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CRÉDITO

- Publicada em 26 de Abril de 2017 às 17:36

Juros do rotativo do cartão sobem para 490,3% ao ano

Efeitos das novas regras devem ser percebidos nos dados de abril

Efeitos das novas regras devem ser percebidos nos dados de abril


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito voltou a subir em março, depois da queda de fevereiro. No mês passado, a taxa chegou a 490,3% ao ano, com alta de 2,5 pontos percentuais, segundo o Banco Central (BC). O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Já a taxa do crédito parcelado caiu cinco pontos percentuais e ficou em 158,5% ao ano.
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito voltou a subir em março, depois da queda de fevereiro. No mês passado, a taxa chegou a 490,3% ao ano, com alta de 2,5 pontos percentuais, segundo o Banco Central (BC). O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Já a taxa do crédito parcelado caiu cinco pontos percentuais e ficou em 158,5% ao ano.
Março foi o último mês em que os consumidores puderam usar o rotativo sem tempo definido. A partir deste mês, quem não conseguir pagar integralmente a fatura do cartão só poderá ficar no crédito rotativo por 30 dias. A nova regra, fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em janeiro, obrigou as instituições financeiras a transferir para o crédito parcelado, que cobra taxas menores, os clientes que não conseguirem quitar o rotativo do cartão de crédito.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou ontem que a expectativa da instituição é de que, em abril, os efeitos das medidas do rotativo já sejam percebidas, com queda das taxas cobradas ao consumidor final. "Mudança no rotativo busca reduzir o risco da operação", comentou Maciel, em referência às novas regras do rotativo, que começaram neste mês de abril. Agora, quem ficar mais de 30 dias no rotativo é transferido para outra modalidade de crédito, como o parcelado, com taxas menores.
"O foco é no pagador regular, que é o cliente que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão. É sob o pagador regular que deve recair o maior impacto das medidas", comentou.
A expectativa é de redução substancial de taxas do rotativo em abril. "Dados de até 7 de abril já mostram queda substancial na taxa do rotativo regular", afirmou Maciel.
A taxa de juros do cheque especial ficou em 328% ao ano, alta de um ponto percentual. Enquanto os juros do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial subiram, a taxa média de juros para as famílias caiu 0,8 ponto percentual, indo para 72,7% ao ano, em março.
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou estável em 5,9%. Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir os juros.
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos (incluído crédito direcionado com regras definidas pelo governo, destinado aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) ficou, em março, em R$ 3,076 trilhões, com alta de 0,2% no mês. Em 12 meses, houve retração de 2,7%.
 

Endividamento das famílias com o sistema financeiro cai a 41,8%

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro caiu de 42% em janeiro para 41,8% em fevereiro, segundo divulgou ontem o Banco Central (BC), por meio da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito de março. Se descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento passou de 23,5% em janeiro ante 23,4% em fevereiro.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) passou de 21,5% em janeiro para 21,2% em fevereiro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 19% para 18,7%.
Os diferentes setores da economia brasileira apresentaram variação no estoque de crédito em março. O crédito total caiu 0,3% ante fevereiro, para R$ 1,5 bilhão. A agropecuária teve retração de 1,2% no saldo de crédito em março ante fevereiro, para R$ 22,428 bilhões; a indústria apresentou baixa de 0,3%, para R$ 729,242 bilhões; e o setor de serviços indicou recuo de 0,2%, aos R$ 717,536 trilhões.