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Energia

- Publicada em 24 de Abril de 2017 às 22:31

Leilão de transmissão soma R$ 12,7 bilhões em investimentos

Do total de 35 lotes ofertados pela Aneel, 31 despertaram interesse

Do total de 35 lotes ofertados pela Aneel, 31 despertaram interesse


/FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
O leilão de transmissão de energia realizado nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) conseguiu atrair interessados para 31 dos 35 lotes ofertados. Os lotes, que, inicialmente, não haviam recebido propostas durante o certame, foram reofertados ao final do evento, em uma inédita iniciativa de repescagem, mas nenhum investidor se interessou. Com isso, dos R$ 13,1 bilhões em investimentos estimados nos 35 projetos ofertados, R$ 12,7 bilhões foram viabilizados.
O leilão de transmissão de energia realizado nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) conseguiu atrair interessados para 31 dos 35 lotes ofertados. Os lotes, que, inicialmente, não haviam recebido propostas durante o certame, foram reofertados ao final do evento, em uma inédita iniciativa de repescagem, mas nenhum investidor se interessou. Com isso, dos R$ 13,1 bilhões em investimentos estimados nos 35 projetos ofertados, R$ 12,7 bilhões foram viabilizados.
Entre as empresas que conquistaram mais lotes estão a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), que conquistou quatro lotes sozinha e um em parceria com a Taesa; a Elektro, com quatro lotes; e a EDP - Energias do Brasil, também com quatro lotes, sendo um em parceria com a Celesc. Energisa e RC Administração e Participações ficaram com dois projetos cada. Dos dois lotes ofertados no Rio Grande do Sul, apenas um foi arrematado. A empresa indiana Sterlite Power Grid Ventures Limited fará obras de transmissão nas regiões do Vale do Taquari, da Serra e da Campanha
O leilão foi considerado bem-sucedido por integrantes do governo federal e sinaliza que haverá uma "continuidade do sucesso" para os próximos certames, na avaliação do diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.
O certame alcançou uma taxa média de 36,5% de deságio em relação à receita máxima permitida. Rufino lembrou que, no passado, a Aneel, responsável pelos leilões de transmissão, chegou a registrar taxas similares, embora mais recentemente tenha se observado "a ausência do investidor no nível que se gostaria". Segundo ele, a diminuição do interesse decorreu da degradação do retorno, mas, após a revisão feita, o processo permitiu a recuperação do interesse. Além disso, ele lembrou que o próprio interesse em investir no País também aumentou.
Em meio a este cenário, a Aneel já prepara os próximos certames. De acordo com o diretor da Aneel André Pepitone, já estão previstos mais três leilões. O próximo deve ocorrer no segundo semestre deste ano, com projetos que devem somar R$ 4,4 bilhões em investimentos.
Além disso, a agência espera poder releiloar os projetos em construção (Greenfield) da Abengoa, que somam R$ 8,8 bilhões, o que, na expectativa da autarquia, é esperado para acontecer também no segundo semestre deste ano. Adicionalmente, a agência ainda aguarda uma sinalização da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre a realização de um certame no primeiro semestre de 2018, que deve ofertar empreendimentos que exigirão R$ 5,3 bilhões em investimentos.
Rufino salientou, porém, que, no caso dos projetos, hoje detidos pela Abengoa, uma relicitação depende da reversão de uma decisão judicial. "Temos uma expectativa de reverter a decisão, retomar o processo de caducidade e revisar o leilão, mas não é uma questão só de vontade, depende de reverter uma decisão judicial", comentou.
Os lotes vazios, ou seja, que não receberam propostas no leilão nesta segunda-feira, devem voltar, possivelmente, no próximo leilão, segundo indicou o diretor da Aneel José Jurhosa. Ele lembrou que o lote 35, leiloado hoje, também já havia sido ofertado em outras três oportunidades e não havia sido concedido por falta de interessados, mas hoje recebeu cinco propostas válidas. "É um lote difícil, com problema fundiário sério, mas os empreendedores avaliaram bem, e acredito que vão fazê-lo sem problema", comentou. Dos quatro lotes não leiloados nesta segunda-feira, dois (lotes 12 e 16) são linhas de transmissão de 230 quilovolts (kV) no Maranhão, projetos que, segundo os diretores da Aneel, serão revisitados.

Companhia indiana Sterlite Power arremata linha no Rio Grande do Sul

2 linha de transmissão crédito Sterlite Power Grid Ventures Limited

2 linha de transmissão crédito Sterlite Power Grid Ventures Limited


STERLITE POWER GRID VENTURES LIMITED/STERLITE POWER GRID VENTURES LIMITED/DIVULGAÇÃO/JC
O Rio Grande do Sul tinha dois lotes de obras participando do leilão de transmissão de energia realizado ontem. Apesar de o lote de número 17 (que contemplava a construção de uma linha de 230 kV entre as subestações Guaíba 3 e Nova Santa Rita, com 38 quilômetros de extensão) não ter tido ofertas, o 10 foi arrematado pela indiana Sterlite Power Grid Ventures Limited.
A empresa adquiriu o direito de implementar e explorar uma linha de transmissão de 230 kV de tensão, com 47 quilômetros de extensão, entre Garibaldi e Lajeado; outra linha de 230 kV, com 16,4 quilômetros, dentro de Lajeado; duas subestações de energia, uma no Vale do Taquari e outra na Serra; além de uma linha de 230 kV, com 49 quilômetros de extensão, unindo Candiota e Bagé. Esse grupo de obras é oriundo de concessão extinta da companhia MGF. A companhia havia conquistado a prioridade para fazer as estruturas e receber as receitas devidas por isso ao vencer certame realizado em julho de 2013. Entretanto o grupo não foi adiante com os trabalhos.
O secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, comemorou o arremate do lote. O dirigente lembra que o Grupo CEEE estava fazendo ações paliativas na região do Vale do Taquari devido ao atraso das obras. "Mas, se os empreendimentos não fossem feitos, com a retomada da economia e do consumo de energia, teríamos um problema sistêmico ali", ressalta. O valor ofertado pela Sterlite foi de R$ 34,5 milhões, representando um deságio médio de 58,86% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) inicial estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de R$ 83,9 milhões. A RAP é a receita a que o empreendedor receberá pela prestação do serviço de transmissão a partir da entrada em operação comercial das instalações. O investimento previsto pela Aneel nesse complexo de obras é de cerca de R$ 395 milhões.
Lemos salienta que essa companhia indiana opera com helicópteros para fazer a instalação das redes, substituindo trabalho feito por guindastes, o que agiliza a concretização do empreendimento.
Sobre o lote 17, que não teve ofertas, o secretário acredita que, em curto prazo, isso não significará grandes dificuldades para o sistema elétrico gaúcho. No entanto o dirigente afirma que serão avaliados os fatores que podem ter afastado os investidores para corrigir essa questão em futuros certames. Lemos argumenta que a receita pode ter sido considerada baixa. O secretário enfatiza que o governo do Estado reforçará ao Ministério de Minas e Energia a importância desse lote de obras, em um horizonte mais longo, e a necessidade de colocá-lo novamente em disputa no futuro.