de gestão que tornaram suas estruturas mais ágeis e simples.
A empresa também pretende seguir cuidando com disciplina dos indicadores financeiros e dedicando esforços para modernização cultural, assim como para as iniciativas de inovação digital que estão trazendo importantes ganhos de produtividade e redução de custos para as operações.
O foco dos investimentos em 2016, e que se manterá em 2017, foi em ativo imobilizado. Os destaques foram os investimentos em aços planos, com a entrada em operação do laminador de chapas grossas na Usina Ouro Branco, em Minas Gerais, e a finalização da construção da aciaria na Argentina, que entrou em operação em março. Para este ano, os investimentos devem ser direcionados para melhorias de produtividade e manutenção das plantas.
A Gerdau encerrou o ano de 2016 com receita líquida consolidada de R$ 37,7 bilhões, uma redução de 14% em relação a 2015. A causa principal foi o menor volume de vendas de aço em todas as operações e da alienação das unidades aços especiais da Espanha. As vendas físicas e a produção somaram 16 milhões de toneladas, apresentando, respectivamente, decréscimo de 8% e 7% em relação ao ano anterior.
"Apesar dos desafios do setor do aço globalmente e da recessão econômica no Brasil, atingimos resultados positivos no exercício e, ao mesmo tempo, cumprimos as prioridades estabelecidas para 2016, graças ao forte esforço de gestão de nossas equipes em todas as operações", avalia o diretor-presidente (CEO) da Gerdau, André B. Gerdau Johannpeter.
Segundo ele, em 2016, a empresa alcançou R$ 2,3 bilhões de geração de caixa livre, reduziu os investimentos em 43% em relação ao ano anterior e diminuiu em 13% as despesas gerais e administrativas.
"Com isso, conseguimos reduzir a dívida líquida em 26% e melhorar nossos indicadores de alavancagem. Somam-se a isso os desinvestimentos de R$ 1,3 bilhão realizados em 2016, fruto de nossa estratégia de focar em ativos com maior rentabilidade", afirma.
Além disso, as exportações apresentaram aumento de 9%, atingindo 2,4 milhões de toneladas, devido ao esforço comercial junto ao mercado internacional.